Coberturas
Público vibra na Virada Cultural de Belo Horizonte - 2019
Vários locais da Capital, 21/07/2019
Por Karina Rezende
No último final de semana, 20 e 21 de julho, Belo Horizonte recebeu 440 atrações artísticas no hipercentro distribuídas em 25 espaços, constituído por 15 locais alternativos e 10 palcos. Quanto as atrações, foram disponibilizadas atrações cênicas, tecnologia criativa, gastronômicas, musicais destinadas a toda a diversidade de público. A cidade pôde ser sentida e vivenciada de outra forma, uma vez que para ir de uma atração a outra, foi necessário caminhar e desfrutar das maravilhas da capital. Não havia limitantes quanto a idade, etnia, crença. Foi possível perceber uma BH de todos.
Para Mariana Pereira, estudante de enfermagem, o ponto forte da Virada cultural foi curtir com a família, no Palco Acaiaca Rock, ao som de Lorena Amaral, e ficou para a apresentação do Cabeto e Banda (Cabeatles). A estudante, que estava acompanhada dos pais, avós e sobrinhos, garantiu que a diversão foi para a família inteira, que são adeptos do rock nacional e fãs da banda britânica Beatles. “A cidade está bem iluminada, sinalizada e não teve nenhum tumulto, estou amando tudo, e já quero para o próximo ano” disse a estudante relembrando que não teve o evento nos dois últimos anos.
“Muitas barracas de alimentação, os preços estão acessíveis, a comida de qualidade” afirmou Roberto, instrutor de box, que curtiu a apresentação do grupo Tradição no Palco Afonso Pena. No palco principal (Palco Central), localizado na Praça da Estação, caracterizado pela maior concentração do público, ocorreu as atrações principais, destacando-se o lançamento do CD “ um dia eu chego lá” do Chama o Sindico e Fernanda Abreu, que ocorreu as 22hs de sábado. E, da cantora Daniela Mercury, que abriu as apresentações de domingo.
A tarde de domingo foi de muito axé com a banda baiana Àttooxxá, que cantou o Hit "Elas Gostam" gravada em parceria com Psirico. Em entrevista, os músicos baianos falaram sobre a experiência de fazer parte da Virada Cultural. "Muito massa, tocar na rua, para quem quiser chegar e encostar, hoje quando a gente chegou para a passagem de som, víamos a galera, os moradores de rua se aproximando do palco e curtindo o som, foi contagiante", afirmou Rafa, acrescentando "chegamos para tocar, num evento de graça, e tinha gente de todos os lugares, de todas as raças", Isso é democracia", completou Raoni.
Os músicos, que fizeram um discurso de abertura sobre preconceito racial, afirmaram "nós fizemos um discurso e estava todo mundo entendendo, topo na mesma sintonia (...) em meio a tanta euforia, há espaço para reflexão sobre causas sociais, vamos nos divertir, mas vamos zelar pelo próximo". O grupo encerrou a entrevista afirmando que a energia de Minas é única e demonstraram interesse em retornar em breve. Estamos na espera Àttooxxá!
Os músicos, que ficaram hospedados no Dayrell Hotel, manifestaram, em live no Instagram, a indignação com a decoração no quarto do hotel, que continha quadros retratando a escravidão do Brasil. "Isso insulta nossa raça, é isso que está acontecendo", os seguidores dos músicos apoiaram a retirada dos quadros, que foram deixados no corredor do hotel, dado a utilização das imagens históricas, porém ofensivas, quanto ao objeto de decoração. "Quanto mais a gente caminha, mais a gente retrocede" (...) o responsável por isso deve pensar assim até hoje de seus funcionários, das pessoas que são da nossa raça e passaram por todo esse período", explicou um dos músicos. em nota o hotel afirmou que as obras são inspiradas em Debret, pintor francês que retratou o Brasil após visita. O hotel se disponibiliza a retirá-las mediante solicitação. No Youtube, a banda realizou um comunicado acerca do episódio, afirmando que se sentiram ofendidos e retificaram que o uso das imagens transmite a ideia de opressão racial.
Lorraine Stefani descrevu que durante a Virada, conheceu e reencontrou muita gente. Destacando que tratou-se de um evento eclético, ela passou pelo palco do Viaduto Santa Tereza, e Central, o ponto alto para ela foi a apresentação do MC Vitinho LC.
Finalizando as apresentações da Virada Cultural, no palco central, o Rapper Djonga incentivou a multidão, que ecoou "O terror voltou". Djonga que é da zona leste de Belo Horizonte, relembrou das vezes em que assistiu shows, ali na Praça, e que hoje, estaria ali para se apresentar. Durante o show, homenageou os filhos, a esposa Manu, à espera da filha Iolanda, os pais, e a avó, pelo exemplo de garra na criação dos filhos. A presença do artista simboliza a importância do movimento do hip hop, do funk e do rap, da periferia para a cultura brasileira. Durante o show, foi possível perceber que a multidão cantava junto com o artista, numa só voz. O povo vibrou ao som de letras que aborda problemas sociais relacionados à pobreza, desigualdade social, racismo. O Rapper relatou que se vê como um na multidão e descu para se aproximar dos fãs, fechando a noite de domingo.
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