Coberturas

Os sonhos podem representar muito mais que uma simples viagem imaginária e chegar até a ser uma representação da realidade, cheios de mistérios a serem desvendados. O autor Sérgio Roveri foi buscar nesse mundo paralelo a inspiração para criar o espetáculo "O Sonho das Pérolas". Onde crianças e adultos poderão sonhar a vontade.

Segundo Leonardo Fernandes, diretor do espetáculo, a construção teve início quando Sérgio Roveri, autor paulista, um dos maiores autores de teatro vivo no Brasil, escreveu um texto exclusivo para esse espetáculo. Léo declara: "O texto foi centrado nessas figuras, que são duas crianças que estão em seu quarto e acham um mapa e saem para uma saga, onde o maior tesouro que eles encontram é a menina Pérola, que dará a eles o que dinheiro nenhum proporcionaria, que é a experiência de vida, as aventuras e vivências que moldam a história. Aí tanto o Sérgio escrevendo, quanto eu na direção, na construção dos atores, tentamos trazer uma ideia de espetáculo que tanto agradasse o público infantil, quanto o adulto".

Leonardo afirma que construir um espetáculo infantil é um grande desafio, pois para ele, as crianças, apesar da baixa idade, são muito exigentes e sinceros e conclui que: "durante o processo de apresentação de um espetáculo infantil sabemos identificar que parte do espetáculo temos que regular, qual ponto temos que afinar melhor, se tá pegando a criança ou não. Porque dá pra sentir se a criança continua atenta ou não cena por cena, então se percebermos que as crianças estão atentas cena por cena, a gente vê que construiu um espetáculo que é apropriado para elas".

A atriz Ana Hamzi, a "Pérola" comunga com a ideia do diretor: "O público infantil é sempre uma surpresa, sempre maravilhoso, pois é o público mais verdadeiro que tem. Então se é pra rir eles vão rir, se é para ter medo, demonstrarão medo, se é pra assustar, para gritar, eles vão gritar, e cada dia é um público diferente, sempre uma energia maravilhosa, ainda mais com a casa cheia."

Além de Ana Hamzi que é a "Pérola", no palco estão Paulo Victor, o Fabrício, Cláudio Márcio, o Felipe, Fernando Veríssimo, o Pirata e Airon Gischewski, Yasmin Umbelino, Priscila Norberto, os piratas músicos, que juntos vivem uma aventura atrás de um tesouro.

Tudo começa durante uma brincadeira no quarto, quando os dois irmãos encontram um mapa do tesouro. Ao seguir as indicações nele contidas, eles são conduzidos a uma praia fantástica onde um velho e misterioso pirata coleciona ostras e pérolas. A peça mistura realismo e fantasia e mostra o valor dos sonhos e a importância de se acreditar neles.

Cláudio Márcio, o ator que vive o Felipe, fala um pouco da dupla vivida com Paulo Vitor, o seu irmão Fabrício no espetáculo. Cláudio conta que os dois personagens que são o Felipe e o Fabrício, os irmãos, apresentam um jogo duplo, entre Cláudio, Felipe e Paulo Vitor, o Fabrício, que saem em busca de aventuras e conhecem a menina Pérola, que é encenada pela atriz Ana Hamzi, que fala sobre sua personagem: "A Pérola é uma personagem magnífica, encantadora, acho que todas as crianças ficam muito encantadas, pois em torno dela esconde-se aquele misteriozinho. Para mim está sendo uma oportunidade maravilhosa, sigo amando fazer esta personagem e percebo que ela tem muito haver comigo".

Cláudio Márcio afirma que a construção dos personagens foi feita coletivamente entre o diretor, a preparadora corporal, ele e o Paulo Vítor, e que a experiência de ambos facilitou o processo. Uma coisa interessante é que Cláudio Márcio e Paulo Vitor foram realizar os testes para o espetáculo no mesmo dia e acabaram formando a dupla já nesta ocasião. Cláudio nos disse que: "quando fomos fazer os testes para o personagem a minha dupla foi o Paulo Vitor, sem saber que iríamos ser aprovados e estaríamos aqui hoje. Inclusive o que nos levou a ser escolhidos, pois viram que a dupla ali estava formada, pois quando ficamos sabendo que íamos fazer o teste juntos já trocamos ideia e a partir desse momento os personagens começaram a tomar forma".

No depoimento tanto de Ana Hamzi e Cláudio Márcio, quanto do diretor Leonardo, pôde se perceber a preocupação em agradar o público infantil, pois, além de serem espectadores especiais, que merecem todo carinho, as crianças formam um público verdadeiro, exigente e sincero que requer muita entrega e intensidade por parte de todos e todas presentes no palco e bastidores.

Parece que "O Sonho das Pérolas" está alcançando o objetivo pois, Cláudio Márcio demonstrava gratidão, felicidade e satisfação por ter todos os dias, durante duas semanas a casa cheia, com lotação máxima, coisa que, segundo ele, em mais de 30 anos de teatro não se lembra de ter acontecido com ele. Outro desafio que vai sendo conquistado é a formação de público para a posteridade, sobre esse assunto o diretor Leonardo conceituou: "o espectador infantil de hoje é o nosso espectador adulto de amanhã, e que a construção do público futuro é de suma importância para a sobrevivência do teatro".