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Filhos seguem ofício dos pais e formam família de artistas
Ver o filho atuando na mesma profissão e obtendo sucesso é motivo de felicidade para qualquer pai. No passado, era comum que os filhos escolhessem acompanhar a escolha do pai na vida profissional, desempenhando desde cedo as mesmas funções que eles. Atualmente, fatores como a diversidade de cursos oferecidos nas faculdades e o avanço da tecnologia, que acaba modificando o panorama das profissões, fazem com que a opção pela mesma carreira do pai seja cada vez mais rara. Em um mercado de grandes escalas, as atividades manuais acabam ficando quase sempre em segundo plano, e não atraem tanto a atenção dos jovens. Mas na família de José Maria Ribeiro, pintor e retratista mineiro reconhecido por seus belos quadros, a paixão pela arte foi mais forte e os dois filhos escolheram o mesmo caminho dos pais. Humberto Inchausti é pintor e escultor, enquanto Iara Ribeiro, além de pintora e retratista como o pai, ainda realiza gravuras em metal com grande habilidade técnica. Desde o início de sua formação, a família sempre esteve envolvida com atividades artísticas. José Maria e Fátima Inchausti se conheceram em uma oficina de pintura, num festival em Ouro Preto na década de 60. Ele se tornou famoso ao pintar retratos, enquanto Fátima optou por se dedicar às aquarelas e guaches. Os filhos herdaram dos pais o talento e gosto pela arte – ambos se formaram na Escola de Belas Artes da UFMG. Segundo Iara, foi uma escolha espontânea: “sempre convivemos com arte 24 horas por dia, então foi muito natural essa opção”, diz. A filha, que adora pintar retratos - e faz isso tão bem quanto José Maria, revela que nunca tomou aulas com o pai. “Aprendi muito na base da observação, e também praticando ao longo dos anos. Nunca tive aulas propriamente ditas com meu pai, mas ele sempre me orientou bastante e isso foi muito importante para o meu desenvolvimento”, diz. Humberto, por sua vez, prefere fazer esculturas, mas observa que a integração da família em torno da arte é muito importante: “Isso tem sido muito positivo para nós, porque traz inspiração e podemos sempre melhorar os trabalhos. Conversamos muito, trocamos opiniões sobre nossas obras e isso nos faz melhorar”, afirma. O paizão José Maria se mostra orgulhoso, mas faz questão de ressaltar que nunca interferiu na escolha dos filhos: “deixamos em aberto o que eles queriam seguir. Os dois treinavam desde pequenos o desenho e revelavam muito talento, então foi um percurso espontâneo”, conta. A família reside em Lagoa Santa, região metropolitana de Belo Horizonte, em uma casa-ateliê que possui obras de arte por todos os lados. O ambiente é um local inspirador, escolhido pelos artistas para a criação e a troca de experiências.
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