Coberturas
A exposição coletiva de artes plásticas, “Seres brincantes”, acontece na Galeria de Arte PIC Cidade
Galeria de Arte PIC, 10/05/2018
Por Luiza Miranda
Inaugurada na Galeria de Arte PIC Cidade a coletiva “Seres brincantes”, no dia 08 de maio, apresentando 30 obras de artistas plásticos consagrados que, guiados pela importância do brincar, convidam o público a refletir sobre a vivência integral da infância e a preservação da capacidade lúdica nas demais etapas da vida.
O evento, idealizado pelas artistas plásticas Letícia Pinto, Nina de Souza-Lima e Ana Guimarães, possui a curadoria de Guiomar Lobato e coordenação de Fátima Mirandda.
O objetivo do projeto é incentivar o resgate de aspectos favoráveis à vivência lúdica da criança - e de corpo inteiro - em meio às invasões da tecnologia e da informação, bem como a refletir sobre a ludicidade, enquanto necessidade das demais etapas da vida.
A mostra reúne obras produzidas anteriormente e também criadas para este projeto, tendo como sub-temas os meios pelos quais as crianças encontram o espaço/tempo do brincar: parque de diversões, brinquedos da natureza, brinquedos construídos, brinquedos comprados, o faz-de-conta, o fazer artístico, a contação de histórias e outros.
Participam da exposição os artistas Ana Guimarães, Andreza Nazareth, Belkiss Diniz, Clélia Lemos, Eliana Martins, Eliz Machado Dias, Fátima Mirandda, Fátima Santiago, Iara Abreu, Letícia Pinto, Marília Pierazoli, Nina de Souza-Lima, Rui de Paula, Vânia Braga, Willi de Carvalho, Yara Tupynambá e Zanne Neiva.
A curadora da coletiva e crítica de arte, Guiomar Lobato, considerou: “Recebi o convite para participar através da Fátima Mirandda e, quando ela me explicou qual seria o tema, assim como a lista das artistas expositoras, aceitei prontamente. Fiquei surpreendida ao ver as obras porque todas estão de nível muito bom e observei que nenhum artista saiu do tema ao retratarem as brincadeiras infantis. Apesar de cada artista com sua linguagem, terem criado uma lembrança familiar, senti que eles fizeram os trabalhos com prazer, produzindo obras caprichadas, chamando a atenção dos presentes. Foi uma experiência inusitada e fiquei feliz em compartilhar”.
De acordo com Fátima Mirandda, a sua obra “Pé de Lata”, associa a bidimensionalidade, o relevo e a tridimensionalidade, numa só peça. O trabalho convida o observador a uma interação com o brinquedo que está ali ao seu alcance, instigando-o tocar a obra. A obra mostra uma figura de criança segura de si. Realizando a intenção da artista, oferecendo ao observador seus pés de lata para também brincar. O esforço, equilíbrio e a imaginação fazem parte da tentativa de transformar os pés de lata num objeto mágico; de tornará possível uma jornada pouco comum, com muitos obstáculos, definindo as capacidades e habilidades de cada um.
Segundo Letícia Pinto o projeto nasceu bem pequeno através de uma conversa com Nina de Souza-Lima e Ana Guimarães, que vislumbraram o desejo de fazer uma exposição em Belo Horizonte. Convidaram os amigos artistas e houve uma grande adesão, pois o tema é muito importante. A mostra, que acontece em maio, contempla a semana do brincar, visto que no mundo existem alguns países que comemoram a data na última semana de maio. O brincar ultrapassa a fase infantil e não é exclusivamente devido ao trabalhar com brinquedo, sendo uma atividade lúdica na qual as pessoas se entregam espontaneamente. Para o adulto é um fabuloso antidepressivo, facilita o convívio e torna as pessoas mais flexíveis.
“O foco da exposição é voltado para a infância e os artistas se apoiaram no brinquedo e na brincadeira, no espaço tempo em que a criança consegue encontrar esse momento de curtir a ludicidade. Temos obras que são bastante pontuais na importância do brincar como, por exemplo, a escultura “Oba, conseguimos”, de Eliz Machado Dias, apresentando dois conceitos importantes, da brincadeira que é a maneira pela qual a criança consegue vencer os desafios e também a questão do brincar juntos, mostrando a importância da sociabilidade. Uma outra obra ilustra como a simplicidade no brincar instiga a fantasia, são as bonecas de pano, que mais do que um brinquedo, demanda da criança o uso da imaginação, ativando a generosidade e desenvolvimento. Temos que preservar o ser brincante que um dia fomos, pois é uma necessidade, assim como o sonho, que também faz parte do brincar. Foi uma alegria muito grande realizar a coletiva que reúne pessoas portadoras de um trabalho maravilhoso, cuja proposta está voltada para o resgate da infância e incentivar brincadeiras que caíram no ostracismo”, concluiu Letícia.
A exposição fica em cartaz no PIC até 31/05/2018 Galeria de Arte PIC Cidade, na Rua Cláudio Manoel, 1185, Funcionários, Belo Horizonte
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