Coberturas

O Conselho Regional de Profissionais de Relações Públicas promove conferência sobre Responsabilidade Pública

Eneida

Câmara Municipal de Belo Horizonte, 20/02/2020
Por Luiza Miranda

A Câmara Municipal de Belo Horizonte sediou a conferência “Propósito de presente: interações sobre os dias atuais e futuros da Responsabilidade Pública no Trabalho”, no dia 20 de fevereiro, data comemorativa ao Dia Mundial da Justiça Social, recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Idealizado pelo CONRERP3 - Conselho Regional de Profissionais de Relações Públicas da 3ª Região, o evento contou com as parcerias dos conselhos regionais de Administração (CRA-MG), Engenharia e Agronomia (CREA-MG), Psicologia (CRP-MG), além do ICLEI (Governos Locais pela Sustentabilidade) e do Centro Universitário Una. 

O objetivo da conferência foi promover debate sobre a importância da atuação profissional como ferramenta transformadora da realidade, com base no tema central “Trabalho e habilidades do presente”. E apresentou palestras ministradas por profissionais renomados, que dissertaram sobre diversos temas relevantes, pontuados a seguir.

Anita Cardoso, Presidente do Conrerp3, que explanou sobre “Comunicação Pública requer Responsabilidade pública”, comentou: “Sou relações públicas, presidente do Conselho Regional de Relações Públicas, Minas Gerais, Espírito Santo e atuo na Fundação João Pinheiro como assessora de comunicação. O Conselho Regional de Relações Públicas, entidade ligada a área da comunicação social, há algum tempo criou um manifesto pensando na responsabilidade pública. Então por que não falar no assunto no Dia da Justiça Social, que é tão abrangente e coerente?”.

“Considero o foco da minha palestra como um chamamento, mais do que falar algo, instituir ou ensinar algo. Foi uma provocação do que estamos ouvindo hoje nas comunicações a respeito   de como as figuras públicas, sejam elas dos maiores ou dos menores escalões, estão se posicionando e realmente tendo responsa. E o evento trouxe, além da minha fala, o repensar da comunicação pública e fortalecer esta premissa, visando a união para igualdade e não para desigualdade para o ódio ou intolerância. Outros profissionais de comunicação mostraram a importância da responsabilidade pública em diversas áreas da sociedade e como isso tudo é importante num dia tão especial da Justiça Social e esse é o legado que queremos deixar”, salientou Anita.

A palestra magna "Justiça Social e Contemporaneidade: Os desafios da sociedade internacional” foi ministrada por Rodrigo Perpétuo, Secretário Executivo ICLEI (Governos locais pela Sustentabilidade) SAMS, que enfatizou: “O encontro reúne profissionais do meio da comunicação, especialmente os profissionais de relações públicas, mas também conselhos de profissionais da psicologia, da engenharia, da administração, que comungam do princípio da responsabilidade pública nas profissões. E acho que é uma contribuição do Conselho dos Profissionais da Relações Públicas muito pertinente no momento em que o mundo e o Brasil enfrentam diversas situações que colocam em cheque a prevalência do interesse comum da ética e o do interesse público exatamente”.

“Estamos passando por um momento que não é muito satisfatório, produtivo e feliz, principalmente para os menos favorecidos. Daí a importância da política no momento em que a mesma está desgastada e descredenciada. A única saída que temos de fato é a consciência cívica das pessoas, trazendo à tona a informação correta para que as pessoas possam dar resposta pela via democrática e na vida prática. Ela deve favorecer a boa política, aquela feita em prol da cidadania e em prol do interesse comum”, finalizou Rodrigo. 

Annemarie Richter, em sua dissertação sobre “Comunicação pública e conflitos no território”, considerou: “A forma de fazer comunicação precisa ser absolutamente modificada, se quisermos ter uma atuação positiva dentro de alguns territórios, ou seja, de múltiplos olhares e pessoas que dominam o mesmo. Os conhecimentos podem ser muitas vezes absolutamente distintos daquele que, quando estrangeiros, chegamos em determinado território”.

Flavia Bretas, ressaltou “Sobre o ODS 5, a Igualdade de Gênero aplicada na prática”: “Deverá haver maior participação das mulheres dentro do sistema para garantir suas atividades plenas, a fim de proporcionar liderança em todos nas tomada de decisão na vida política, econômica e pública. Aumentar o uso tecnologia de base em particular a informação, promovendo o empoderamento das mulheres. Adotar, fortalecer políticas sólidas e legislação para promoção da igualdade de gênero, de oportunidades e o empoderamento das mulheres em todos os níveis”.

Andrea Alcione, professora da PUC Minas, que falou sobre “A diversidade nas organizações e a questão do mérito”, comentou: “O racismo estrutural e o machismo não existe somente com a questão da cor, mas também muito em relação às mulheres. Ele está presente constantemente nas nossas vidas, sendo importante refletir sobre alguns pontos da nossa conjuntura atual, dentro de um país aonde permeia a retirada de direitos trabalhistas e previdenciários”.

“Há cinco anos trabalho com essa questão de gênero e raça nas organizações. O que eu acho mais importante é o papel fundamental das organizações para redução da igualdade de gênero, principalmente com relação à questão racial, que é mais complicada nestes territórios. Na minha pesquisa observei que o tema é sempre alvo de chacotas, não somente advinda dos gestores, mas também da população que trabalha numa organização. As pessoas não estranham quando, por exemplo, um negro ocupa uma cadeira de executivo e não reconhecem que aquele profissional também fez por merecer. Dessa forma, acho que as organizações necessitam ficar atentas a esses sinais de discriminação, visto que isso faz com que a população negra sofra muito e em silêncio”, concluiu Alcione.

Lourdes Machado, abordou sobre o assunto “A saúde do trabalhador e da trabalhadora e o papel da Psicologia no âmbito da saúde pública”, enfatizou: “Pelo fato de passamos muito mais tempo no trabalho do que em casa, temos que começar a pensar no cuidado e na mudança de perspectivas desse trabalho. Assim como a noção de medidas que afrontam diretamente políticas públicas, que inclui o SUS. Visto que a reforma trabalhista impacta diretamente nas políticas públicas, devemos pensar sobre a idade que vamos aposentar?”.

Na palestra final, Maria das Graças Murici, falou sobre “Transformação digital - mudança de mentalidade” e endossou: “É importante a celebração de acontecimentos positivos em nossas vidas. Se conquistamos alguma coisa positiva, devemos vibrar e celebrar”.

Fotos: Rodolfo do CRA-MG
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