Coberturas
Exposição de Patrícia Calmon no CCBB em BH
Sou Café, localizado no CCBB, 17/01/2019
Por Luiza Miranda
A abertura da exposição da artista plástica Patrícia Calmon ocorreu no Sou Café, localizado no CCBB – Centro Cultural do Banco do Brasil, no dia 17 de janeiro, onde estão expostas expressivas telas de sua autoria, em evento promovido por Manoel Hagen.
Artista autodidata, a mineira Patrícia Calmon possui uma vasta gama de obras de arte no Brasil e na Europa. Desenvolveu suas próprias técnicas através de diversas experimentações durante os vinte e cinco anos de “trabalho sacerdotal”, que é como ela descreve sua dedicação e paixão pela pintura. Sendo que continua seu crescimento artístico, dedicando à arte com a mesma disciplina, zelo e vigor.
Suas pinturas são dotadas de símbolos idealizados pela artista que remetem a conflitos internos da humanidade, revelando diversos sentimentos como repressão, castração e exaltada libido, apresentando um trabalho intrigante e provocativo. Mas portadoras também de beleza, ilustradas por elementos que evocam sua influência em estudos na área da metafísica, principalmente hinduísmo e budismo, representadas por elementos orientais místicos.
Os temas podem ser identificados no contexto histórico não só do Brasil, mas da América Latina, Europa e Ásia. Sua arte pode ser entendida universalmente, podendo ser legitimamente contextualizada dentro dos movimentos surrealistas, expressionistas futuristas e steam punk.
Segundo Patrícia Calmon, a técnica que emprega é mista e utiliza tinta acrílica com outra substância, que ela não pode revelar porque é o segredo do trabalho, sendo que a mistura de ambas resulta em pintar de forma diferenciada. É um processo alquímico, mágico, mediúnico, devido ao fato de pintar com as mãos, sem utilizar pincel. Sua sensação no momento da criação é de entrar em êxtase, um sentimento que não conseguimos sentir na vida cotidiana. A ocasião propicia também um silêncio interior, em comunhão com Deus, no que tange à transformação, importante no meio de exacerbada poluição sonora e crueldade. É um processo espontâneo e instintivo, pois ao iniciar uma pintura ela não sabe o que irá conceber.
“A vida me inspira, assim como a fé, sou uma mulher de fé, budista, acredito em reencarnação, em anjo, arcanjo, querubim, sendo que a pintura me coloca em contato com todos esses seres e creio que eles sabendo disso aparecem para mim. Meu mundo é pautado na fantasia ficcional e me sinto instrumento, um canal de energia para realizar as pinturas. Expresso de forma positiva, mas existe um lado sombrio que temos no inconsciente e dentro disso procuro me comunicar através de uma forma. Existe um vazio que procuramos sempre preencher, inerente a todo ser humano, pois estamos numa dimensão de aprendizado e acho que essa é a minha maneira de suportar a vida, baseado no amor e na pintura”, concluiu Patrícia.
O artista plástico Bráulio Bittencourt comentou: “Sou admirador do trabalho da Patrícia Calmon e venho acompanhando sua trajetória artística. Tenho o privilégio de conhecer a principal coleção de sua autoria, que se encontra na casa de seu irmão querido e grande mecenas, Eduardo Junqueira. Seu trabalho é muito visceral, possuindo uma certa melancolia, porém existe um equilíbrio permeado pela profundidade de encararmos os dilemas humanos com leveza estética e poética. O jogo de cores empregado nas pinturas é muito peculiar, mostrando uma personalidade forte. Ela possui uma característica muito vibrante de pintar com os dedos, como se sua própria carne estivesse expressada nas obras, sendo muito impactante para o expectador, podendo até mesmo ser chocante. Vislumbramos nas pinturas uma vertente surrealista que está acima do mundo real e fazendo um passeio pela riqueza dos detalhes percebemos um universo à parte, criado na imaginação da artista”.
Período: De 17/01 a 17/02 de quarta a segunda, das 10 às 21 hs
http://www.patriciacalmon.com
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