Coberturas

Uma noite de festa, prestigiada pela presença de célebres convidados e muita alegria, coroou a abertura da exposição “Reminiscência”, da artista mineira Vânia Braga, no dia 16 de maio. A mostra conta com os famosos felinos feitos pela escultora e com peças lúdicas de sua nova fase artística, retratando as brincadeiras infantis das décadas de 60 e 70.

A artista estuda esta etapa há três anos, sendo que as esculturas identificam as memórias das brincadeiras de sua infância de forma lúdica e vibrante. São vivências que raramente existem hoje, pois na época eram utilizados vários brinquedos, atualmente desconhecidos, construídos pelas crianças. Ao todo estão reunidas 36 peças que unem os trabalhos com os felinos, outros animais e as novas esculturas.

Surpreendendo mais de quatrocentos convidados no evento, as obras geraram emoção aos presentes, que vislumbraram suas próprias recordações da tenra idade, assim como emitiram opiniões sobre novas idéias para futuros trabalhos da artista.

“As reminiscências de minha infância caminham junto com os felinos, indo de encontro com as novas esculturas, como a do boneco Pinóquio, que é totalmente articulada. O vernissage contou com a presença de muitas personalidades e colecionadores de vários locais, que admiraram minhas obras de arte, ocasionando uma disputa das mesmas. O evento superou todas as minhas expectativas e agradeço o carinho de todos que estiveram no local, o que me proporcionou muita felicidade”, salientou Vânia.

O trabalho de Vânia pode ser visto em diversas partes de Minas Gerais como: a escultura “Maternidade”, que se encontra no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte; a escultura em tamanho real do médium Chico Xavier, na cidade de Pedro Leopoldo; um monumento em tamanho natural denominado “Imigrante Libanês”, no Centro Comercial de Teófilo Otoni e a obra intitulada “Eterna Modernidade”, no Conjunto Moderno da Pampulha, que ilustra uma cena real ocorrida no ano de 1942, entre o então prefeito Juscelino Kubitschek, o arquiteto Oscar Niemeyer, o artista plástico Cândido Portinari e o paisagista Roberto Burle Marx.

Nascida em Pedro Leopoldo, Vânia é filha do artista plástico Alberto Braga, cresceu em meio a outros artistas e aos trabalhos no ateliê de seu pai, inspirando para brincadeiras com argila enquanto criança, até que se tornasse profissão quando adulta.

Por algum tempo Vânia pintou telas no estilo figurativo, impressionismo e abstrato, porém acabou indo para o mundo das esculturas, após se guiar através do trabalho da escultora Sônia Ebiling. Aprimorou sua técnica para chegar à criação de seus felinos e outros animais, que são sua marca registrada. Bronze, mármore reconstituído e resina cristal com tinta automotiva são alguns dos materiais utilizados na confecção das peças.

O marchand e curador da exposição Vitor Braga, comentou: “Esta é uma exposição única da Vânia visto que, após explorar a força dos felinos, ela se encontrou com uma temática que é universal, cujas obras remetem a uma infância saudável, que todos se identificam, mas não encontrada nos dias atuais. Além do aspecto cultural, a mostra também possui uma conotação didática, pois os educadores necessitam entender que as crianças devem se afastar da máquina. Precisamos trazer as mesmas para o prazer de se encontrar em momentos preciosos do dia-a-dia como, por exemplo, subir num pé de manga e outros. Hoje temos um ataque imenso da tecnologia, muitas vezes perverso, que nos leva a ver infâncias um tanto perdidas. É importante os pais acordarem para esta realidade, trazendo seus filhos para serem felizes como uma criança de verdade”.

A exposição “Reminiscências” acontece até o dia 30 de junho, no Museu Inimá de Paula.