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A ousadia de Rafael Conde em adaptar obra de um autor deixado em certo ostracismo acaba de lhe render uma premiação. A Academia Brasileira de Letras elegeu Fronteira - seu mais recente filme, baseado em romance homônimo de Cornélio Penna - como melhor roteiro de cinema. Criado em 2006, o ABL de Cinema foi idealizado por Nelson Pereira dos Santos com o objetivo de valorizar roteiros adaptados de obras literárias. Também fazem parte da comissão julgadora Carlos Heitor Cony e Luiz Paulo Horta. Ao todo, dez candidatos concorriam ao prêmio. A comissão emitiu parecer informando que concedeu o prêmio a Rafael Conde pelo seu mérito em “reproduzir a atmosfera densa, quintessência da mineiridade, do romance homônimo de Cornélio Penna, voltando as costas a clichês cinematográficos”. Sobre a obra do escritor fluminense, a ABL afirma que trata-se de “grande mestre [...], hoje em imerecido esquecimento”. No ano passado completaram-se 50 anos de morte do escritor, que nasceu no Rio de Janeiro, mas morou durante alguns anos em Minas Gerais. “Fronteira” é seu primeiro livro, escrito em 1930. Segundo longa de Rafael Conde, Fronteira foi lançado em 2008, produzido pela Filmegraph e Camisa Listrada, distribuído pela Usina Digital e percorreu várias capitais brasileiras. O filme narra uma história de amor e mistério em um velho sobrado onde vive Maria Santa, jovem cuja fama de milagreira ultrapassa as montanhas do interior de Minas. A chegada de dois novos personagens terá efeitos perturbadores sobre Maria Santa: um viajante, com quem vive uma intensa paixão, e Tia Emiliana, velha senhora empenhada em preparar um grande milagre. Além de produtor, roteirista e diretor de cinema, Rafael Conde é também professor na Escola de Belas Artes da UFMG. A cerimônia de entrega do prêmio acontece no dia 23 de julho, na sede da Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro. Site oficial de Fronteira: http://www.fronteira.art.br