Coberturas

Tacho de Cobre novamente liberado para comunidade doceira

Atacho

Museu das Minas e do Metal, 30/06/2022
Por Lídia Sucasas

Gerdau – Museu das Minas e do Metal recebeu no dia 30/06, quinta-feira, em sua Praça de Convivência, um grupo de pessoas para ser  realizado de forma híbrida com transmissão ao vivo no canal do Youtube do MM Gerdau, tendo como tema: Encontro “A tradição do Tacho de Cobre e outras tradições da Cozinha Mineira”.

O encontro teve como protagonista, o “Tacho de cobre”, utensílio tradicional no setor e na comunidade doceira, que desde de 2007 estava restrito. O objetivo desse encontro foi disseminar a informação à comunidade doceira e gastronômica de plantão, contando que desde do ano passado a lei que restringia uso do tacho de cobre teve a sua lei revogada e voltou a ser liberado, sem a necessidade de ser revestido por outros materiais. O que representa uma conquista para a Cultura Alimentar Mineira. Tudo graças ao esforço coletivo de amantes da culinária e das tradições mineiras.

O evento foi transmitido sob a direção de Luciano - diretor de eventos do Museu Gerdau, assim que deu início ao bate-papo presidido pelo mediador Alexandre Milagres (gestão de Museus). Os palestrantes foram: Rosilene Campolina – professora de gastronomia da UNA e proprietária do Portal Cheachef, Márcia C. Nunes (Restaurante dona Lucinha), José Lúcio M. Ferreira – (Expocachaça), Gláucio Peron (Doces da Roça- Poços de Caldas) e Flávio Trombino (Rest. Xapuri).

Durante as mediações foram abordados vários assuntos sobre o tacho, desde a sua história, seu uso na comunidade doceira, curiosidades, memórias afetivas, a sua importância na economia e principalmente, a liberação desse utensílio. No uso culinário de um dos mais preciosos “ingredientes” de nossa Mineiridade e como hoje a culinária e doceria têm auxiliado em vários segmentos do turismo em todo território brasileiro.

Os palestrantes ficaram entusiasmados com a oportunidade de falarem para o público presente e remoto ao mesmo tempo. De acordo com Márcia Nunes, “O Tacho é uma extensão do amor. Devemos enaltecer as mulheres que construíram e contribuíram para a excelência da cozinha mineira”. Já Gláucio Peron diz: “ A cozinha mineira é sempre um conjunto. Ela é plural e não singular. O tacho representa a afetividade e o que seria a cozinha mineira sem o tacho”. Segundo ele, a importância do doce na economia mineira, seria comparar as 700 fábricas de doces registradas com o número de municípios de Minas Gerais, ou seja, quase uma fábrica de doce por município, fora as que não são registradas. 

Conforme José Lúcio, responsável pela Expocachaça – trouxe em sua memória afetiva, que todo doce era feito no fogão a lenha e no tacho de cobre. Relembrou que em sua infância ao visitar uma amiga da família, na sala, havia uma cristaleira cheia de compoteiras com os mais diversos tipos de doces e que ele os escolhia através das cores. Ele também ressalta que o importante é o que o “tacho de cobre” proporciona  felicidade às pessoas. 

Flávio Trombino comenta que na celebração e patrimonialização da cozinha mineira, considera que o melhor utensílio para representar a doceria mineira é o tacho de cobre. “ É mais fácil proibir do que educar e as pessoas que estão sem informação”, diz Rosilene Campolina. Como curiosidade ela ensinou a limpar o tacho de cobre com sal e limão para a retirada da Zinabre (camada esverdeada que se forma na superfície do tacho) e Márcia complementou explicando, que o tacho não se enxuga. Tacho seca no fogo ou no sol e assim ele terá novamente aquele brilho encantador. Aproveitando a fala, Gláucio explicou sobre o machetado encontrado nos tachos, que serve para melhorar a resistência e que quando o tacho furava, antigamente eram os ciganos que os restauravam.

Em um segundo momento foi aberto ao público presente e remoto, um espaço para perguntas e comentários. O público presente contava com representantes do turismo, da Sabarabuçu Meire e Geilson Dantas, Valdelicia, Alexandre Palione participante do Bake off Brasil – (6° temporada), Sérgio Vidiano – Robson (área de vigilância e segurança alimentar), pessoas engajadas na gastronomia mineira.

Finalizando o bate papo, Alexandre pediu a cada palestrante, a sua consideração final e para descontrair, Iatiara Sucasas, declamou a poesia Inhá Pureza” de autor desconhecido. Com a palavra, Rosilene Campolina e José Lúcio divulgaram em primeira mão – sobre o projeto Prêmio da Doceria Mineira - “ patrimônio das pessoas que construíram essa cozinha” e a feira e festival Minas Mais Doce, prevista para ser realizada ainda esse ano, tendo como curadora Rosilene.

No encerramento, a bela mesa decorada com produtos da Sabarabuçu e Doces da Roça foi apreciada e presenteada aos participantes.

Fotos: Lídia Sucasas
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