Coberturas

Na noite do sábado, 22 de Setembro, o Centro de Referência da Pessoa Idosa, no bairro Caiçara, recebeu a companhia “Lamira Artes Cênicas”, para a apresentação de seu espetáculo “Do Repente”, que celebra com muita energia as artes da dança, teatro e circo.   A cia é originária do Tocantins e junto ao FIT, trouxe para Belo Horizonte quatro apresentações da sua peça “Do Repente”, que celebra em versos o romanceiro popular do nordeste.
  
Segundo Guilherme Lourenço, Produtor de Rua e Espaços Alternativos do festval, falou sobre a presença da companhia na cidade: “(...) É o primeiro grupo do Norte do país ao participar do FIT. Neste fim de semana, nos apresentamos em vários espaços alternativos e de rua, como por exemplo o Cras Mariano de Abreu, no bairro São Geraldo e a Paróquia de Cristo Luz dos Povos, no Cabana do Pai Tomás.”

Ao longo dos 24 anos de trajetória, a curadoria do festival aposta em uma visão diferente sobre a construção de um espaço de contato da arte com a cidade. Mirando em espetáculos menores, mais ágeis e baratos, acreditam em constituir um elo próximo e duradouro com os públicos, junto a garantia da manutenção do projeto para as próximas edições. No ano de 2018, a edição apostou na diversidade com uma gama de apresentações durante sua programação de 10 dias.

Carolina Galgane, que além de atriz é diretora e coordenadora do Lamira, conta que o convite do FIT foi motivo de muita felicidade para a companhia: “O FIT é um festival que existe desde de 1994 e que ao longo dos anos criou um continuidade, então, por ter se tornado referência, a oportunidade de estar aqui representa um grande indicativo de qualidade ao nosso trabalho” - afirma. Outro ponto em destaque, foi o da importância do espetáculo em termos de visibilidade: “O trabalho da Companhia permite que o Brasil se veja. Neste diálogo, o Sudeste vê o Norte e o Norte vê o Sudeste”.

Os moradores locais tiveram a chance de um contato com a arte sem necessidade de deslocamento para os tradicionais eixos centrais de apresentações “(...) Eu adorei o espetáculo. Conhecia a proposta do “Repente” como forma de improvisação, em música com violão, mas em forma de dança, não conhecia (...) Este local ficou fechado por tanto tempo, mas agora está revitalizado e cheio de novas atividades” - conta Joyce Souza Santos, que mora na rua do Centro de Referência da Pessoa Idosa.

O espaço, localizado na Rua Perdizes, atende cerca de mil idosos com atividades esportivas, culturais e educativas e nesta edição do FIT (Festival Internacional de Teatro, Palco & Rua), foi um dos palcos de “rua” que se espalharam pela cidade, democratizando a arte e difundindo as apresentações para além dos eixos centrais da capital.

A companhia existe desde 2010 e vive por meio de leis federais de incentivo à cultura e já percorreu praticamente todo o território nacional com suas performances. Além de “Do Repente”, que estreou em 2012, possui outros quatro espetáculos em repertório, todos em atividade.