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Após turnê do Projeto Pixinguinha, Babilak Bah faz show em BH

Único músico selecionado em Minas Gerais para a edição de 30 anos do Projeto Pixinguinha, artista reencontra-se com público da capital mineira no Conexão Vivo Uma orquestra formada por percussionista tocando enxadas de variadas afinações tonais, somados a um quarteto de cordas (violinos e violoncelo), guitarra, baixo e canto lírico e instrumentos inusitados. Eram os idos do ano de 1999, quando Babilak Bah idealizou e criou o “Enxadário: orquestra de enxadas”, reunindo 21 músicos para construir um trabalho que marcou cenário musical mineiro como uma das mais singulares propostas da música experimental, fruto de uma pesquisa de timbralidade de mais de dez anos. Com formação reduzida, em que Babilak é acompanhado de outros cinco músicos, o Enxadário será uma das atrações do Conexão Vivo, no próximo domingo, (04/05), às 19h30, no Parque Municipal. De origem nordestina, paraibano de nascimento, e de uma personalidade criativa e inquieta, Babilak Bah é um artista autodidata, poeta, compositor e músico, que iniciou-se na percussão. O despertar para as sonoridades das enxadas ocorreu ainda na sua juventude na Paraíba. Explorar os timbres desse instrumento até então utilizado apenas nos trabalhos considerados braçais foi o desafio que o artista propôs a si mesmo. Na última edição do Projeto Pixinguinha, do Ministério da Cultura, Babilak Bah foi um dos 16 selecionados, entre mais de 500 inscritos em todo Brasil, tendo realizado uma caravana de shows no mês de janeiro junto com o cantor e compositor Eduardo Dussek, pelas cidades de São Paulo, Vitória, Florianópolis, Porto Alegre e Rio de Janeiro, onde foi feito um registro em DVD comemorativo à trigésima edição do Pixinguinha. Com essa experiência, o artista se considera mais maduro, e a obra iniciada por ele ganha visibilidade nacional, considerando que o Enxadário já se apresentou anteriormente no “Rumos”, do Itaú Cultural, e em outros festivais pelo Brasil, a exemplo do “Música do Mundo”, em João Pessoa em dezembro de 2007, e na Feira de Música Independente de Brasília (2007), Cara e Cultura Negra (Brasília, 2007), entre outros. “Hoje, após a experiência do Pixinguinha me vejo como um músico mais maduro e prudente, e acho que isso também se reflete nos músicos que têm me acompanhado nesse trabalho”, avalia Bah. Show e CD Enxadário Nas apresentações, o que o público pode esperar é uma textura sonora complexa, com vários instrumentos musicais inusitados criados pelo artista – como a “berimbacia”, em que utiliza uma bacia como caixa de ressonância de um berimbau, e outros criados a partir da enxada -, associados a cordas, sopros e vozes (canto falado), marcada pelos discursos poético e político. Esse espetáculo resultou no CD homônimo, gravado em 2006. “O Enxadário se abre à diversificação de linguagens, transforma símbolos em música, amplia os horizontes e revitaliza antigos paradigmas musicais e nos remete à tradição da cultura brasileira com o olhar para a universalidade”, define Babilak Bah. Essa “plástica sonora” de Bah foi também reconhecida por nomes importantes da música brasileira, a exemplo do crítico Tárik de Souza. No Conexão Vivo, Babilak Bah sobe ao palco acompanhado dos músicos Johnny Herno (percussão e enxadas), Gladson Braga (percussão e enxadas), Leonardo Brasilino (trombone, percussão e enxadas), José Dias (baixo e enxada) e Saulo Fergo (guitarra e enxada). Novas criações em busca de novos horizontes sonoros Criador compulsivo e dono do que pode-se chamar de “teimosia artística”, Babilak Bah figura entre os grandes percussionistas de Minas Gerais, o que o permitiria como músico acompanhar o trabalho de grandes artistas da música brasileira. Mas o que norteia o fazer artístico de Babilak em mais de 20 anos de carreira é a persistência de construir um trabalho exclusivamente autoral, singular, com identidade própria. A inquietude que acompanha Babilak foi o que o levou no ano de 2000, como oficineiro de música para portadores de sofrimento mental da rede pública de saúde de Belo Horizonte, a ter a iniciativa de gravar em estúdio diversas faixas musicais tocadas pelos usuários. Com a direção de Babilak, surgiu o projeto “Trem Tan Tan”, que resultou em espetáculo e no CD homônimo, com a participação especial de diversos músicos mineiros, como Kristoff Silva, Carlos Ed, Saulo Fergo, o DJ Roger Moore, entre outros. Para aprofundar ainda mais a pesquisa da “timbralidade” das enxadas, atualmente Babilak Bah desenvolve o projeto “Enxadgma”, aprovado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura. A empreitada, em parceria com o compositor e também pesquisador, Waldo Lima do Valle, consiste na criação e confecção de sete instrumentos inusitados, todos feitos a partir da afinação tonal das enxadas, associadas a outros materiais como ferro, bronze, alumínio, couro, material sintético e vidro. Todos os instrumentos serão criados a partir de desenho técnico, tendo como base chapas de aço de 3 mm, com uso de laser para corte, têmpera e tratamento químico. O projeto ainda prevê a realização de oficinas com os novos intrumentos e shows de apresentação dos mesmos no teatro Dom Silvério, que atualmente é um dos apoiadores do artista, que cede espaço para os ensaios de Babilak Bah com o Enxadário. Data: 4 de maio, às 19h30 Local: Parque Municipal (av. Afonso Penas, s/Nº, centro) Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia-entrada), nas bilheterias do Parque Municipal

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