Artista lança o terceiro disco da carreira em show no Teatro da Biblioteca; apresentação terá ritmos tradicionais do interior de Minas e homenagens a figuras emblemáticas do Jequitinhonha
Além dos romances de Guimarães Rosa, da paisagem cativa dos buritizeiros, dos casos e causos da gente de Minas Gerais, a região do Vale do Jequitinhonha está presente também na música de seus muitos cantadores. Nesta quarta-feira, 14 de maio, um deles é a atração do Stereoteca, em Belo Horizonte. Wilson Dias lança o terceiro disco da carreira, “Picuá”, em um show carregado de simbolismos, folclore e tradição, tão característicos da música regional. A apresentação começa às 20:30h e os ingressos têm preços populares. O Stereoteca conta com o patrocínio da Natura e da Vivo, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura.
Picuá
Na linguagem de um Jequitinhonhense, Picuá é uma espécie de relicário, um lugar onde ele guarda o que há de mais precioso, sua cultura, seus cristais, suas canções. O terceiro CD de Wilson Dias leva esse nome por reunir ritmos tradicionais e religiosos como os batucões, folias, tira-versos, lundus e calangos. O CD foi realizado através da Lei Rouanet, com patrocínio do projeto Cemig Cultural, e conta com 15 faixas de tradição e homenagens a figuras emblemáticas do Vale do Jequitinhonha. “No disco, faço referência ao mestre de folia Antonio Vital, ao mestre dos catopês João do Lindomar e ao meu avô, conhecido na região como Vovô Chico ou Francisco de Jesus”, afirma o cantor.
A banda que acompanha Wilson Dias no palco é formada por seus dois filhos, Wallace Gomes (Violão) e Pedro Henrique (baixo), além de André Siqueira (flauta guitarra e violão), Bruno Santos (percussão) e Edson Fernando (bateria e percussão).
Wilson Dias
Influenciado artisticamente pelo folclore e serestas mineiras, além da diversidade de ritmos da Música Popular Brasileira, o cantor e compositor Wilson Dias, mineiro de Olhos D’Água, vem direcionando sua carreira para o encontro entre a tradição e o urbano com um viés especial para a cultura popular brasileira. Isso está bem presente nos seus três discos, gravados ao longo de quinze anos de estrada: “Pequenas Histórias” (1997);- “Outras Estórias” (2002 - indicado ao Prêmio Tim de Música Brasileira, categoria regional) e “Picuá” (2008). Wilson Dias trabalha o universo rosiano, o sertão, com a musicalidade matuta do povo do Vale do Jequitinhonha, causos das Minas várias, dentro do universo brasileiro. Utiliza ritmos vindos da rica cultura popular da região, fonte constante de pesquisas realizadas pelo cantor.
Além de seus projetos pessoais, Wilson Dias teve importante participação em trabalhos de músicos reconhecidos, como Rubinho do Vale ( no Cd “Viva o Povo Brasileiro” ) e Carlos Farias ( no Cd “Tupinikim” ). Também fez apresentações artísticas no projeto Conexão Telemig Celular; no projeto Quarta Doze e Trinta (UFMG ); no projeto Na Ponta da Língua ( Teatro Gregório de Matos - Salvador/BA); no projeto “Vale, Vozes e Visões” (com show no Palácio das Artes), na 17° Feira de Artesanato de Belo Horizonte; na Feira de Música Independente de Fortaleza/Ceará; no projeto Música Independente (Sala João Ceschiatti/Palácio das Artes), entre outros eventos. Recentemente, atuou como produtor das canções dos CDs “Tum Tum Tum”, de Déa Trancoso e "Pelas Ruas de Lisboa", de Tau Brasil.