Historiadora aborda a história e as semelhanças dos cemitérios oitocentistas do Bonfim de BH e Agramonte e Prado de Portugal na volta do projeto “Novos Registros”
Morte, cultura, memória – múltiplas inserções: uma interpretação acerca dos cemitérios oitocentistas nas cidades do Porto e Belo Horizonte é o tema do próximo “Novos Registros”. A tese da doutora e mestre em História pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Marcelina das Graças de Almeida, analisa as características inerentes aos espaços fúnebres que se configuram nos cemitérios oitocentistas, as obras e imagens que revelam elementos fundamentais para a compreensão da sociedade e das relações que se estabelecem entre os homens. A palestra acontece no dia 25 de março, terça-feira, às 19h, no Auditório Itaú do Museu Abílio Barreto, com entrada gratuita.
O objetivo do projeto “Novos Registros” é divulgar trabalhos acadêmicos sobre a capital mineira e o Estado de Minas Gerais. A promoção é da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Fundação Municipal de Cultura, do Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte, que é responsável pelo projeto, além do MHAB, localizado na AV. Prudente de Morais, 202 – Cidade Jardim.
A tese aborda a similaridade de fatores que perpassam pela reordenação social, política e mental, tais como a urbanização, a absorção e aplicação dos discursos médicos e higienistas, a consolidação da burguesia como classe dirigente, a supremacia do individualismo e a adoção de novas condutas em relação aos mortos e à morte. Os espaços de enterramento, tornam-se lugares de especial significado para o entendimento dos sentimentos e do imaginário.
A pesquisa foi realizada com base na observação dos epitáfios, os elementos decorativos que ornamentam os túmulos – fotografias, estatuária, adereços, dentre outros e a utilização destes lugares como marcos da memória dos grandes personagens, a construção de mitos e imagens que distinguem os poderosos dos outros mortais. Tendo como fonte principal o Cemitério do Nosso Senhor do Bonfim de Belo Horizonte, entretanto a análise se estende aos Cemitérios Agramonte e Prado do Repouso, situados na cidade do Porto em Portugal.
Marcelina das Graças de Almeida possui graduação (1989), Mestrado (1993) e Doutorado (2007) em História pela Universidade Federal de Minas Gerais. Atualmente desenvolve pesquisas relacionadas aos cronistas da capital mineira no início do século passado e Cemitério do Nosso Senhor do Bonfim. Possui artigos publicados em periódicos e livros.
Após a apresentação e debate, a tese é doada para o APCBH e ficará disponível para consultas. O Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte fica na Rua Itambé, 227, Bairro Floresta, com funcionamento de segunda a sexta-feira, das 9 às 17 horas.