Coberturas
Abertura da mostra "Brecheret Modernista - A Imagem Indígena como Símbolo de Brasilidade” em BH
Museu Inimá de Paula, 03/04/2023
Por Luiza Miranda
No Museu Inimá de Paula, em Belo Horizonte, foi inaugurada a mostra "Brecheret Modernista - A Imagem Indígena como Símbolo de Brasilidade”, que contempla obras de um dos maiores ícones modernista da escultura, com visitação gratuita até dia 25 de junho.
O evento, que conta com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, via Lei Federal de Incentivo à Cultura, é um projeto do Instituto Victor Brecheret. Reúne cerca de 30 esculturas e 20 desenhos originais, além de obras e reproduções assinadas por outros artistas.
Victor Brecheret (1894-1955) foi um escultor ítalo-brasileiro, considerado o introdutor da arte moderna na escultura brasileira. Participou da emblemática Semana de Arte Moderna em 1922 e é também o autor da obra “Monumento às Bandeiras”, localizada no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Em 1955, expõe na 3ª Bienal Internacional de São Paulo e, em 1957, é homenageado postumamente com sala especial na 4ª Bienal.
Segundo Maria Aparecida Brecheret, vice presidente do Instituto Brecheret, fundado em 1999, o objetivo do instituto é divulgar a obra do Brecheret de diversas formas. “Tivemos a oportunidade de estarmos presentes nessa exposição, que faz parte de um projeto itinerante, pois poderá ser vista em Belém e em São Luiz do Maranhão, com o patrocínio do Instituto Cultural Vale.”
“Essa mostra é super importante porque apresenta uma visão de das obras indígenas de Brecheret, que é sua fase final. Assim como mostra uma introdução de sua fase na Europa, de onde ele trouxe duas esculturas de Roma. Ao retornar, conseguiu um atelier no Palácio das Indústrias em São Paulo e foi descoberto pelos modernistas. Depois permaneceu quinze anos na Europa e adentra no estilo art déco, uma fase muito importante na sua trajetória. Nesse meio tempo ganhou uma bolsa para estudar em Paris, mas estava sempre focado nos temas brasileiros.”
“Voltou para o Brasil em 1936, quando começou a fazer o “Monumento às Bandeiras”, no qual ele quis homenagear o povo brasileiro e etnias, como a Itália, visto nasceu nesse país. Criou outras grandes obras, seguiu pautado na arte indígena, em temas religiosos, em elementos brasileiros, inclusive da fauna da Ilha do Marajó. Portanto, essa exposição é muito importante porque apresenta sua fase final, ilustrada por elementos indígenas”, concluiu Maria Aparecida Brecheret.
A curadora da mostra, Maria Izabel Branco Ribeiro, graduada em Educação Artística e doutora em História da Arte, salientou:
“A exposição permite vários cruzamentos, como a formação da linguagem do Brecheret com a tradição captada do seu primeiro estudo na Itália até 1919. Assim como a questão da art déco, que simplificou as formas tensas e dramáticas do seu primeiro estudo, mas se transformaram em volumes mais uniformes.”
“Quando ele retorna definitivamente ao Brasil, em 1936, o interesse dele pela cultura e raízes brasileiras começa a aflorar a partir do projeto do “Monumento às Bandeiras”.”
“Um ponto muito importante em suas obras se pauta no interesse pela imagem indígena ao escutar todas as noites o programa de rádio “Repórter Esso” e cine jornal do Jean Manzon, que ilustra a expedição dos Vilas Boas, e também pelas fotografias, revistas e nos documentários desse repórter fotográfico, exibidos nos cinemas antes dos filmes.”
“A partir dessas informações, Brecheret cria desenhos que são transformados em esculturas, nas quais podemos observar a onça, o veado e o indígena, entre outros”, salientou Maria Izabel Branco Ribeiro
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