Eventos

Urban Afro Jazz

Rua Alvares Maciel, 312 - Santa Efigênia, Belo Horizonte

Autêntica

R$50 (inteira) | R$25 (meia)

Quinta-feira, 21 de novembro, às 21h


Na semana da Consciência Negra, Belo Horizonte será o “terreiro” do Urban Afro Jazz, um festival inédito de jazz e música instrumental que ocupa A Autêntica por três dias consecutivos, com shows, painéis e simpósio. O festival retoma a origem e o protagonismo negro do gênero criado pela afrodiáspora em solo norte-americano, o colocando à baila para discussão e entendimento. “O Urban Afro Jazz é, antes de tudo, uma retomada e uma afirmação. É uma forma de dizer, com toda a força, que o jazz é preto, que ele nasce da criatividade e da resistência do povo negro e que essa história precisa ser contada e celebrada do jeito certo, com o protagonismo que lhe é de direito”, constata Glaw Nader idealizadora e realizadora do festival. O line-up conta com shows, de Alaíde Costa, Ifatoki Maíra Freitas, Leonardo Brasilino, Jonathan Ferr, Aláfia, Josiel Konrad, Delvon Lamarr Organ Trio, Glaw Nader e a benção de Mametu Muiandê, nos dias 19, 20 e 21/11, terça, quarta e quinta-feira, a partir das 20h, com ingresso no valor de R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia) que devem ser adquiridos pelo Sympla. Os painéis serão nos dias 20 e 21/1, às 16h, também na Autêntica, com entrada franca, sujeito a lotação do espaço. O Simpósio será exibido nos dias 26, 27 e 28, terça, quarta e quinta-feira no canal oficial do Urban Afro Jazz no YouTube.

A ideia do Urban Afro Jazz festival, que é inédito na cena de BH e do país, é fazer com que o espaço dessa arte volte para seus verdadeiros donos, o preto, o colocando no palco e na pista como apreciador, criador e o indivíduo que pensa a cultura preta por meio de suas manifestações musicais. “No Urban Afro Jazz, reafirmamos essa origem e celebramos o protagonismo negro que está no DNA do jazz. Queremos retomar o protagonismo negro e promover essa história para que ela seja contada de forma autêntica, permitindo que outras pessoas negras se reconheçam nesse estilo musical. Esse reconhecimento vai além da música; é um movimento de reafirmação cultural, representatividade e ocupação de espaços”, afirma a musicista. O Urban Afro Jazz nasce da inquietação da professora, doutoranda em música, cantora e compositora Glaw Nader em afirmar o protagonismo preto na arte musical de diversos gêneros, a começar pelo jazz. “A proposta do festival é criar um ambiente onde a história do jazz seja contada, onde o povo negro possa se ver no palco e nas músicas, e, com isso, também se sentir pertencente à cena do jazz e da música instrumental”, explica Glaw.

A história do jazz no Brasil tem “uma trajetória única, marcada pela fusão com ritmos brasileiros, como o samba, o ijexá, o maracatu, e pela criação de subgêneros como o sambajazz e a bossa nova. Desde os anos 50 e 60, quando artistas começaram a incorporar elementos do jazz em sua música, o gênero encontrou um espaço fértil para crescer e se reinventar aqui. Hoje, o jazz brasileiro é admirado no mundo inteiro por sua versatilidade e identidade própria, mas ainda enfrenta o desafio de conquistar novos públicos no próprio país”, revela a artista. Na capital mineira, Glaw afirma que o jazz integra um cenário vibrante. “A cidade conta com festivais importantes que impulsionam a cena local e trazem nomes de destaque, além de valorizar os talentos mineiros. BH tem uma comunidade musical rica e diversa”, atesta.

A crítica que Glaw aponta é a elitização do gênero e a predominância de um elenco branco nas programações de festivais dedicados à esta música. “O jazz ainda é visto por muitos como um gênero elitizado e, na maioria dos casos, desconectado de suas raízes. E não podemos deixar de perceber que embora o jazz e por consequência a música instrumental brasileira (que é produto da fricção do jazz com gêneros brasileiros) sejam em gênese negros, os line-ups dos festivais de jazz e música instrumental no país, seguem maciçamente brancos”, aponta a professora. Dessa forma, o Urban Afro Jazz chega com o objetivo de mudar esse cenário, a fim de “mostrar que o jazz é, acima de tudo, um gênero negro, relevante e acessível a todos. Queremos que o público de BH e de todo o país veja o jazz como uma música viva, que se atualiza no tempo e se enriquece ao dialogar com as nossas próprias expressões culturais”, vaticina.

