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Farsa da Boa Preguiça, de Ariano Suassuna, faz curta temporada em BH

Com direção de João das Neves, a comédia musical que conta a história amorosa de um poeta pobre e preguiçoso que só pensa em dormir, fica em cartaz de 14 a 16 de outubro, no Sesiminas Belo Horizonte recebe a comédia musical Farsa da Boa Preguiça, de Ariano Suassuna, com a direção de João das Neves, um dos fundadores do “Grupo Opinião”. No elenco estão os protagonistas Guilherme Piva, Ana Paula Secco e Jackson Costa, além dos atores Daniela Fontan, Leandro Castilho, Vilma Melo, Flavio Pardal e Francisco Salgado. A peça, que teve várias indicações a prêmios e foi contemplada com os Prêmio Shell de Melhor Figurino e Prêmio Contigo de Melhor Musical Brasileiro, fica em cartaz de 14 a 16 de outubro, sexta-feira a domingo, no Teatro Sesiminas. O espetáculo tem patrocínio da Petrobras e produção local da Rubim Projetos e Produções. Este projeto foi selecionado pelo programa Petrobras Distribuidora de Cultura 2011/2012.

“Acho meio desonesto aceitar um trabalho que não sei fazer!”, Joaquim Simão
A peça, indicada para todas as idades, inclusive jovens e adolescentes, narra a história de Joaquim Simão (Guilherme Piva), poeta de cordel, pobre e "preguiçoso", que só pensa em dormir. Joaquim é casado com Nevinha (Daniela Fontan), mulher religiosa e dedicada ao marido e aos filhos. O casal mais rico da cidade, Aderaldo Catacão (Jackson Costa) e Clarabela (Ana Paula Secco), possui um relacionamento aberto. Aderaldo é apaixonado por Nevinha e Clarabela quer conquistar Joaquim Simão. Três demônios fazem de tudo para que o pobre casal se renda a tentação e caia no pecado, enquanto dois santos tentam intervir. Jesus observa e avalia tudo. A partir daí, situações inusitadas e muito divertidas fazem deste texto uma das peças mais divertidas do teatro brasileiro. “Ao encenar esse texto queremos reverenciar o mestre Ariano Suassuna e sua obra. Queremos celebrar, com carinho e alegria, aquilo que somos: artistas do povo brasileiro”, resume João das Neves, diretor do espetáculo. Para Ariano Suassuna, a Farsa da boa preguiça tem dois temas centrais. Nela, não defendo indiscriminadamente a preguiça — coisa que, aliás, não poderia fazer, pois ela é um dos “sete vícios capitais” do Catecismo. No Teatro antigo, havia uma convenção, segundo a qual, no fim da história, o autor podia dar sua opinião sobre o que acontecera no palco. Era a chamada “licença”, ou “moralidade”. Pois bem. Na “licença” da “Farsa”, numa das estrofes finais do terceiro ato, diz um dos personagens:
“Há uma Preguiça com asas, outra com chifres e rabo. Há uma preguiça de Deus e outra preguiça do Diabo."
O elenco divide o palco com mamulengos Durante os ensaios, por sugestão do diretor, os atores fizeram oficinas de mamulengos - tipo de fantoche típico do Nordeste, especialmente em Pernambuco - com o artista plástico Gil Conti. O grupo se saiu tão bem, que o diretor resolveu utilizá-los em cena. Os mamulengos representam cada personagem e trazem as características físicas de cada ator. Durante o espetáculo os personagens são representados também pelos bonecos. A música está presente em todo espetáculo Com um texto rimado, característica muito presente nas obras de Ariano, Alexandre Elias, diretor musical da montagem, musicou vários momentos do espetáculo. Entre eles a música de abertura, composta pelo próprio João das Neves. Segundo Alexandre, são 15 músicas no total. “A sonoridade que estou construindo para o espetáculo é a que encontramos no universo do Ariano, uma mistura de musica nordestina de raiz, música folclórica, e, como não poderia deixar de faltar, música armorial. Essa música armorial é uma mistura da música nordestina de raiz com música medieval e clássica”, explica Elias. A partir disso, o diretor pediu para que os próprios atores cantassem, dançassem e tocassem diversos instrumentos, como violão, cavaquinho, percussão, entre outros. Leandro Castilho e Flavio Pardal, inclusive, aprenderam a tocar rabeca com o mestre Daniel Bitter. E tiveram o privilegio de terem seus instrumentos construídos pelo famoso Nelson da Rabeca. “Mesmo quando o ator vem me dizer que não sabe cantar nem tocar nada eu o coloco pra ralar e, no final, todos viram músicos. Porque, ao meu ver, a música está dentro de todas as pessoas, todos nós somos seres musicais e podemos fazer música e cantar. O canto é nosso instrumento musical natural e orgânico”, acrescenta Alexandre Elias. Nordeste de Ariano inspira cenário e nos figurinos Outro destaque da montagem, o cenário de Ney Madeira, contará com detalhes de algumas iluminugravuras do Ariano Suassuna e xilogravuras de Jota Borges, este, considerado pelo autor o maior artista popular de todos os tempos. Completando a ficha técnica, Rodrigo Cohen criou figurinos super coloridos, inspirados nos festa populares da região.
Espetáculo: Farsa da Boa Preguiça Teatro Sesiminas – Rua Padre Marinho, 60, Santa Efigênia 14 a 16 de outubro, sexta e sábado, às 21h e domingo, às 19h R$ 20,00 e meia-entrada R$ 10,00 (Estudantes devem levar o comprovante de matrículo) http://www.teatrosesiminas.com.br

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