Coberturas

A Hora do Dinossauro, mais que um programa, uma aula de história sobre o Rock and Roll. Magela Medeiros, o jurássico apresentador dessa atração radiofônica, conseguiu condensar toda a magia do Rock and Roll com uma produção de conteúdo abrangendo toda a essência do estilo, inclusive abrindo espaços para novos talentos e transformou Minas Gerais em seu reduto de lapidação sonora.

23 anos de muito trabalho, muita produção, muito som invadiu os tímpanos do seleto espectador desse Programa magnífico que é A Hora do Dinossauro. Para uma data tão marcante nada melhor que um festival de Rock que pudesse expressar toda magnitude dessa vivência musical.

Em um contexto adverso devido a pandemia, onde as pessoas estão há dois anos com restrições de encontros, em todos os sentidos, inclusive sem o Festival Camping Rock, produzido também por Magela, nada mais propício que um evento que pudesse reunir, os amantes do Rock and Roll em um espaço cultural cercado de natureza, muita energia positiva, paz, harmonia e uma celebração musical de alto nível.

O local foi escolhido minuciosamente, o Sítio Villa Vidal, um excelente espaço localizado em Pinhões, Santa Luzia, fincado em meio a uma panela natural dentro do urbano. As datas foram os dias 27 e 28 de novembro e as bandas uma mescla de autorais e tributos que fizeram dessa noite de shows um momento inesquecível.

Na sexta feira dia 26/11, o inesperado parecia que ia colocar, literalmente, água no festival. Uma chuva sem fim cortou toda a noite e o dia derradeiro, 27 de novembro, amanheceu ainda chuvoso, com o céu coberto de nuvens, clima frio e desanimador.

Porém a galera saiu de casa cedo mesmo com uma chuva fina, e não era esse clima que ia tirar o prazer desse reencontro com os amigos e principalmente com o Rock.

Logo pela manhã o Sítio Vila Vidal começou a receber os primeiros guerreiros, malucos e sedentos por Rock and Roll e outras coisitas a mais.

Os Deuses do Rock and Roll não nos decepcionaram e de forma mágica o clima chuvoso foi desaparecendo e a tarde o local era uma celebração de alegria, encontros, abraços e muita harmonia.

Barracas sendo armadas, churrasqueiras sendo acessas, bebidas e gelos desfilando no espaço rocker, em uma partilha infinita, melódica, sinfônica, astronômica, fodástica da verdadeira e pura demonstração do que é uma experiência transcendental, regada ao estilo musical mais amado no mundo, "O Rock and Roll".

17 horas! Tudo pronto para o instante mais esperado do dia. O início dos shows. Como de costume, Magela Medeiros trouxe ao palco uma banda iniciante, começo de carreira. O cara é mestre em revelar talentos e acertou em cheia ao ceder essa oportunidade para a banda Tantum.

A Tantum foi formada em Belo Horizonte, Minas Gerais, em novembro de 2019, composta por Derik Serpa, nas guitarras, Laer, nos baixos, Lucão, na bateria e a vocalista Chervona.

Fortemente influenciada pelo rock dos anos 70 e início dos anos 80, sobretudo o hard rock, o heavy metal e o rock progressivo, a banda tomou conta do palco e surpreendeu ao público presente.

Com um instrumental potente, que faz jus às suas influências e um delírio vocal com a apresentação de Chervona, uma vocalista com uma presença de palco fenomenal e uma potência de voz incrível, a Banda Tantum dominou o palco e arrebatou os tímpanos e corações dos presentes, realizando um show impecável.

A banda lançou recentemente em 30 de junho de 2021, a canção Wicked Spirit, apresentada no formato de vídeo que você pode conferir no canal do YouTube da banda e prepara o lançamento do seu primeiro CD, que está sendo gravado no Estúdio Engenho, do renomado André Cabelo.