O Urban Afro Jazz é viabilizado pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura, com patrocínio Budweiser, direção de produção e gestão de projeto da Cuia Cultural, realização Glaw Nader e Governo de Minas Gerais.

Sobre a programação

Cuidadosamente pensado com o objetivo de levar para o público uma experiência de jazz e música instrumental rica, o elenco é formado por artistas pretos, mineiros e de outros estados do Brasil e internacional. “O festival contará com shows de Alaíde Costa, Aláfia, Jonathan Ferr, Josiel Konrad, Glaw Nader, Maíra de Freitas, Leonardo Brasilino e o internacional Delvon Lamarr”, revela a idealizadora do festival Urban Afro Jazz, Glaw Nader. Os shows são eventos disputadíssimos, porém, a curadoria do festival entende que se faz necessário a discussão do cenário do jazz no Brasil e na capital mineira. “O festival também contempla outras atividades. Teremos dois painéis de discussão e um simpósio que dará visibilidade às produções científicas de pesquisadores negros de vários estados brasileiros”, revela a idealizadora da empreitada.

O público-alvo do Urban Afro Jazz é diverso e tem programação para quem ainda está descobrindo o jazz e para quem já curte. “O festival é pensado para todos aqueles que desejam aprofundar sua conexão com o jazz, a música instrumental e as raízes culturais afrodiaspóricas, com o desejo genuíno de alcançar a comunidade negra e o público de todas as idades, valorizando a representatividade e a autenticidade na música.

Confira a agenda:

19/11 – terça-feira
20h - Mametu Muiandê – Mametu Muiandê ou Mãe Efigênia, é liderança máxima do Kilombo Manzo Ngunzo Kaiango, em Belo Horizonte e matriarca de Candomblé e Umbanda. Com vasto conhecimento ancestral, ela é uma referência na tradição afrobrasileira, de terreiro e quilombola e é com sua benção que abrimos os trabalhos do Urban Afro Jazz.

21h- Alaíde Costa - Aos 88 anos, a cantora carioca Alaíde Costa celebra suas sete décadas de carreira com o lançamento do novo álbum intitulado “E Agora o Tempo quer Voar”. O novo álbum traz oito músicas criadas especialmente para a voz inconfundível da cantora, escritas por Caetano Veloso, Marisa Monte e Nando Reis. Também participam das composições os músicos Carlinhos Brown, Rashid, Ronaldo Bastos e Rubel.

23h Aláfia - Com 13 anos de atuação, o Aláfia constituiu sua identidade sonora aliada aos códigos da musicalidade negra. Na fusão de ritmos do Jazz, Soul, Funk, Rap, Samba e do Pagode, com referências ético estéticas das culturas de matriz africana do candomblé, do IFÁ e da capoeira.

20/11 – quarta-feira
20h- Ifatoki - Maíra Freitas – a prestigiada pianista, cantora e compositora traz para seu show o álbum “Ayé Òrun”, lançado em maio de 2023 que conta com 13 canções inéditas.A artista que tem em sua trajetória a mescla do piano de concerto com o piano popular do jazz, une a seu piano, suas raízes na ancestralidade e na cultura do samba vinda de seu pai Martinho da Vila.

21h - Jonathan Ferr - pianista, compositor e cantor carioca, é um dos principais representantes do urban jazz no Brasil. Misturando elementos de jazz com influências de hip-hop, R&B, soul e música eletrônica, Ferr apresenta uma nova perspectiva ao gênero, criando uma sonoridade moderna e acessível que atraiu tanto fãs de jazz quanto do cenário musical contemporâneo.

23h - Josiel Konrad – o trombonista, cantor e compositor é um dos nomes da cena do jazz brasileiro, e vem se destacando com a mescla envolvente entre o jazz e o funk carioca, que se pode conferir em seu álbum “Boca no Trombone”, que aborda temas como a luta por igualdade, a força da comunidade, além de celebrar a rica diversidade cultural e musical do Brasil.

