Maurício Tizumba, Regina Souza, Marina Machado e artistas convidados reúnem-se no palco do Teatro Alterosa, nos meses de julho e agosto, para apresentação dos espetáculos “Zeropéia – O Show” e “Opereta – O Homem que sabia português”. Reconhecido mundialmente pelo teatro de rua, o grupo mostra a magia da música atrelada ao teatro e a dança
Uma mistura de sons, percussão e interpretação no formato do teatro de rua. É dessa forma que a Cia. Burlantins apresenta ao público toda a riqueza da musicalidade brasileira. Formado pelos talentosos artistas Maurício Tizumba, Marina Machado e Regina Souza, o grupo leva, nos meses de julho e agosto, ao palco do Teatro Alterosa os espetáculos “Zeropéia – o Show” (30 e 31 de julho e 1º a 3 de agosto) e “Opereta – O Homem que sabia português” (31 de julho e 1º a 3 de agosto).
“Zeropéia – o show”
O espetáculo foi concebido baseado nas histórias “A Zeropéia”, “A Centopéia que pensava” e “A Centopéia que sonhava”, de Herbert de Souza, o Betinho. A montagem contou com a direção da produtora, atriz e cineasta Carla Camurati que atuou na primeira fase do trabalho e, dando seqüência à montagem, a produtora e atriz Paula Manata (do grupo Armatrux) assumiu a direção do show.
Regina Souza – adaptação e roteiro - explica que o livro “A Zeropéia” “tem uma linguagem simples, direta e traz uma mensagem muito bacana. É um texto leve, feito especialmente para as crianças. Tenho impressão de que o Betinho escreveu tudo já imaginando cada cena, pois o texto é muito cênico. Como a Burlantins é uma companhia de atores-cantores, resolvemos fazer o espetáculo na forma de show”.
A trilha foi composta por Vander Lee, Flávio Henrique, Chico Amaral, Affonsinho, John Ulhoa e Mauricio Tizumba. Sensibilizados e entusiasmados com a proposta da montagem de mais um espetáculo da Burlantins, os compositores aceitaram o desafio de ampliar o repertório, dessa vez, com músicas baseadas nos personagens que têm como protagonista a simpática Zeropéia – o resultado é um repertório de 14 músicas, sendo cinco inéditas.
O livro escrito pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, é parte integrante de uma série de quatro pequenos livros escritos por ele, em que a personagem principal é uma simpática Centopéia.
Dona Centopéia caminhava com suas cem patinhas pela floresta quando encontrou uma barata. Ágil e esperta, a barata ficou assustada com a grande quantidade de patas da Centopéia. Outros bichos e outros problemas surgirão no caminho de Dona Centopéia. Mas a solução ela terá de encontrar dentro de si mesma. Este foi o caminho que Betinho encontrou para mostrar para as crianças que precisamos, antes de tudo, gostar de nós mesmos. Respeitar as opiniões diferentes não significa abandonar nossas próprias idéias.
" Opereta – O Homem que sabia português”
Com direção de Chico Pelúcio e música e libreto de Tim Rescala, a peça discorre sobre a história de Barreto (Maurício Tizumba), um dedicado mestre de português, tímido, quarentão e solteirão, que finalmente decide se casar. É então que ele coloca um anúncio no jornal para conseguir uma companheira. Por um acaso do destino, Cráudia (Marina Machado), uma doméstica à procura de emprego, engana-se de endereço e bate à porta do professor que se encanta por ela. Os dois conversam distraidamente, sem perceberam que falam de assuntos diferentes: ela do emprego e ele do casamento.
A confusão aumenta quando aparece Lígia (Regina Spósito), candidata a boa esposa, moça fina, culta e educada, que atende a todos os pré-requisitos do professor. Mas Lígia só tem um probleminha: é desbocada. Nas entrelinhas, surge Inácio (também interpretado por Maurício Tizumba), o mais querido e popular do bairro, que confunde Lígia com a empregada e se apaixona por ela.
A partir daí, a trupe dá continuidade a narrativa de uma forma envolvente e sedutora, mesclando música e interpretação, ao apresentar músicas líricas e populares, conservando o estilo dos operetas de rua. O espetáculo segue com muita leveza e comicidade, expondo as diferenças sociais e culturais, que acabam por desaparecer diante da força arrebatadora do amor, contata a partir do clássico e o popular.
Com um título que homenageia Lima Barreto, que sofreu na própria pele as adversidades do preconceito social, a “O Homem que sabia português” procura recuperar o caráter essencialmente popular do gênero operístico, perdido ao longo dos anos. “Essa opereta põe em prática a velha máxima de que os contrários se atraem, mostrando que a sabedoria está no equilíbrio, na soma de riquezas e na união de valores aparentemente excludentes. É uma opereta de rua e também de teatro. A partir dos contrastes entre a cultura erudita e a cultura popular, quatro personagens, de classes sociais bastante distintas, misturam-se numa história com leveza e a comicidade de um vaudeville”, explica Tim Rescala