A vocalista Chervona deixou o relato sobre o show: " Nós aqui fizemos nosso terceiro show. A Tantum É uma banda totalmente autoral mais focada no repertório hard e heavy, inspirada também no progressivo. A banda está gravando o primeiro álbum com o mago André Cabelo, do Estúdio Engenho, e é um prazer estrear nesse festival com uma parceria com o Magela da Hora do Dinossauro, estar conhecendo essa galera maravilhosa, que já está na estrada há um tempo e tentando interagir e conhecer mais da cena de BH. Agradecemos imensamente ao A Hora do Dinossauro por tornar isso possível; a todos que dividiram o palco conosco nessa noite maravilhosa: Banda More Beer, LOSS, Uai Heep, Banda Honky Tonk e Old Audrey's Funeral. Nossos agradecimentos também à equipe do evento, e, é claro, ao público presente, que nos acolheu de forma bastante calorosa e nos apoiou do início ao fim."

Já com o público animado subiu ao palco a banda More Beer, representada pelos músicos Beto Medeiros, Guitarras, Sólon Giovanni, Bateria, Lorran Henrique, Baixo e o monstro dos vocais, Valnei Fernandes, que consegue passear entre várias vertentes do Rock e entoar diferentes estilos vocálicos de uma forma surpreendente. Desfilando grandes clássicos do gênero, a More Beer esquentou de vez o ambiente, com o ápice do show passando pela junção da épica "I'm your captain", do Grand Funk Railroad, com a espetacular "Heya" de JJ Light. Ainda teve espaço para a brilhante participação de Nina Bastos, destruidora na música "Piece of my heart" de Janis Joplin.

Nina declarou: "Para mim foi incrível. Primeiro que as músicas e as bandas são excelentes, então, ser convidada pela banda More Beer foi uma honra. E por todas as bandas participantes, a gente viu que é um rock de qualidade, isso é bom demais pra quem gosta de Rock saber que ainda existe quem produz e gosta de música boa, e A Hora do Dinossauro tem promovido isso pra gente."

E o vocalista Valnei também deixou sua declaração: "Olha cara só de ver um bucado de gente que acampava ao meu lado no Camping Rock, que estava afim de escutar Rock and Roll e a gente passou tanto tempo sem se ver, já valeu a vinda a subida ao palco para fazer o que a gente mais gosta, que é o Rock and Roll. Agora é torcer e ter fé que consigamos a presença de muito mais pessoas daqui adiante, porque o que move o Rock são as pessoas, o movimento. Aproveito para agradecer ao Magela e ao João e todos que estão envolvidos nesta treta, isso aqui é para poucos."

Para provocar uma explosão sonora de muito peso e harmonia, com uma performance devastadora, pousa a nave da Banda Loss, nos palcos do Rock dos Vacinados, trazendo a vacina melodiosa e harmônica aplicada por Marcelo Loss, Baixo, Teddy Bronsk, Bateria e Adriano Avelar, Guitarra.

Já em êxtase total a plateia bate cabeça, canta e se entrega em devaneio metal com a sequência de músicas de alto nível da Banda Loss e relembra de forma saudosa, mas nunca esquecida dos tempos de Concreto, quando é convidado para subir ao palco o vocalista e guitarrista Túlio de Paula, que se limitou ao canto, mas não precisava de mais nada para interpretar as clássicas "O medo" e "Alegria e dor".

A Banda Loss, apesar do peso dos integrantes, é uma banda nova no cenário, mas já chega conquistando espaço e demonstrando todo seu talento e vigor. A Banda Loss já lançou um EP com quatro músicas e assinou contrato com a DyMM Records, gravadora sediada em Londres e com filial em Lisboa. O acordo terá duração inicial de 2 anos e prevê a divulgação e distribuição da banda em todo o mundo, com foco no mercado europeu, além do gerenciamento da carreira e das turnês da banda.

O baixista Marcelo Loss após o show disse: "Além da emoção de voltar aos palcos ainda teve a participação espetacular do Túlio de Paula, para matar a saudade da Banda Concreto!"

Formada pelos primos e amigos, Elvis Dias, no Vocal, Toninho Trindade, Baixo, Marlon Cruz, Bateria, Luiz Campolina, Órgãos, Mauro Batista, Guitarra, a Banda Uai Heep surgiu de uma brincadeira e de uma vontade de homenagear um grupo musical que todos da banda têm uma paixão e uma admiração em comum.

