Coberturas
O Painel Tiradentes, obra de Oscar Araripe, estampa a sede do TJMG
Hall do Palácio da Justiça do TJMG, 21/09/2017
Por Luiza Miranda
Uma prestigiada solenidade aconteceu por ocasião da entronização do painel Tiradentes, o Animoso Alferes, no hall do Palácio da Justiça do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, dia 21 de setembro. A obra é de autoria do artista plástico, escritor e advogado, Oscar Araripe, portador de uma extensa biografia, sendo considerado um baluarte das artes.
Durante a cerimônia foi lançado também o catálogo Oscar Araripe, relativo à obra, com depoimento dos Desembargadores Herbert Carneiro, Lúcio Urbano, Afrânio Vilela, Rogério Medeiros, do juiz Auro Maia Andrade, de Andrea Val, da Memória do Judiciário Mineiro, dos críticos Jacob Klintowitz, Mário Margutti, Hélio Carneiro, do Professor da UNB e pintor Milton Ribeiro, de Cidinha e Oscar Araripe.
A pintura, cujo título foi extraído dos Autos da Devassa, homenageia o livro Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles. É ilustrada por três gomos cortados de cima a baixo, sugerindo o martírio do esquartejamento e nos remete ao triângulo, emblema da Conjuração e da bandeira mineira. As pinceladas e o grafismo ligeiro, espontâneo e elaborado sugerem o mundo literário do iluminismo inconfidente.
A tela foi pintada em 1992 para o Bicentenário da Morte do herói, sendo exposta no Museu da Inconfidência, em Ouro Preto; no Museu Mineiro, em Belo Horizonte; no Museu da República, no Rio e na Fundação Oscar Araripe, em Tiradentes, MG.
Compareceram ao evento renomadas autoridades e personalidades, entre elas, o Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, Desembargador Herbert José de Almeida Carneiro; Primeiro Vice-presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, Desembargador Geraldo Augusto de Almeida; Segundo Vice-presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, Desembargador Wagner Wilson Ferreira; Corregedor-geral de Justiça do Estado de Minas Gerais, Desembargador André leite Praça; Escritor e Pintor Oscar Araripe; Presidente da Fundação Oscar Araripe, Cidinha de Alencar Araripe; Promotor de Justiça Marco Antônio Borges, representando o Procurador Geral de Justiça, Antônio Sérgio Tonet; Ex-presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais e Superintendente da Memória do Judiciário Mineiro, Desembargador Lúcio Urbano Silva Martins; Superintendente Administrativo Adjunto da Presidência do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais Desembargador Carlos Henrique Perpétuo Braga; Desembargador José Afrânio Vilela e o Presidente da Caixa de Assistência ao Advogado da OAB/MG, Sérgio Murilo Diniz Braga.
Dr Herbert José de Almeida Carneiro, que proferiu um discurso memorável sobre o acontecimento, considerou que o painel, avaliado pelo perito e decano dos críticos de arte mineiros, Pierre Santos, em 150 mil, seria comprado pelo Palácio Tiradentes, no Rio, que está construindo o seu Museu. Mas Araripe preferiu doar ao TJMG para que a obra ficasse em Minas, já que o painel mostra o herói sendo martirizado em Ouro Preto.
“Fui procurado pelo artista há algum tempo e ele comentou sobre o interesse em fazer uma doação ao Tribunal de Justiça desta obra expressiva e singular. O painel retrata o glorioso alferes Tiradentes, compreendendo toda uma construção, não somente em termos de liberdade, mas até mesmo da prática da justiça. A data é histórica no TJMG e, como presidente da casa, fiquei extremamente gratificado com a doação, pois como podemos avaliar o quadro está no local mais apropriado, na sede da justiça de Minas”, observou Dr Herbert.
Oscar Araripe salientou: “No momento, me ocorre que esse gesto do TJMG de entronizar o Tiradentes em sua sede principal é um resgate da obra e do vulto do mártir, mas é também uma maneira de se fazer a justiça de transição através da arte, sem nenhuma vingança artisticamente e exemplarmente. Considero muito interessante esta observação, que recebi hoje, de uma pessoa presente no evento. A solenidade foi muito bonita, contamos com a presença de quase trinta desembargadores, juízes, amigos, artistas e pessoas do local que participaram ativamente da mesma. O conteúdo do discurso do presidente Herbert Carneiro foi maravilhoso, assim como o texto dele no catálogo, que foi muito bem elaborado. Assim, minha nota é dez, com louvor!”
O desembargador Afrânio Vilela ressaltou: “Sou um grande admirador da obra de Oscar Araripe, tendo a suprema honra de falar em nome do Estado e saudá-lo, na ocasião em que recebeu o título de cidadania mineira, por disposição legal da Assembléia Legislativa. Para nós, do poder judiciário, Tiradentes possui uma simbologia extrema porque todos nós conhecemos sua história e sabemos que ele foi supliciado por uma lei injusta vigente em Portugal. A simbologia da obra do artista dentro do tribunal representa para nós uma luz, que iluminará nosso caminho jurisdicional. Acredito que, atualmente no Brasil, Araripe é a pessoa mais legitimada a pintar, expressar e falar sobre Tiradentes porque representa um grupo da Faculdade Nacional de Direito, da UFRJ, encarregado do pedido recíproco de desculpas entre Portugal e Brasil. No caso de Portugal as questões ficam a cargo das conseqüências sofridas pelo povo mineiro e, quanto ao Brasil, deve-se ao fato da expulsão das famílias real e imperial portuguesa do país”.
Após a solenidade, como parte da programação, aconteceu o Intervalo Musical, com a apresentação da Orquestra Jovem do TJMG. De acordo com o desembargador e segundo vice-presidente do Tribunal de Justiça, Wagner Wilson Ferreira esse trabalho social com a orquestra teve início em 2012, através da coordenadoria da infância e da juventude do TJMG, atendendo 280 crianças e adolescentes de comunidades e abrigos de Belo Horizonte.
“Começamos com um projeto musical, sendo que atualmente os jovens são atendidos com aulas de violino, viola, violoncelo, contrabaixo acústico, flauta e percussão, além de aulas de inglês, visto que cantam músicas neste idioma. Estes menores vislumbraram na música uma perspectiva de serem acolhidos pela sociedade, sendo que três cursam universidade. O trabalho é reconhecido e o grupo tornou-se a orquestra oficial do tribunal, onde executam o hino nacional nas solenidades, assim como outras músicas que agradam a todos”, concluiu Dr Wilson.
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