Coberturas
A escritora Luciana Pimenta ministra a palestra “Desconstrução e fluidez na literatura de Clarice Lispector” na AML
Academia Mineira de Letras, 21/09/2017
Por Luiza Miranda
A AML - Academia Mineira de Letras promoveu a palestra “Desconstrução e fluidez na literatura de Clarice Lispector”, com a professora e poetisa Luciana Pimenta, em homenagem aos quarenta anos de falecimento da escritora, no dia 21 de setembro.
Contemplando o programa Universidade Livre - Plano Anual de Manutenção AML, o evento foi realizado mediante a Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Instituto Unimed-BH, por meio do incentivo fiscal de mais de 4,5 mil médicos cooperados e colaboradores e co-patrocínio CBMM. A AML integra o Circuito Liberdade.
A palestra girou em torno do marco central do livro “Água Viva”, considerado um dos livros mais densos da obra de Clarice Lispector, onde a palestrante abordou com maestria como a escrita realiza as noções de desconstrução e fluidez, vistos na obra da escritora. A leitura proposta por Luciana Pimenta alia seu olhar filosófico à sua vivência poética, como leitora e escritora, sugerindo uma interpretação poético-desconstrutora para a compreensão desta obra lançada em 1973.
A escritora e jornalista Clarice Lispector consagrada como uma das mais importantes responsáveis pela literatura do século XX. Nasceu em 10 de dezembro de 1920, em Tchetchelnik, na Ucrânia, foi naturalizada brasileira e faleceu em 9 de dezembro de 1977, no Rio de Janeiro.
Suas principais obras são: “Perto do coração selvagem”, “Laços de família”, “A hora da estrela”, “Um sopro de vida”, “A maçã no escuro, “Água viva”, entre outros romances, além de contos, crônicas, ensaios e obras infantis.
O evento contou com a participação de ilustres personalidades, entre elas: Angelo Oswaldo, Secretário de Estado da Cultura; Patrus Ananias, Deputado Federal e escritor; Maria Lúcia Soares, escritora e professora; Dr Luiz Carlos Abritta, escritor e advogado; Elizabeth Rennó, escritora e presidente da AML; Fernando Armando Ribeiro, Professor da PUC Minas e Juiz do Tribunal de Justiça Militar; Otávio Moraes, Mestrando em Letras pela PUC Minas, Membro do Grupo de Pesquisa em Direito e Literatura: um olhar para as questões humanas e sociais a partir da literatura; Rogério Tavares - Academia Mineira de Letras; Flávia de Queiroz - Academia Mineira de Letras; e Nilze Monteiro, escritora.
Patrus Ananias comentou: “Primeiramente, temos que parabenizar o nosso confrade Rogério Faria Tavares, que mantêm o projeto Universidade Livre da AML, englobando conferências e debates sobre autores de obras importantes da cultura brasileira. Foi um prazer estar aqui hoje no happy hour da academia e ouvir as colocações de Luciana. Possuía conhecimento de suas qualidades, mas fiquei ainda mais encantado, pois além de sua dimensão como estudiosa no campo de direito, filosofia e literatura, ela é também uma esplêndida poetisa. Saio daqui com dois deveres de casa, conhecer melhor a obra poética da Luciana Pimenta e ler Água Viva. Considerando a questão da militância política que atuo nestes momentos difíceis no Brasil, vivenciei uma tarde ótima e participar deste debate foi uma espécie de oásis”.
Segundo Luciana, este é um momento muito gratificante devido ao fato de que o convite para ela proferir a palestra foi solicitado pela AML, o que demonstra reconhecimento da academia pelo trabalho que vem desenvolvendo. A autora acredita que de alguma forma esta parceria começa a ganhar vulto, visto que vai de encontro a uma instância de partilha da obra que está começando a ser construída. Ela não é portadora de texto em torno da obra de Clarice, mas seus últimos escritos giram em torno da ordem da poesia, alguns textos de direito e literatura, publicados em forma de artigos e coletâneas.
“A minha escrita poética é perpassada pela filosofia e literatura, onde faço um diálogo grande com uma série de obras, cujas leituras permeiam meu trabalho. A filosofia possui uma história muito forte em minha vida, pois tenho graduação e mestrado nesta área. Dessa forma, meu olhar para as questões do direito e literatura é todo filosófico, mas gosto de oferecer a elas um trato literário, originando outro tom para a reflexão, que por vezes a filosofia quer rechaçar, mas a que a literatura recepciona, pois possui um viés mais transgressor. Fiquei muito feliz com o resultado desta palestra, pois o retorno foi muito positivo no que tange ao diálogo privilegiado com pessoas queridas e preparadas, com intervenções qualificadas em matéria de literatura e reflexão filosófica. A palavra em realizar algo desta ordem, em fechar o evento, que foi muito rico, com esse nível de troca, de presença e riqueza mútua, é gratidão”, concluiu Luciana.
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