Com tanta afinidade não deu outra, a Banda Uriah Heep ganhou um tributo à altura da importância da original, e na noite dos dinossauros, o quinteto sacudiu a galera passeando por várias fases da banda, com Elvis reproduzindo os vocais harmoniosos e Luiz Campolina deixando evidente uma das características diferenciadas da banda britânica, que é o órgão Hammond B3, de Ken Hensley.

O baixista Toninho Trindade relatou sobre o show: "Magela Medeiros, parabéns pelo evento! Sensacional! Foi grandioso! Parabéns também para a Tantum, More Beer, Loss, Honky Tonk e Old Audrey’s Funeral! Nós, da Uai Heep, nos sentimos honrados em participar! E, gratidão total a todos que compareceram! Valeu!"

Na pegada do tributo a Big Bands, o Honky Tonk veio apresentando os grandes clássicos dos Rolling Stones. Com Cristiano Lopes, nos vocais parecidíssimos com o Mick, cheios de trejeitos, caras e bocas, Manu Andrade, dando graciosidade, harmonia e beleza no dueto com Cris, Welter Silva, Guitarra, André Salviano, Guitarra, Fabiano Fahel, Baixo, Danilo Temponi, Bateria, a Honky Tonk pôs o público para dançar e cantar vários sucessos de todos os tempos da banda original.

Para fechar a noite o som pesado e poderoso da Old Audrey's Funeral, produtora de um Heavy Metal com as sombrias influências das bandas dos anos setenta, oitenta e do metal obscuro da atualidade. Com Elvis Dias, Vocal, Tony Lessa, Baixo, Renato Audrey, Guitarra, Elimar Rezende, Guitarra, Carlos Coelho, Bateria, a Banda Old Audrey's Funeral apresentou uma sequência sonora de primeira qualidade com uma potência elevada nos agudos de Elvis Dias e nos duelos solísticos das guitarras de Renato e Elimar. Os destaques ficam para as músicas "The plague within" e "Eternal nights" que arrancaram os últimos suspiros da galera que segurou a onda até às três da manhã.

O depoimento do guitarrista Elimar elucidou o sentimento da banda: "Eu e toda rapaziada do Old audrey's Funeral agradecemos de coração. Foi fodástico!"

Uma noite inesquecível com um desfile de qualidade sonora de alto nível das bandas, regado a uma alegria energizante e harmonia incontestável do público, envolta por um lugar mágico que condensou todo o espírito Rock and Roll, amado, curtido e vivenciado por essa galera rocker.

No domingo pela manhã era visível a satisfação estampada no rosto das pessoas, irradiando o encantamento produzido na noite anterior que deixou a todos com os ouvidos, corpo e alma lavados, renovados e cheio de paz e luz.

Esse clima pode ser notado no depoimento do músico Cazito Luz, integrante da Banda Witchhammer: "Quanto ao show de aniversário do Programa A Hora do Dinossauro em Santa Luzia, tipo coisa bacana de paz e música foda, vide bandas! Gente boa, cerveja gelada, bom churrasco, barracas, lugar dos bão. Rocks pesados, dançamos muito e fizemos mil amizades, muito business também. Pra quem gosta, lugar estonteante, visu lindo, sol, estrela, pacatos sinceros. Malucos chapados, estrada, vento, piscina, calor, gelo, fumaça e tudo começou e terminou bem. Magela fazendo acontecer. Abraços beijos, copos, selfies, flertes, álcool, mato, luzes, Rock and Roll, sorrisos, violão, gaita, bichos grilos, casas na árvore, cabelos, couro, seda e saudade do futuro."

Para finalizar o depoimento e o agradecimento do produtor Magela Medeiros: "Em êxtase! Shows no sábado, continuação da "vibe" no domingo. O Rock mineiro muito bem representado com shows de altíssima qualidade. Bandas Tantum, Loss, Old Audrey's Funeral, fortalecendo a cena autoral e as bandas More Beer, Uai Heep, Honky Tonk, com tributo ao Rock. Menciono a interação dos músicos com várias participações especiais, Túlio de Paula com a banda Loss, Nina Bastos e Lucas Farias com a banda Honky Tonk. Canjas de Valnei do More Beer e Chervona da Tantum com Uai Heep. Valeu demais galera!"