Coberturas

Com um projeto ousado e inédito, que traz uma pegada mais pop, Djavan subiu ao palco do KM de Vantagens, em Belo Horizonte, na noite desse sábado (06/04). O relógio marcava quase 22h30, quando o músico apresentou ao público sua turnê inspirada no novo álbum “Vesúvio”.

A última vez que o alagoano, dono de uma das principais vozes da MPB, se apresentou em BH foi há dois anos, quando trouxe aos Djafãs a turnê “Vidas Pra Contar”. E, apesar de ter passado esse período longe dos palcos belo-horizontinos, pela recepção calorosa e cheia de aplausos dos mineiros, o artista não decepcionou. 

Aos 70 anos de idade, acompanhado dos companheiros de banda - o baixista e vocal Arthur de Palla, o guitarrista, violonista e vocal João Castilho, o baterista Felipe Alves e os pianistas Paulo Calasans e Renato Fonseca - Djavan esbanjou estilo em seu figurino e mostrou que além de cantor e compositor é dançarino. Improvisou vários passos de dança, embalando em uma só voz e um só ritmo todos os presentes. 

Apresentou canções de seu novo trabalho, como “Solitude” e “Vesúvio”, mas foi com os clássicos incorporados ao repertório como “Eu te devoro”, “Se”, “Flor de Liz”, “Samurai”, “Um dia frio”, “Oceano”, “Sina” e “Seduzir”, que Djavan provocou uma profunda imersão dos presentes. 

E, exatamente, com seus clássicos, para alegria da plateia que compunha a área vip, o artista convidou o público para romper o cordão de isolamento e ir para mais próximo do palco. Djavan fez questão de se abaixar vários vezes para pegar nas mãos e saudar as pessoas. 

Que a música de Djavan ultrapassa gerações, não é novidade para ninguém. Prova viva da teoria é a presença da fã Yara Vespasiano, professora aposentada, que acompanha o trabalho do músico há mais de 40 anos e influenciou seu filho, nora e até o neto. “Há mais de 10 anos venho aos shows e, dessa vez, não vim sozinha, trouxe meu filho e minha nora. Lá em casa é assim, ensinei meu filho a gostar e hoje até meu netinho canta. A música dele vai se perpetuando e alcançando gerações”, comemora a Djafã.

A história da professora aposentada com o músico, começou quando ela tinha apenas 15 anos, hoje aos 57 relembra os momentos com emoção. “Eu, minha irmã e umas amigas estávamos assistindo a um jogo de futebol que acontecida antigamente no Clube dos 7, aqui em BH. Quando finalizou, fomos próximo ao gramado e minha irmã disparou: ‘gente é o Djavan!’. Ninguém havia percebido até então que era ele e todas começaram a gritar, mas eu permaneci em silêncio. Djavan saiu de onde estava, passou por elas sem dizer nada, pegou em minha mão e a beijou. Fiquei bastante tempo sem lavar a mão (risos). Desde aquele dia, sou apaixonada por esse grande artista”, relembrou. 

Sobre o show Yara completa: “foram momentos incríveis de alegria, misturados com afeto, amor e simplicidade. Magnífico, esplêndido, um artista completo, um verdadeiro poeta”, finalizou. 

Mais do que o 24º álbum 

A turnê “Vesúvio”, que carrega o nome do 24º álbum de Djavan, começou a percorrer o país em março deste ano e já desembarcou nas cidades de Santos e Rio de Janeiro e, agora, em Belo Horizonte. Na agenda do artista, ainda têm datas confirmadas para outros lugares do Brasil, mas também inclui espetáculos em países da América do Sul como Argentina, Chile e também sobrevoará o Atlântico, desembarcando em Portugal e outros lugares.