Coberturas
BH sedia Congresso Brasileiro dos Promotores de Eventos
Minascentro, 07/02/2017
Por Ivana Andrade
O panorama do segmento de eventos, com seus desafios, avanços e projeções, foi destacado no primeiro dia do Congresso Brasileiro dos Promotores de Eventos, no Minascentro, na capital mineira. Realizado pela Associação Brasileira dos Promotores e Eventos (Abrape), o encontro reuniu mais de 300 pessoas de várias partes do país. A abertura contou com a participação do presidente da Abrape, Carlos Alberto Xaulim, do secretário de Estado de Cultura, Ângelo Oswaldo, do vereador Léo Burguês, além do presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Agenciamento e de Produções de Eventos Artísticos Musicais e Similares (Sinaprem), Claudionor Costa e, ainda, do presidente da Fundação Municipal e Cultura (FMC) Lêonidas Oliveira e do deputado estadual, Felipe Attiê, que representou o presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (ALMG), Adalclever Lopes.
Para o presidente da Abrape, o congresso é de extrema importância, pois dá mais visibilidade à área de promoção de eventos. Também ressaltou que o diálogo entre os envolvidos no segmento é fundamental, principalmente quando o assunto são abusos cometidos contra a atividade e a categoria. Citou como exemplo o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD), que centraliza a arrecadação e distribuição dos direitos autorais de execução pública musical. “A cobrança de 10% da renda bruta não é taxa, é ser sócio. Isso está errado e não pode ser assim. É uma entidade que tem mais ações na Justiça nesse país”, criticou.
Sobre a cobrança da meia-entrada nos locais de entretenimento, Xaulim disse que é preciso avançar as discussões sobre o tema. “Não tem atividade econômica no Brasil que sofre a violência que nos sofremos. Nos confiscam 50% da nossa receita sem nenhum tipo de benefício ou contrapartida. Está errado. É inconstitucional essa lei. Os estudantes não são todos iguais.”
O secretário de Estado de Cultura, Ângelo Oswaldo, ressaltou que o evento é o “indutor” para o desenvolvimento social e econômico e que, além disso, forma cidadania. “Ele abre as mentes e domina todo processo de transformação que gera emprego e traz maiores rendas para o cidadão e comunidade.” Lembrou que Belo Horizonte é uma cidade com vocação para o turismo de negócios de eventos, pauta que merece atenção da comunidade mineira. “O congresso nos convida a reflexão sobre os caminhos que devemos percorrer”.
Na opinião do presidente da Fundação Municipal de Cultura, Lêonidas Oliveira, é preciso entender que eventos são negócios. Citou que outras cidades, como Rio de Janeiro, representam 18% do Produto Interno Bruto (PIB) anual. ”BH tem se despontado de forma criativa nesse cenário e trazer o congresso da Abrape para cá, nesse momento, é muito importante. È uma oportunidade de analisarmos esse fenômeno com representantes de outras cidades.”
Já para o deputado estadual, Felipe Attiê, é necessário desenvolver o turismo de negócios, mas para tanto tem de haver organização no segmento e padronizar alguns procedimentos, facilitando a vida do promotor de eventos. “Esses profissionais têm muito desafios. Em um evento, por exemplo, pode ocorrer falta de energia elétrica e outros fatores que prejudicam a bilheteria, como roubos.”
De acordo com o vereador e também ex-promotor de eventos Léo Burguês, a cidade só tem a ganhar com a promoção de eventos. "
Nós temos regiões que podem ser utilizadas para isso e que podem ser licenciadas. O promotor de eventos gera empregos e o melhor, alegria. Para mim são guerreiros", afirmou.
A “Gestão de espaços para eventos” foi um dos temas dos painéis. O assunto foi abordado pelo presidente da Opus Promoções, Carlos Konrath, pelo diretor executivo do Grupo ALL de entretenimento, Doreni Caramori Junior e pela diretora do Teatro Bradesco, em BH, Wanderleia Magalhaes Azevedo. Todos apresentaram dados sobre os locais onde administram, como número de eventos, total de funcionários, capacidade e estrutura das casas, entre outros.
Outro tema debatido no primeiro dia do Congresso foi a “Indústria criativa”. O assunto foi apresentado pelo ex-chefe de gabinete do Ministro da Cultura Gilberto Gil e editor de importantes jornais brasileiros, Sérgio Sá Leitão. De acordo com ele, a economia criativa tem crescido no país e reúne os segmentos culturais e serviços criativos. “É um setor que gera bens e serviços e se distingue dos demais, pois tem valores econômico e simbólico”.
Por último, o tema “Patrocínios e financiamento público da cultura – benefícios e dificuldades”, apresentado pelo advogado e palestrante, Fábio de Sá Cesnik. Um dos pontos destacados por
ele foi a Lei Rouanet, que deve ter outro olhar após a descoberta da operação Boca Livre pela Polícia Federal. “Por esse motivo devemos nos atentar quanto a questão dos financiamentos desde o pedido até mesmo a relação com as empresas. É fato que ninguém quer estar envolvido em coisas erradas e o financiamento deve ser observado sempre em alguns quesitos: como isso vai impactar na marca da empresa e como o recurso poderá ajudar", explicou.
A produtora cultural, Elisa Dias, disse que o Congresso é fundamental para fortalecer a produção de eventos, além de trocar experiências entre pessoas da área de outros lugares do Brasil.
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