Notícias

Belo Horizonte recebe, pela primeira vez, montagens dirigidas pelos Irmãos Guimarães

Quatro peças curtas de Samuel Beckett serão apresentadas na capital. Montagens terão participações especiais dos atores Vera Holtz e Luis Melo. Pesquisa sobre o dramaturgo gerou indicação ao prêmio Shell em 2008. Se a vida e a morte não se apresentassem ambas a nós, não haveria inescrutabilidade alguma. Se houvesse apenas a escuridão, tudo estaria claro. É porque não há apenas a escuridão, mas também a luz, que nossa situação se torna inexplicável. (Samuel Beckett) Entre os dias 11 e 14 de agosto, Belo Horizonte será a cidade de Samuel Beckett. Isso porque, o projeto « OFF ON – quatro peças curtas de Samuel Beckett » irá se apresentar na capital mineira. O elenco é composto pelos atores da companhia teatral dos Irmãos Guimarães. Porém, duas peças contam com participações especiais dos atores Luiz Melo e Vera Holtz. Balanço (1979 /1980) : Em uma cadeira de balanço está sentada uma mulher com uma luz suave no rosto. Sua voz gravada é ouvida, ela fala da vida, da espera, da morte. Com Vera Holtz (participação especial) Improviso de Ohio (1980) - Dois personagens bem parecidos, Leitor e Ouvinte, estão sentados em uma mesa,. Nesse confronto, o leitor lê uma história para o ouvinte, que reage à narrativa. Com Luis Melo e Mateus Ferrari Ato sem palavras II (1956) - Dois sacos, dois personagens. No primeiro saco está o personagem A que é lento, desajeitado e ausente. No segundo, o personagem B que é vigoroso, rápido e preciso. Os dois, cada um em sua hora e à sua maneira, saem dos sacos e cumprem uma rotina. Embora executem uma quantidade muito diferente de ações, os personagens têm que realizar suas tarefas durante o mesmo espaço de tempo. Com Leandro Menezes e Mateus Ferrari Jogo (1962/1963) – São três caixas que dão vida a três personagens. Em cada caixa, uma cabeça – um homem e duas mulheres. A peça apresenta a história de um triângulo amoroso. Cada um dos personagens conta sua própria versão dos mesmos fatos. Com Diego de León, Michelly Scanzi e Tati Ramos Sobre Samuel Beckett : Prêmio Nobel de Literatura em 1969, o irlandês Samuel Beckett (1927-1989) foi um dos fundadores do teatro do absurdo e é considerado um dos principais autores do século XX. Sua obra foi traduzida para mais de 30 idiomas e reúne poemas, textos em prosa, romances, novelas, contos, ensaios, textos para teatro, cinema, rádio e televisão. Irmãos Guimarães : Adriano e Fernando Guimarães Vencedores do Prêmio Shell de Direção em 1997, os irmãos já tiveram seus trabalhos apresentados na Bienal de Arte de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea de Recife, Paço Imperial do Rio de Janeiro, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea em Vigo, na Espanha, entre outros espaços. Suas experimentações combinam Artes Cênicas e Visuais, Música e Literatura. Recentemente, fortaleceram suas investigações em performance art, buscando a convergência de mídias e a problematização da própria criação teatral. Histórico do projeto Diálogos com a obra de Samuel Beckett A pesquisa que Adriano e Fernando Guimarães vêm desenvolvendo em torno da obra de Samuel Beckett teve início em 1998 e foi dividida em quatros segmentos, respectivamente, Felizes para sempre, Não ficamos muito tempo... juntos, Todos os que caem e Resta pouco a dizer. Na primeira parte, Felizes para sempre, foram encenados quatro textos: Dias felizes, Ir e vir, Jogo e Balanço. No decurso dos quatro anos em que foram apresentados, os textos adquiriram diferentes configurações, nas quais a questão recorrente foi a do tempo na ficção e na vida, e a experimentação radical de um trânsito entre linguagens distintas – teatro, performance, música, artes visuais, literatura. Ao longo das três etapas de desenvolvimento, o projeto contou com a parceria da artista plástica Ana Miguel, na criação de figurinos e de objetos de cena, e da curadora Marília Panitz. Com a segunda versão das montagens, realizadas em 2001, encenadas em Brasília, Rio de Janeiro, Curitiba e São Paulo, a companhia teatral dos Irmãos Guimarães, contou com as participações especiais das atrizes Vera Holtz e Nathália Timberg. Com ênfase no trânsito entre as linguagens, as montagens teatrais foram articuladas com performances e com as instalações Abrigos, Chapéus e Paisagem, todas em torno do objeto armário. Na apresentação realizada em São Paulo, foi incorporada uma peça musical, intitulada Metrônomos, composta por José Miguel Wisnik. Concomitante às apresentações, foi