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Caminhoneiros, andarilhos e viajantes perpassam novo espetáculo do Camaleão Grupo de Dança

Quatro bailarinos que decidiram se perder em viagens desconhecidas pelo interior do país. Um coreógrafo que foi buscar referência no movimento beatnik, nas auto-estradas e no encontro nacional de caminhoneiros. Uma companhia de dança que, nos últimos anos, deixou-se à aventura da criação compartilhada e colaborativa. São os que chegam de viagem, nos próximos dias 15 e 16 de abril, quarta e quinta-feira, com a estréia do espetáculo “Continue reto, sempre em linha reta! E vai com Deus...”, no Teatro Sesiminas, em Belo Horizonte. O Camaleão Grupo de Dança –vencedor do último prêmio Sesc Sated Minas Gerais nas categorias melhor espetáculo e melhor direção com “Tá Passando...”– traz agora na bagagem, com coreografia de Tuca Pinheiro, o resultado de uma pesquisa investigativa sobre o homem e seus caminhos, encontros e desencontros no trajeto, chegadas e partidas. O espetáculo começa às 21h e os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada). O novo trabalho teve o patrocínio da Usiminas e Arcelor Mittal, através da Lei Estadual de Incentivo a Cultura . CONTINUE RETO, SEMPRE EM LINHA RETA! E VAI COM DEUS... Difícil encontrar, na atmosfera dos sentimentos de liberdade e procura condensados pela cultura beatnik e hippie dos anos 50 e 60, uma pergunta mais suficiente que a de Bob Dylan no hino Blowin’ in The Wind: “Quantas estradas precisará um homem atravessar, antes que possam chamá-lo de homem?”. A resposta, soprada aos ventos de diferentes gerações e períodos da humanidade, despertou o interesse do Grupo Camaleão de Dança e do coreógrafo mineiro Tuca Pinheiro, imbuídos da criação de um espetáculo que considerasse, como mote de investigação, o homem e suas inquietações no espaço, rompendo fronteiras, movendo, deslocando, abrindo caminhos, indo ao encontro de seu destino, perdendo-o, assumindo-se como móvel e perpétuo andarilho. Partindo da vasta consonância de referências que alinham Miguel de Cervantes e seu cavaleiro errante da Triste Figura; Jack Kerouac e as aventuras na Rota 66 que deram origem à obra “On the Road”; Christopher McCandless e suas peregrinações documentadas em “Na Natureza Selvagem”; David Lynch, Cao Guimarães e outros artistas que correram o olhar sobre viagens e estradas, chegou-se também ao universo de profetas e líderes reais ou fictícios, missionários, lunáticos e tantos outros nômades, desbravadores de si mesmo, que constituem este arquétipo.

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