21/11 – quinta-feira
20h - Leonardo Brasilino - O trombonista, compositor e cantor do bloco Me Beija Que Eu Sou Pagodeiro, é um artista de múltipla linguagem atuando tanto na música de concerto quanto na música popular. Traz ao palco seu disco de estréia “Terra Brasilinis”, lançado em 2016.

21h - Glaw Nader – Lançado em 2023, o álbum “Tempo de Amor” é o repertório deste show, onde apresenta a obra de Baden a partir da perspectiva da artista dando às suas canções, uma voz negra, já que ao longo do tempo, o compositor foi eternizado por vozes brancas. “Pretendo com isso, a retomada do protagonismo negro na música brasileira. Somos 12 pessoas negras no palco, entre os instrumentos: violão, baixo, bateria, trio de metais e percussão. A obra de Baden como nunca se viu”, destaca Glaw Nader.

23h - Delvon Lamarr Organ Trio - Grupo americano de soul-jazz fundado em 2015. A banda lançou cinco álbuns. Seu álbum de estreia, intitulado Close But No Cigar, alcançou o primeiro lugar na parada de álbuns de jazz contemporâneo dos EUA.

Painel 1 – De Raízes ao Futuro: Como o jazz se reinventa
Data: 20/11
Horário: 16h
Local: A Autêntica
Ingressos: gratuitos

O painel reúne três grandes nomes da cena musical contemporânea: Jonathan Ferr (pianista), Josiel Konrad (trombonista) e Glaw Nader (cantora, pianista e pesquisadora). Com um olhar apurado sobre os caminhos sonoros e estéticos do jazz, o painel discute como esse gênero, que completa mais de 100 anos desde sua aparição, continua a se transformar e a se manter relevante. Nos últimos anos, o jazz brasileiro tem testemunhado um renascimento, com novos artistas emergindo e reinterpretando a tradição de formas que dialogam com a diversidade cultural do país. Este movimento não só reafirma a riqueza do jazz nacional, mas também contribui para o reconhecimento do papel fundamental da negritude na formação do gênero.

Painel 2 - Cultura Negra no Palco: O papel dos festivais pretos
Data: 21/11
Horário: 16h
Local: A Autêntica
Ingressos: gratuitos

Este encontro reúne quatro produtores de festivais que têm transformado a cena cultural de Belo Horizonte, focando na promoção e valorização da cultura negra. Bia Nogueira (IMuNe - Instante da Música Negra), Glaw Nader (Urban Afro Jazz), Rosália Diogo (FAN - Festival da Arte Negra) e Vitor Magalhães (Palco Hip Hop) são os convidados que irão debater os desafios, as conquistas e o impacto social de suas iniciativas.

Simpósio – Afro-Sonâncias: Estudos musicais e identidade negra
Data: 26, 27 e 28, terça, quarta e quinta-feira
Local: Canal oficial do Urban Afro Jazz no YouTube

O simpósio reúne palestrantes de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo, e conta com uma programação diversa, incluindo apresentações de pesquisas e mesas de discussão que abordam tanto a presença afro-diaspórica no jazz quanto o impacto da ancestralidade africana na música popular brasileira. A abrangência temática do evento também se estende para investigações no campo da história e cultura, ampliando a compreensão das manifestações musicais como ferramentas de resistência e identidade.

Serviço:
Urban Afro Jazz

Shows
Data: 19 a 21/11, terça, quarta e quinta-feira
Horário: a partir das 21h
Local: A Autêntica (R. Álvares Maciel, 312 - Santa Efigênia)
Ingressos: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia) e podem ser adquiridos pelo Sympla
Classificação: 16 anos

Painéis
Data: 20 e 21/11, quarta e quinta-feira
Horário: 16h
Local: A Autêntica (R. Álvares Maciel, 312 - Santa Efigênia)
Ingressos: gratuitos, sujeito à lotação do espaço
Classificação: 10 anos

Simpósio
Data: 26, 27 e 28, terça, quarta e quinta-feira
Local: Canal oficial do Urban Afro Jazz no YouTube

Foto: Samuka Kim


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