Coberturas
A 26° edição da festa K-pop elevou o astral do público na despedida do Matriz Casa Cultural
Matriz Casa de Cultura, 27/11/2021
Por Lizandra Andrade
O Matriz Casa Cultural, localizado na rua Guajajaras, número 1.353, embaixo do Edifício JK, por 21 anos foi palco para o encontro de diversas tribos dos mais variados gêneros musicais, indo desde modas de violas, festivais de rap, shows de vedetes, bandas punks, de metal, até amantes da cultura oriental. Mas agora, infelizmente, o espaço está encerrando as suas atividades.
Mas apesar de terem sido duas décadas marcando gerações, nada de tristeza, pois fechando com chave de ouro a equipe organizou uma programação de festas que agrada a todos os gostos. Já passaram os eventos Kaotic Fest (13), Baile Soul (19), Jus Noctis (20) e Matriz Vive (26). E no último domingo (28) o espaço abriu as portas para a equipe do K-pop MG, que realizaram a 26° edição da festa K-pop - evento feito de fã para fã e que reuniu os amantes da cultura sul coreana, com muita música, dança e diversão.
Para Naiara Figueiredo, uma das organizadoras do evento, o convite para fazer parte da programação de despedida é mais que especial. “A gente não poderia falar não, porque o Matriz, literalmente, abriu as portas para a equipe e começamos aqui. A casa foi o nosso divisor de águas e foi o espaço que começou a divulgar nossos eventos. Foi um desafio por causa do tempo apertado, mas imaginar a possibilidade de fechar sem estarmos aqui para prestigiar o Edmundo e a Andréia, que sempre foram uns queridos pra nós, era algo impossivel”, disse.
“Não estávamos esperando que o fechamento acontecesse, mas recebemos o convite e isso, pra gente, é de um carinho imenso e uma grande consideração. Ver essa história se encerrar é triste, mas estamos com o coração quentinho por termos a oportunidade de fazer mais um evento”, completa Naiara.
E mesmo que ainda estejamos enfrentando o vírus invisível, todos os cuidados foram tomados. Para entrar, claro, nome na lista e identificação, além disso uso obrigatório de máscara e apresentação do comprovante de vacinação com, no mínimo, a primeira dose tomada, ou exame negativo para a Covid-19 emitido com 72 horas de antecedência. Como explica a fundadora do K-pop MG, Micaela Amaral.
“Estamos felizes porque todos aqui acolheram e está todo mundo preocupado, então, graças a Deus, temos um público muito consciente”, disse a CEO, que também completou: “Todos vieram também pela consideração, o K-pop MG e o Matriz tem uma relação família que é recíproca. Há 10 anos não tinha ninguém que abrisse as portas para o k-pop, era muito difícil e o Matriz foi o primeiro local que abriu o espaço para nós realizarmos os eventos, na cara e na coragem, porque, até então, não tinha público, era um evento muito novo, com pessoas muito novas, ou seja, não era rentável, mas a casa nos acolheu no início e, com certeza, estaríamos com eles até o fim”.
Músicas pra ninguém ficar parado
Apesar de ter sido uma despedida, o clima estava agradável, todos felizes e elétricos. Na line-up da festa teve canções de grupos de todas as gerações, dos mais antigos como o cantores sul-coreanos PSY e Jay Park, o girl group 2NE1 e o boy group 2PM, até os mais atuais, com BlackPink, Stay C, Aespa e Tomorrow By Together - não havia ninguém parado, inclusive Fábio, de 28 anos, que também é dançarino solista no ramo. “Estar no Matriz me faz lembrar de como é ser vivo, porque minha rotina é casa, trabalho, trabalho, casa, e quando estou aqui ‘passo mal’ de tanto dançar”, disse. "Estar aqui para despedir está sendo a melhor, da melhor experiência, pois estou dançando todas as minhas músicas”, completa.
Vai deixar saudades
O Matriz, famoso “inferninho” e pioneiro nas matinês, vai deixar saudades, e muita gente vai sentir falta de comer os salgadinhos de estufa, beber algo enquanto conversam na escada a frente do espaço e de dançar muito na pista, sob o teto colorido e da iluminação.
Gabriel Aguiar, de 24 anos, que estava acompanhado dos amigos, é um dos milhares, que também vai sentir falta de passar os fins de semana no local. Ele nos disse que sua história no Matriz começou ainda no ensino médio. “Vim aqui pela primeira vez com um amigo e passei a vir em outros eventos ao longo dos anos. Se tornou um lugar de encontro e todos já se conhecem, começamos a vir com 16 anos e agora já estamos formados, trabalhando, vimos a trajetória e de como o espaço passou por tanta coisa”, explicou o jovem. “O sentimento não está sendo o de despedida, mas o de nostalgia”, finalizou.
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