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3º Festival da Loucura de Barbacena

Com o tema “Um parafuso a menos”, evento cultural acontece entre 3 e 6 de abril nas principais ruas e praças da cidade “Barbacena se livrou do triste passado, organizando o mais original festival que já conheci”. Zuenir Ventura No mês de abril, uma temporada de irreverência vai tomar conta das principais ruas e praças de Barbacena. É o Festival da Loucura que chega a sua terceira edição e acontece entre os dias 3 e 6 de abril, de quinta a domingo. O Festival se divide entre programação cultural e científica, sendo Tambolelê, Marcelo D2, Pitty e Grupo Galpão algumas das principais atrações artísticas deste ano. A terceira edição do Festival da Loucura de Barbacena é uma realização do Governo de Minas Gerais, através da Secretaria Estadual de Saúde, da Cenatur e com o apoio da FHEMIG – Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais. Entre as atrações tradicionais do festival estão a confecção das Carteirinhas de Louco, feita mediante um exame do grau de loucura do visitante por médicos também loucos; a visita ao Museu da Loucura e o desfile do bloco carnavalesco Tirando a Máscara, principal atividade de inclusão do evento. O bloco é formado por portadores de doenças mentais tratados na cidade, que são acompanhados pela bateria da Escola de Samba da Viradouro. Mais do que um evento cultural, artístico e científico o Festival da Loucura tem hoje uma grande causa: dizer um sonoro “não” ao preconceito, exclusão e intolerância, sejam quais forem suas formas e origens. Celebrar a vida através das artes e da coexistência pacífica, aceitar as diferenças e fazer valer a cidadania plena para todos, esse é o objetivo principal do evento. Festival da Loucura Em 2006, ano de estréia do Festival, nomes de peso da cultura brasileira como Hermeto Pascoal, Tom Zé e Lobão fizeram do palco principal, armado na Praça da Estação, um espaço de experimentação com a platéia que misturava gerações e classes sociais. Estilistas, como Ronaldo Fraga, faziam adereços inusitados de camisas de força, mostrando que a inclusão é fashion. Além disso, imensas telas de cinema infláveis nas praças exibiam filmes cuja temática era o imponderável território da loucura. Banners com ícones da loucura criativa como Chacrinha e Dali pendiam dos postes, levando para a rua as bandeiras do pensamento libertário e a mensagem de que certa dose de loucura é o revitalizante da própria razão. Com seu apelo inusitado, o Festival da Loucura deu o que falar dentro e fora das fronteiras de Minas Gerais. Não faltou quem condenasse a iniciativa e a considerasse uma afronta à imagem da cidade. Polêmicas à parte, o Festival ajudou a sepultar de vez o preconceito da comunidade barbacenense, que por décadas via na presença dos doentes mentais um estigma incômodo. Em 2007, a consolidação do Festival se deu quando a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais e a Fhemig, não só apoiaram financeiramente o evento, como se valeram dele para divulgar e discutir seu programa de inclusão social. Giramundo, Grupo Galpão, Arnaldo Antunes, Moska e mais uma legião de artistas tomaram as ruas de Barbacena mais uma vez. Na parte científica da programação, psiquiatras, psicólogos, gestores de saúde e estudantes participaram de mesas redondas para discutir sobre a reforma psiquiátrica, seus antecedentes e rumos a serem tomados. Enfim, o Festival da Loucura converteu-se em lúcidos momentos de fruição artística, desconstrução de paradigmas e, acima de tudo, uma lição que precisa ser compartilhada com o mundo todo. Como definiu o cantor Lobão: “estamos aqui justamente para combater abordagens toscas e preconceituosas sobre a loucura”. A programação está no calendário do site BH Eventos

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