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Ricardo Carvão abre exposição inédita em Tiradentes
O escultor paraense Ricardo Carvão, radicado em Belo Horizonte há quase 50 anos, lança exposição de 36 esculturas inéditas. São duas séries, intituladas “Pássaros” e “Penas”, feitas em aço carbono e em inox. As peças podem ser vistas no Instituto Cultural Mário Mendonça, a ser inaugurado na próxima quarta-feira, 19 de janeiro, em Tiradentes, dentro das comemorações do aniversário da cidade histórica. “O convite veio do Mário Mendonça, artista e amigo admirador do meu trabalho e que foi aluno de meu tio Aluisio Carvão, na década de 60”, explica Ricardo. As obras ficam em exposição por tempo indeterminado. Em formatos, cores e tamanhos variados, as peças seguem a temática pássaros, que são apreciadas pelo escultor. “Os pássaros são seres que todos admiram desde épocas remotas, quando Ícaro, personagem da mitologia grega que morreu ao tentar deixar Creta, voando. Eu não as admiro apenas pelo vôo, mas me encanta a capacidade deles de, só com o bico e os pés, construirem ninhos bem feitos e estruturados. E quando você pensa em pássaros, vêm as penas, é a síntese”, esclarece. De acordo com Ricardo Carvão, a inspiração deste trabalho veio a partir da série “O Ser e a Semente”, que surgiu na década de 70, ciclo iniciado com peças em couro, finalizado após sete anos, dando lugar ao aço e outros materiais. Para a montagem da mostra, foram mais de seis meses de trabalho intenso na confecção das obras, que vão ocupar os jardins do Instituto. “Não gosto de contabilizar o tempo em cada obra, trabalho em mais de uma ao mesmo tempo. Essas peças podem estar tanto em áreas externas, quanto internas. As que são trabalhadas em aço carbono in natura se alteram com o tempo, ganhando a ferrugem e, as coloridas, com o sol, ganham um clareamento da pigmentação. O que não afeta sua beleza e originalidade”, avalia o escultor. O artista Ricardo Carvão Levy nasceu em Belém do Pará, em 1949, onde, em contato com as artes pré-colombianas Marajuara e Tapajônica, teve, desde cedo, seu interesse despertado pela geometria. Vive em Belo Horizonte desde 1964. Em 1972, viajou pelo Canadá e pelo México, e, novamente em contato com a arte pré-colombiana, viu resurgir, neste momento, seu interesse pelas artes. Retornando ao Brasil, iniciou, num processo autodidático, a criação de suas esculturas utilizando a sola - couro grosso curtido. Sua primeira exposição individual foi em 1979, na grande Galeria do Palácio das Artes, em Belo Horizonte, com 146 esculturas em couro. Essa mostra foi apontada como A melhor exposição do ano, pela crítica especializada. Daí em diante, foram dezenas de exposições individuais e coletivas, em Belo Horizonte e pelo país, incluindo no Museu de Arte Contemporânea e no MASP (SP); no MAM (RJ), no Parque Municipal, no Palácio das Artes e no Museu de Arte da Pampulha (BH), além de ter sido o único artista brasileiro convidado a participar da Exposição de Arte Latino-Americana, na Moss Gallery Fine Art, em São Francisco – EUA – (1987). No fim da década de 70, introduziu o metal em seu trabalho e suas esculturas conquistaram o espaço urbano. Em 1985, diversificou os materiais incorporando ao seu trabalho: o granito, o concreto, o mármore, a resina, o vidro, a madeira, o papel, dentre outros. Entre as principais obras em espaços públicos destacam-se: Monumento à Paz, Praça do Papa, monumento comemorativo da visita do Papa João Paulo II a Belo Horizonte (1982); O Vôo, Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins (1984); Liberdade, Praça da Liberdade (1991) – sendo o único monumento contemporâneo aprovado pelo IEPHA para integrar o conjunto arquitetônico da Praça da Liberdade; Tubismo III, 50 esculturas em tubos de aço expostas no Parque das Mangabeiras, em Belo Horizonte (1999); Monumento do Milênio, Praça Marcelo Góes Menicucci, no Belvedere, em BH (2001); Sem Título da Série Tubismo, Museu da Escultura ao Ar Livre, nos jardins da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (2003). Outro destaque no trabalho de Ricardo Levy é o fato de ser dele a primeira exposição de artes plásticas realizada na Cidade Administrativa, a convite da Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais (Feam). Estão expostas 30 obras feitas a partir de material reciclado. Instituto Cultural Mário Mendonça O espaço foi idealizado pelo artista pintor carioca, Mário Mendonça. O local conta com ampla infra-estrutura para seus visitantes que poderão percorrer galerias de arte contemporânea brasileira, salas de desenhos, salão de arte abstrata, além da exposição permanente do pintor Mário Mendonça, com paisagens, auto-retratos e arte sacra que reconstituem quase 50 anos de carreira deste importante artista. Há ainda uma biblioteca, formada principalmente por livros de arte, que está à disposição para consulta e estudo. Aberta também à visitação pública está a Capela de Nossa Senhora das Graças, que abriga a coleção de ícones ortodoxos de diversas partes do mundo, sendo o mais importante uma Madonna russa do século XVI. No acervo do museu há obras de Guignard, Di Cavalcanti, Castagneto, Volpi, Milton da Costa, Portinari, Tarsila do Amaral, Inimá de Paula, Ricardo Carvão, Mario Agostinelli, Carybé, Modigliani, Picasso e muitos outros. Serviço Exposição “Pássaros” e “Penas”, de Ricardo Carvão Dia/Hora: abertura às 17h, do dia 19 de janeiro, para convidados. Aberta ao público a partir do dia 20/01, até data indeterminada.
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