realizada uma série de palestras – Diálogos – proferida por especialistas de diversas áreas, como Gerd Bornheim, Agnaldo Farias, Helena Katz, Marilia Panitz e José Miguel Wisnik. Felizes para sempre teve como desdobramento a criação de três instalações: Luz obscura: o metrônomo de Beckett, que participou da mostra Rede de Tensão, no Paço das Artes, em São Paulo, com curadoria de Daniela Bousso, e as instalações Chapéus e Luz incandescente, apresentadas no MOI, Museum of Installation, em Londres, com curadoria de Nicolas de Oliveira. Além dessas instalações, foi exposto um objeto – um armário da série Abrigos – na mostra A trajetória da luz na arte brasileira, no Itaú Cultural, em São Paulo, com curadoria de Paulo Herkenhoff. A segunda parte do projeto, Não ficamos muito tempo...juntos, realizada entre 2002 e 2005, foi composta de cinco peças curtas de Beckett: Catástrofe, Ato sem palavras II, O quê onde, Jogo e Respiração. Encenadas pela companhia dos Irmãos Guimarães, as montagens contaram com as participações especiais de Marcello Antony e Vera Holtz. As peças foram apresentadas em seqüência e intercaladas por performances. Nelas, os elementos Tempo, Luz e Objetos são elevados à categoria de personagens – tornam-se os protagonistas das cenas. Duas das performances realizadas, Respiração menos e Respiração mais, juntamente com a obra Luz incandescente, participaram em 2003 do Panorama da Arte Brasileira, no MAM, Museu de Arte Moderna de São Paulo, com curadoria do cubano Gerardo Mosquera e da panamenha Adriene Samos. A terceira parte do projeto, Todos os que caem, deu continuidade a apresentação das enigmáticas peças curtas produzidas por Beckett depois da década de 50: Eu não, Rascunho para teatro II, Um pedaço de monólogo e a remontagem de Balanço. Os textos foram encenados pela companhia teatral dos Irmãos Guimarães, e novamente, tiveram a participação de Vera Holtz como atriz convidada. Além das peças, o segmento Todos os que caem foi composto por quatro performances e uma instalação multimídia – vídeo, fotografia, objetos. Nas performances intituladas Luz mais, Luz menos, Escuridão e Luz dia/noite, a luz, uma vez mais, protagonizou a cena. A instalação Dupla Exposição pôs em evidência questões estruturais do universo de Beckett: a luz como reguladora das ações; as armadilhas do olhar às quais o homem está sujeito. A pesquisa teve ainda outros desdobramentos. Em 2004, a instalação multimídia Luz sem luz participou da mostra HIPER, no Santander Cultural em Porto Alegre. Em 2005, as performances Escuridão, Respiração mais e “Respiração menos, Luz mais e Luz menos foram apresentadas no projeto Juegos, no MARCO, Museo de Arte Contemporánea de Vigo, na Espanha. Nesse mesmo ano, foi criada a instalação Desescuridão para o espaço Torreão, em Porto Alegre. Em 2006, a instalação Desver participou da mostra Transteatralidade, realizada na Galeria da Casa da América Latina – CAL, em Brasília. Em 2008, foi apresentado o projeto Resta pouco a dizer, no OI Futuro no Rio de Janeiro. Foram mostrados 3 programas distintos incluindo oito performances dos Irmãos Guimarães e oito peças curtas de Beckett. Nesse novo segmento, estreou a peça Improviso de Ohio, que contou com a participação do ator Aderbal Freire-Filho. Outro destaque foi a palestra Redirigindo Beckett, com o professor e pesquisador Stan Gontarski, que trabalhou diretamente com o próprio dramaturgo em duas produções. Gontarski é também autor de várias publicações sobre Samuel Beckett. FICHA TECNICA : Textos: Samuel Beckett Tradução: Bárbara Heliodora Concepção, direção e cenografia: Adriano e Fernando Guimarães Elenco: Diego de León, Leandro Menezes, Mateus Ferrari, Michelly Scanzi e Tati Ramos. Participações especiais: Luis Melo e Vera Holtz. Figurino das peças: Ana Miguel Preparação Vocal: Valéria Rocha Iluminação: Dalton Camargos Montagem e operação de luz: Emmanuel Queiroz Direção técnica e cenotécnico: Josenildo Sousa Assessoria de Imprensa Brasília: Adair Oliveira Direção de produção: Guaralhufa Produções Culturais SERVIÇO : Espetáculo : OFF ON Concepção, direção e cenografia: Adriano e Fernando Guimarães Temporada : 11 a14 de agosto. Quinta a Sábado, 21 horas, Domingo, ás 19 horasQUIN a Local: Espaço Oi Futuro Klauss Vianna Endereço: Av. Afonso Pena, 4001, Mangabeiras Ingressos: R$ 15,00 (inteira) e R$ 7,50 (meia) Classificação etária: 14 anos Duração: 1 hora Informações: (31) 3229.3131

Selecionamos os melhores fornecedores de BH e região metropolitana para você realizar o seu evento.