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Começou esta semana (06/10), no túnel de acesso ao Prédio Gerais, na Cidade Administrativa, a exposição fotográfica “De peito aberto”. De autoria da jornalista Vera Golik e do fotógrafo e sociólogo Hugo Lenzi, a mostra reúne imagens e histórias de mulheres de diversas origens, etnias e classes sociais de todo o Brasil que enfrentaram ou ainda enfrentam o câncer de mama. Nos mais de 50 painéis, Lenzi procurou captar as emoções vividas por essas “guerreiras”, em cada uma das etapas do câncer: a descoberta – o choque diante do diagnóstico; o processo – o medo da perda dos símbolos femininos (cabelo, mama, libido e fertilidade); o apoio – a importância do calor humano durante o processo; e a superação – o sentimento de vitória após enfrentar a experiência da doença. Segundo Vera, a idéia do projeto nasceu depois que pessoas de sua família foram diagnosticados com câncer. Segundo ela, o irmão e irmã descobriram que estavam com a doença na mesma semana e, logo em seguida, sua mãe. “Como temos uma visão humanística de viver, pensamos o que poderíamos tirar de positivo de tudo que estava acontecendo para tentar ajudar não só nossos familiares, mas também outras pessoas que estavam passando pelo mesmo problema”, relata. De acordo com Hugo, o projeto tenta mostrar a importância de priorizar a atenção humana e o lado social para que a situação ocorra da forma menos traumática possível. “Percebemos como é importante que o paciente receba apoio dos familiares, amigos e o poder das ações sociais, para que ele seja sujeito da ação e não simplesmente paciente em ambos os sentidos”, explica. Transformação As personagens da mostra, em sua maioria, foram indicadas por médicos, associações e secretarias municipais de saúde. “Foi nítida a transformação que o trabalho trouxe na vida dessas mulheres. Depois das fotos, a alto estima delas se elevaram, muitas voltaram a sorrir, trabalhar, decidiram viver novamente”, conta Vera. A agende comunitária Osvaldina de Souza Silva descobriu que estava com câncer de mama no mesmo período em que trabalhava com a autoestima da mulher mastectonizada. “Foi um choque para mim em todos os sentidos. Além do tratamento ser muito invasivo, acabamos perdendo a mama que é um símbolo sexual. O ensaio fotográfico me ajudou muito. Depois que o fiz, percebi que a vida continua com novas perspectivas”, afirma. Ao ser questionado sobre as técnicas fotográficas utilizadas, Hugo respondeu que o artifício foi extrair a alma, o sentimento das mulheres ali fotografadas. “Tentei tirar aquilo que elas mesmas estavam escondendo de si próprias”, acrescenta. A exposição já foi vista em todo o país por mais de 3 milhões de pessoas e, inclusive, exposta na sede das Nações Unidas, durante o Encontro de Doenças Não Transmissíveis, que reuniu os presidentes e governantes de todos os países membros da ONU, e na Abertura da 66ª Assembleia Geral das Nações Unidas. Todos os funcionários ou visitantes que estiverem na Cidade Administrativa podem apreciar a mostra até o dia 31 de outubro, das 08h às 18h, de segunda-feira a sexta-feira. A exposição tem entrada franca.