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Seminário que discute a promoção da leitura
“Para 2009, em Minas Gerais, estão previstos investimentos da ordem de R$ 12 milhões em ações voltadas para o livro e a leitura. Serão modernizadas 100 bibliotecas públicas, além da manutenção nos Pontos de Leitura e do fomento ao programa Cine Mais Cultura. As ações contarão com investimentos do MinC que devem passar dos R$ 8 milhões e também com verbas do Governo de Minas, na ordem de mais de R$ 4 milhões”, disse Fabiano dos Santos, coordenador de Articulação Federativa do Programa Mais Cultura, do Ministério da Cultura (MinC), na abertura do seminário Políticas de Incentivo à Leitura que segue até a quinta-feira, 16 de abril. O encontro, que está sendo realizado pela Superintendência de Bibliotecas Públicas da Secretaria de Estado de Cultura, tem como objetivo discutir as ações da iniciativa privada, do poder público e da sociedade civil para a democratização do acesso à leitura. O seminário é voltado para gestores públicos das áreas de cultura e educação, bibliotecários, gestores de bibliotecas, professores, editores, livreiros e profissionais envolvidos com temas em torno da leitura. Gestores de bibliotecas públicas municipais já podem comemorar uma novidade anunciada por Fabiano dos Santos, durante o evento. Ele adiantou que o Minc adotou, como projeto para fazer frente à crise econômica, a construção de 200 bibliotecas no país, entre 2009 e 2010. Além disso, até o final do ano, todas as Bibliotecas Públicas Municipais, Pontos de Cultura e de Leitura devem receber assinaturas de revistas que serão disponibilizadas para o público. Para a escolha das revistas, será aberto um edital, em breve. Representando o secretário de Estado de Cultura, Paulo Brant, a superintendente de Bibliotecas Públicas, Maria Augusta da Nóbrega Cesarino, disse que “precisamos fazer com que as bibliotecas se tornem mais que uma referência arquitetônica, e sim um espaço para que as pessoas tenham acesso à leitura, que é um direito de todos. Esse trabalho, que está sendo realizado através de parcerias dos três níveis de poder - federal, estadual e municipal - é fundamental a construção de uma sociedade mais justa. Porque, sem acesso à informação, uma pessoa não pode exercer, efetivamente, a sua cidadania”. Ela também ressaltou o papel fundamental dos gestores destes espaços, no sentido de monitorar os empréstimos e de criar ações efetivas de incentivo à leitura. O escritor Affonso Romano de Sant´Anna, que fez uma conferência na abertura, lembrou o constante e difícil trabalho de combate ao analfabetismo no país. "Nossa geração, aqui no Brasil, vive um desafio curioso. Temos que enfrentar, de uma só vez, três formas de analfabetismo: o analfabetismo convencional em si, o analfabetismo funcional e o tecnológico. Todos precisam ser enfrentados simultaneamente, em um país com dimensões continentais. Essa não é uma tarefa fácil. Todos nós, aqui presentes, realizamos um trabalho de Sísifo", disse citando o personagem mitológico que foi condenado a rolar uma grande pedra de mármore com suas mãos até o cume de uma montanha, continuamente. Ainda na abertura do encontro, Gonzalo Oyarzún, diretor da Biblioteca Pública de Santiago, capital do Chile, biblioteca referência na América Latina, abordou a relação entre o investimento político e econômico na biblioteca pública e os resultados alcançados pela instituição, no que diz respeito aos serviços oferecidos, à programação cultural e à utilização de seus espaços por iniciativas da sociedade civil. O escritor Bartolomeu Campos de Queirós e a secretária geral da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), Elizabeth Serra, discutiram a formação do leitor literário. Outros pontos Durante o Seminário serão discutidas as ações da sociedade civil para facilitar o acesso à leitura, através de bibliotecas comunitárias e pontos de leitura. Serão apresentados os programas do Minc para essas instituições, o exemplo da Borrachalioteca, de Sabará, e a experiência do Programa Ler é Preciso, do Instituto Ecofuturo. Também fazem parte da programação discussões sobre o incentivo à leitura para os deficientes visuais. Com o tema O deficiente visual e o texto: ler é o mesmo que ouvir?, os palestrantes colocarão em debate a diferença, na formação do leitor portador de deficiência visual, entre ler um texto em braille e ouvir o mesmo texto de um audiolivro. O último dia do Seminário terá a coordenadora do Sistema Municipal de Bibliotecas Escolares de Fortaleza, Maria Helena Costa; e a professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), Nilma Gonçalves Lacerda, que discutirão a relação entre cultura e educação vista através das bibliotecas públicas e escolares. A discussão sobre as ações da iniciativa privada para fomentar a leitura será feita por representantes do Instituto C&A e Petrobrás. Para falar da leitura como movimento político, encerrará o Seminário o professor Luís Percival Leme Britto, da Universidade de Sorocaba, e o deputado federal Marcelo Almeida (PMDB-PR), presidente da Frente Parlamentar Mista de Leitura. Marcelo Almeida coordena, há quatro anos, o Programa Conversa Entre Amigos, no Paraná, cujos leitores cadastrados se reúnem regularmente para debater obras literárias.
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