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É eterno o debate sobre a perfeição estética. Não raro maior do que a preocupação com a verdadeira essência humana. Mas, afinal, o que realmente é a beleza? O espetáculo A mulher que escreveu a Bíblia discute o assunto por meio da história de uma personagem considerada feia, que se destaca entre as mais belas por possuir um atributo, à época, imponderável: a inteligência. A peça, que faz parte da programação do Centro Cultural Banco do Brasil Itinerante, tem sessões de 1º a 3 de maio, no Teatro João Ceschiatti do Palácio das Artes. Baseada no livro homônimo de Moacyr Scliar e com adaptação de Thereza Falcão, a montagem – dirigida por Guilherme Piva - é um relato em primeira pessoa da trajetória de uma mulher anônima, representada pela atriz Inez Viana. Após decepcionar-se no amor, ela submete-se a uma terapia de vida passadas e descobre, num misto de encanto e susto, que há 3 mil anos fora uma das 700 esposas do rei Salomão. Porém, de uma feiúra lastimável. No entanto, descobre também que encarou seu papel de excluída na sociedade pela feiúra: não se deixou abater pela rejeição do marido. Ao contrário, reage aprimorando cada vez mais sua aguda observação dos fatos e da vida, da política e da alma dos homens. Ela amadurece. O rei, impressionado com a capacidade inesperada que sua estranha esposa possuía de ler e escrever, impossível para uma mulher daquele tempo, a incumbe de escrever as histórias de seu povo, livro que ela batiza de Bíblion, Bíblia em grego. A partir daí, a romântica “feia” subverte sua condição. Transforma exclusão em sabedoria. Ao fim do espetáculo, como ao fim do romance, não podemos deixar de ver a beleza em seu rosto. “Não a falsa beleza que os espelhos enganosamente refletem, mas a verdadeira e duradoura beleza”, Moacyr Scliar. Histórico Nascido como Circuito Cultural, o Centro Cultural Banco do Brasil Itinerante completa 10 anos em 2009. No ano passado, quando o Banco do Brasil comemorou seus 200 anos, o CCBB Itinerante levou sua programação para 33 cidades e reuniu mais de 420 mil pessoas. Levar os espetáculos, debates e exposição para estes municípios é certamente uma ação de desenvolvimento sociocultural. No entanto, ação do Banco do Brasil vai além: estimula a produção artística regional, mapeia e divulga talentos ainda desconhecidos do grande público. Como consequência, promove a inclusão social por meio da arte. O Centro Cultural Banco do Brasil Itinerante é único e referência nacional em razão de seu formato, que permite grande abrangência geográfica, e de seus atributos como brasilidade, diversidade, inovação e qualidade.