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Banda Santa Cecília de Barão de Cocais lança caderno de partituras e documentário
A Banda de Música Santa Cecília lança no próximo dia 24 de setembro, em Barão de Cocais, o seu Caderno de Partituras, que traz composições de antigos regentes da Banda, restauradas e reeditadas, através do projeto Novo Regresso, uma parceria da entidade com a Escola de Música da Universidade Federal de São João Del Rey. Ao lado da publicação, o evento promove também a estréia do documentário “Banda Santa Cecília: a tradição musical de Barão de Cocais”, que trata da trajetória centenária da Banda e os desafios cotidianos da corporação musical. A impressão do Caderno de Partituras e a produção do documentário foram patrocinados pelo Governo de Minas, com recursos do Fundo Estadual de Cultura. O projeto aprovado em 2009 também possibilitou à Banda adquirir novos instrumentos e uniformes para suas apresentações. A Banda Santa Cecília foi fundada em 15 de abril de 1905, quando Barão de Cocais ainda era um povoado – São João do Morro Grande. A banda nasceu sob a inspiração do padre Antônio Maria Telles de Menezes, então pároco da Matriz de São João Batista, padroeiro local. O vigário liderava o grupo de músicos que cantavam e tocavam nas cerimônias religiosas. Ao longo da história de Barão de Cocais, a Banda sempre esteve presente nos eventos festivos mais importantes da cidade. Há mais de um século, a corporação forma novos músicos, produz composições próprias, preserva suas partituras, além de animar as solenidades cívicas e religiosas de Barão de Cocais e cidades da região. A sede da entidade, inaugurada em 1959, foi construída pelos próprios músicos. Em 2006, sob a presidência do jornalista J.D. Vital, ela foi reformada e ampliada: ganhou salas de aula, salão de concertos, sala de instrumentos e área de lazer. Formada pela ação voluntária de metalúrgicos, trabalhadores da construção civil, funcionários públicos, donas de casa, estudantes, gente simples da comunidade, a Banda Santa Cecília sobrevive com a ajuda de subvenções municipais e estaduais, doações de empresas e da comunidade, além das apresentações que faz. Cerca de 50 músicos compõem o quadro de instrumentistas, sob a liderança do Maestro Alexandre Lacerda, especializado em regência pela Universidade Federal de Minas Gerais. A Banda promove ainda a educação musical, em Barão de Cocais, com a manutenção de uma Orquestra de Flautas, dedicada à formação de jovens entre 8 e 12 anos, sob a orientação do Maestro Alexandre. Mais de 40 crianças já passaram pela Orquestra e muitos integram hoje o quadro principal da Banda Santa Cecília. Caderno de Partituras "Novo Progresso" Ao assumir a frente da Banda Santa Cecília, em 2006, o maestro Alexandre Lacerda se deparou com um acervo de 250 obras musicais, guardadas ao longo dos anos. Eram partituras de marchas festivas, fúnebres, dobrados, hinos e até sinfonias, compostas do final do século XIX ao final do século XX. Boa parte, composições dos próprios maestros que passaram pela banda. A maioria escrita à mão e em estado precário de conservação. A partitura mais antiga, de 1903, o dobrado Novo Regresso, de autor anônimo e origem supostamente italiana, deu nome ao projeto de recuperação do acervo, proposto pelo maestro, em 2007, à Escola de Música da Universidade Federal de São João Del Rey. Sob a coordenação do Professor Antônio Carlos Guimarães, com o patrocínio da FAPEMIG e o suporte do Laboratório de Conservação e Restauração de Documentos e Obras Raras da UFSC, o trabalho foi desenvolvido por uma equipe multidisciplinar, durante 2 anos. 25% do acervo foram restaurados enquanto o restante passou por um processo rigoroso de higienização. O projeto propiciou a conservação, organização e catalogação do arquivo musical, além de sua disponibilização eletrônica e da editoração e gravação de cerca de vinte obras, que foram selecionadas pela importância e freqüência de execução em solenidades civis e religiosas de Barão de Cocais. Decorrente da edição das obras selecionadas, a Banda Santa Cecília gravou, em 2009, um CD com algumas das obras recuperadas . O projeto “Novo Regresso” criou saberes metodológicos que podem ser aplicados no processamento de centenas de acervos similares, somente no estado de Minas Gerais. Paralelamente, os métodos de trabalho adotados permitirão tanto a utilização do arquivo pela própria banda, quanto por qualquer outra corporação musical, devido às suas possibilidades futuras de difusão eletrônica. Como resultado final do Projeto “Novo Regresso”, foi produzido o Caderno de Partituras, que reúne as partituras de 7 das mais importantes obras do acervo da Banda Santa Cecília, além de trazer as informações completas do trabalho desenvolvido pela Universidade Federal de São João Del Rey. Há 2 anos, o Caderno, de 108 páginas, aguardava a impressão, que, só agora, através dos recursos do Fundo Estadual de Cultura, foi possível realizar. Documentário "Banda Santa Cecília: A Tradição Musical de Barão de Cocais" Durante os meses de abril e novembro de 2010, a Banda Santa Cecília cumpriu uma agenda intensa de apresentações, nos mais diversos eventos, de inaugurações a festejos cívicos e religiosos, encontros e solenidades, dentro e fora de Barão de Cocais. Neste período a equipe de produção da Estação 3 Imagens e Mídias/M3 Vídeo, liderada pelo jornalista Marcelo Passos, documentou os bastidores do grupo e de alguns de seus principais personagens. O resultado, ao longo de cerca de 15 horas de gravação, em formato HD, foi a captação de um rico painel dos hábitos e costumes de uma região de Minas fortemente marcada pela fé religiosa, as tradições do passado e pela mais pura identidade mineira. O documentário, editado no 1º. semestre de 2011, tem pouco mais de 1 hora de duração. Ele aborda desde as raízes históricas da ocupação da região, motivada pelo ciclo do ouro, à fundação da cidade de Barão de Cocais, para, então, contar a trajetória histórica da Banda, sua relação com a comunidade, o papel educativo da corporação na formação musical dos jovens, o dia-a-dia e a visão particular de seus integrantes – do mais velho, seu José do Carmo, de 89 anos ao mais jovem, João Carlos, de 11 anos – os desafios e dificuldades da instituição, como se deu o processo de recuperação do acervo e como a Banda enxerga seu próprio futuro. Tudo isso em meio às variadas apresentações do grupo, animadas pelas festas populares, como a de São João, padroeiro de Barão de Cocais e a tradicional Cavalhada de Brumal, numa das regiões mais belas do estado, emoldurada pelas altas montanhas da Serra do Caraça. O documentário conclui que, dentre todas as riquezas que a região conheceu, especialmente no período áureo da exploração do ouro, a que se manteve viva na lembrança e nos corações do povo foi a música, que se confunde com a própria identidade de Barão de Cocais. Roteiro e direção: Marcelo Passos Imagens e fotografia: Antônio Maurício Pereira Produção executiva: Wilton Valle Montagem e finalização: Vítor Fraga
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