Coberturas
Reinauguração do Teatro Marília alegra os belo-horizontinos
Teatro Marília, 09/05/2014
Por Elmo Gomes
Belo Horizonte nos anos 60 ganhou de presente uma das mais belas construções do Brasil, voltadas para a arte, o Teatro Marília. Hoje ao completar 50 anos o Teatro Marília passou por uma grande reforma e foi devolvido ao povo belo-horizontino, mineiro, brasileiro. Moderno, sofisticado, com uma nova tecnologia de ponta, mas sem perder seu charme e mantendo seus principais traços arquitetônicos que o consagraram em sua áurea existência.
A reinauguração do Teatro Marília se deu no dia 09 de maio de 2014, com uma solenidade à altura que ele merece. Aberto ao público às dez horas deste marcante dia, o Marília se mostrou oponente e lindo aos olhos vislumbrados dos visitantes.
A solenidade teve início com a apresentação do grupo do Curso de Iniciação em Patrimônio Imaterial, ministrado dentro do projeto da Prefeitura, o Arena da Cultura. O grupo, comandado neste dia pela professora Maíra Cesarino, apresentou a Dança do Boi, que pode assumir vários nomes de acordo com a região, como Boi de Manta, Boi de Reis, Boi de Mamão, e o espaço do hall de entrada do Teatro foi tomado pelo som dos tambores e pelas cantigas cantadas pelas dançarinas e entoada pelos presentes. Como o “Boi” é uma dança folclórica, do povo, ela é muito carismática e é impossível não se deixar encantar por ela e participar de forma ativa e foi o que aconteceu, o “Boi” trouxe a magia e a força da arte e dos espíritos folclóricos para abençoar a reabertura deste local de tantos encontros e produções artísticas ao longo de sua existência e resistência.
A parte formal do evento foi aberta com a fala da Arquiteta responsável pela obra de reestruturação do Teatro, Michelle Ziad, que apresentou as mudanças e as restaurações realizadas em todo teatro. Segundo Michelle o palco conhecido por suas dimensões favoráveis em altura, largura e profundidade, ganhou mais três metros de extensão. A acessibilidade também foi favorecida na reforma e rampas de acesso e cadeiras especiais para obesos e idosos foram instaladas. Michelle Ziade ainda destacou que a proposta foi pensada em sustentabilidade, utilizando materiais reaproveitáveis, luzes de led no sistema de iluminação e estruturas de fácil manutenção. A administração do local ficará a cargo da Fundação Municipal de Cultura que, em breve, lançará edital público de ocupação do teatro por grupos de música e artes cênicas.
Para fazer o primeiro espetáculo no novo palco do Teatro Marília foi convidada uma das maiores cantoras da atualidade no Brasil, a cantora Dona Jandira, que abrilhantou a manhã de todos com sua bela voz e encerrou seu show pedindo a participação de todos em uma bela homenagem ao samba cantando a música “Não deixe o samba morrer”, de Alcione, com o público respondendo de forma magistral a Dona Jandira e formando um belo coral.
A cerimônia teve continuação com as falas do Prefeito Márcio Lacerda e do Secretário Municipal de Cultura Leônidas Oliveira que argumentaram sobre a importância de se recuperar um prédio que tem uma importância ímpar para a classe artística da cidade e do estado.
O Prefeito foi convidado a entregar algumas placas de homenagens às pessoas que foram e são de suma importância para que esse projeto chegasse ao fim. Representando a classe artística destaco a presença de Wilma Henriques, a eterna dama do teatro de Belo Horizonte e a atriz Priscila Borges, que participou do primeiro espetáculo exibido no Teatro Marília. Priscila disse que ficou emocionada ao voltar no Teatro Marília após 30 anos e reencontrar grandes amigos e ainda poder ver o Marília totalmente reformado e pronto para servir artistas e públicos de forma honrosa e profissional.
Durante as homenagens foram lembrados também trabalhadores dos bastidores do Teatro Marília, como a camareira “Naná”, que se emocionou e passou esse sentimento a todos os presentes, ao receber das mão de Márcio Lacerda a placa de homenagem em seu nome pelo carinho e dedicação com sua profissão durante mais de 30 anos no Teatro Marília.
A presença mais celebrada e acredito que a pessoa mais emocionada foi Marília Salgado, filha de Clóvis Salgado, cujo nome do Teatro foi escolhido por seu pai em sua homenagem. Marília disse que tem muito orgulho de compartilhar este nome com o Teatro e que foi extremamente emocionante e gratificante poder representar seu pai em tal momento tão importante para a vida artística e cultural de nossa cidade.
O Teatro Marília está de volta, imponente e mais moderno pronto para receber o povo belo-horizontino e mineiro, público que se mostra cada vez mais apaixonados por teatro e pela cultura local.
Fotos: Elmo Gomes
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