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Por: Saulo Barbosa Especial para o BH EVENTOS Belo Horizonte será a primeira cidade a receber a turnê do espetáculo “Ensina-me a Viver” protagonizado por Glória Menezes e Arlindo Lopes que dão vida a Maude e Harold. Adaptação do filme homônimo do diretor Hal Ashby, “Ensina-me a Viver” é um clássico da década de 1970. Conta a estória de Harold (Arlindo), um rapaz muito reprimido, com fixação por morte, funerais e suicídios. Mas tudo muda quando ele se apaixona por uma mulher de 80 anos, Maude (Glória) que tem o que ele não possui: humor e alegria de viver. Adaptado e dirigido por João Falcão o contraste é a marca principal do espetáculo. Afinal, a abordagem da vida e da morte é feita de uma maneira diferente, apresentando comicamente o drama psicológico através do relacionamento entre gerações normalmente conflitantes. O resultado é um legítimo banho de sensibilidade, completamente atemporal. A personagem vivida por Glória é uma senhora que possui toda a bagagem de vida nas costas. Além disso, ela tem uma disposição para certas façanhas na vida. Seu principal feito é se preocupar em estabelecer forte relação com o garoto Harold - de apenas 20 anos – e, resgatá-lo para a vida. Também estão no elenco: Stella Maria Rodrigues, Fernanda de Freitas e Antônio Fragoso. Quem acompanha a trajetória do jovem ator e produtor Arlindo Lopes sabe que o espetáculo, idealizado por ele, com imenso sucesso de crítica e público em São Paulo e Rio de Janeiro, é a realização de um grande sonho. Durante anos Arlindo lutou arduamente para tirar do papel tudo o que havia esboçado sobre o que se tornaria este grande espetáculo. O primeiro passo foi juntar o dinheiro necessário para a compra dos direitos autorais, passando pela adaptação e a conquista de parceiros para levar a obra ao teatro. Curiosidade Arlindo conta que o primeiro encontro entre ele e Glória Menezes aconteceu através da atriz mineira Débora Falabella, que sabia do desejo da veterana fazer a peça. À época Glória estava na novela ‘Senhora do Destino’, da Rede Globo, e Arlindo na ‘Da Cor do Pecado’, na mesma emissora. “A própria Débora quem me apresentou a Glória Menezes e pediu para que eu falasse com ela sobre o meu projeto, mas achei que não era o momento, pois não tinha patrocínio, teatro, e preferi esperar. Daí, quando eu recebi o prêmio da Funarte eu fiquei mais seguro e resolvi ligar. Na verdade, foi a minha produtora que ligou, por que as pessoas sempre perguntavam minha idade, talvez por que minha voz não passasse maturidade, embora minhas idéias fossem boas e seguras. No início, a Glória recusou o convite, falando que para ela, Ensina-me a Viver era um projeto que pertencia ao passado, porém, eu achei que aquilo não estava certo. Pensei de estar chateada por eu ter comprado os direitos, então, eu resolvi ligar pra ela e conversar sobre o que estava acontecendo e tentar convencê-la. Mas, o convite foi recusado, a princípio, em função de outros projetos que Glória tinha”, conta Arlindo Lopes. Mas isso não foi o suficiente para o jovem desistir. E o destino também tratou de fazer sua parte. Arlindo conta que após João Falcão ter aceito o convite para a direção ele também sugeriu Glória Menezes pra viver a Maude. “Então eu pedi para a minha produtora, Maria Siman, ligar e convidá-la, por que se eu ligasse, ela iria pensar que eu era louco, pois já havia ficado uma hora ao telefone insistindo”, relembra Arlindo. Fato é que Glória Menezes resolveu entrar, no começo, como atriz convidada, mas depois numa das reuniões, Arlindo lembra que ela destacou: ‘quando entro em um projeto, faço o meu melhor, entro de cabeça’. Por causa disso, virou sócia da peça. “E foi assim mesmo, ela passou a investir e correr atrás, o que foi maravilhoso”, comemora Arlindo. O desfecho desta linda história tanto no palco quanto nos bastidores poderá ser conferido pelo público mineiro no início de abril, no Grande Teatro do Palácio das Artes. Depois de Belo Horizonte o espetáculo ainda segue temporada em Brasília, Goiânia, Recife, Salvador, Fortaleza, Maceió, Florianópolis, Curitiba, Porto Alegre, Ribeirão Preto e Portugal.