Coberturas

As talentosas artistas Marina Machado e Celinha Braga se uniram em projeto para toda a família As cantoras mineiras mergulharam num baú de memórias, saindo com os bolsos recheados de linhas, agulhas, canções e ideias. E o resultado foi mostrado no espetáculo na CBOM – Celinha Braga Oficina de Música, dia 24 de março, onde apresentaram um repertório cantado ao longo das aulas, além de uma bela seleção de músicas e recursos cênicos.

O musical é dedicado a um público de todas as idades e as canções selecionadas incluem músicas que fazem parte da memória afetiva do brasileiro. Marina Machado e Celinha Braga cantam em duo, tocam guitarra, violão, ukulêle e kantale. São acompanhadas pelo músico Claudio Kiari nos vocais e guitarra, pela cantora Ana Clara nos vocais, pelo músico e engenheiro de som Vinni. O canto é brejeiro, brasileiro, mas a roupagem, os timbres das guitarras e os loops, que incluem sons eletrônicos delicados, traduzem contemporaneidade ao espetáculo.

Pensando em crianças de 0 a 7 anos, que necessitam de atividades estimuladoras, o roteiro para do show alterna músicas e vinhetas de sons de mar, de trem, cantos de pássaro, caixinhas de música e outros barulhinhos da vida. A intenção é propiciar à criança vivência de períodos alternados de expansão e concentração, a fim de proporcionar “conforto” e aguçar sua criatividade. Para os mais velhos são trabalhadas a memória, a emoção e a inspiração.

A trilha do show conta com sucessos que remetem à nossa infância, como Bolinha de Sabão, de Orlandivo, marchinhas antigas como Upa Upa (Trolinho) de Ary Barroso e a Dança do Ganso de Nilton Paz. Algumas canções mais atuais, como Semente do Amor, da banda A Cor do Som, Clara e Ana, de Joyce. E as que fazem rir: Maria Mole, de Rita Lee, Vento, de Toquinho e Vinícius, uma versão lúdica do Rock das Aranhas, de Raul Seixas e uma dos Beatles.

A diretora da escola CBOM, Celinha Braga, salientou que há quinze anos, trabalha com música e realizou vários shows. A partir de uns dois anos atrás desenvolveu um projeto que visa contribuir com alunos com mal de Parkinson e Alzheimer, visto que cuidou de seus pais e gosta de trabalhar com idosos.

“Perguntei para as pessoas sobre as músicas que ouviam na infância, a fim de trabalhar o resgate da memória. Por coincidência, ao conversar com a Marina, descobri que ela estava fazendo uma pesquisa acerca do universo das crianças e sobre o que os pais cantam para as mesmas. Assim, nos unimos, desenvolvemos um musical com formato lúdico, que contempla os idosos e os mais jovens. A Marina trouxe ensinamentos quanto ao crochê, assimilados na Escola Waldorf, onde seus filhos estudam e elaboramos diversos adereços. É um trabalho que está em construção, mas que considero muito importante neste mundo tão cerceado pela violência. Estamos buscando a linguagem da volta do simples, trabalhando com vários elementos, no intuito de resgatar memórias”, concluiu Celinha.

A cantora Marina Machado comentou: “Fizemos o espetáculo “Mari e Celi estão na cidade”, dedicado às crianças e também aos mais velhos, aos avós, filhos e netos. Percebemos que existe uma ligação muito grande, através das músicas, com os mais idosos e os mais novinhos. As músicas antigas possuem uma doçura e uma forma lúdica de dizer coisas da vida que todos adoram e, dessa forma, a nossa pesquisa se pautou em agradar duas gerações muito queridas. Quando iniciei minhas atividades artística, a Celinha já fazia dupla com a irmã, Lu Braga, são duas grandes cantoras que muito admiro. Construímos o espetáculo em família, sendo que a Júlia Braga, filha da Celinha, junto com o Eduardo Macedo, criaram o figurino e o cenário. Elaborei todos os objetos de cena e adereços em crochê, pois o fazer tão antigo desta atividade está voltando para as novas gerações. Esse aprendizado vai de encontro com as formas de concentração para as crianças, assim como levantar a autoestima e outros. Faremos apresentações em vários locais e pretendemos levar o musical por todo o país”.