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Cinema no Rio 2009 estreia na nascente do Velho Chico
De 1º a 24 de outubro, 20 vilarejos e cidades às margens do Rio São Francisco nos estados de Minas Gerais e Bahia, algumas pela primeira vez, terão a oportunidade de ver cinema na telona, em praça pública. Pela primeira vez o projeto itinerante Cinema no Rio, que está em sua 5ª edição consecutiva, chega à nascente do Rio São Francisco, na pequena São Roque de Minas (MG), município a 322 KM de Belo Horizonte. A primeira etapa da edição 2009 do projeto, que será realizada de 1º a 24 de outubro, vai percorrer 20 comunidades e municípios ribeirinhos dos estados de Minas Gerais e Bahia. (Veja abaixo o roteiro das localidades que serão visitadas neste ano). Serão exibidos, no total, 10 curtas-metragens, sendo que seis deles são de animação, e quatro longas. Todos nacionais. Os destaques vão para Mutum, premiado filme de Sandra Kogut; Pequenas Histórias, do mineiro Helvécio Ratton; Abril Despedaçado, de Walter Salles; e a comédia Tapete Vermelho, de Luís Alberto Pereira. Exibir cinema nacional em locais ermos e muitas vezes de difícil acesso, apesar de ser o carro-chefe do Cinema no Rio, não é sua única ação. Um dos objetivos do projeto é também incentivar e valorizar as manifestações artísticas de cada uma das comunidades visitadas. “Nossa equipe se aproxima da população ribeirinha e busca mais informações sobre o público que recebe o projeto”, destaca o coordenador do Cinema no Rio, Inácio Neves. “Assim conhecemos um pouco mais sobre a cultura e tradições da região”, diz. “Para abrir a programação de filmes em cada cidade, convidamos um grupo artístico local para se apresentar. É uma maneira de valorizarmos o que é feito nas comunidades”, afirma Neves. Também com o intuito de destacar a importância dos costumes locais, o projeto produz e exibe um vídeo-documentário dos vilarejos e cidades visitadas. “Com este trabalho pretendemos ressaltar os valores e tradições de cada localidade. No instante de sua exibição, personagens dos vídeos, que são os próprios moradores, se reconhecem na tela de cinema. É sempre muito divertido, interessante e também emocionante”, diz. Apesar da exibição dos filmes começar assim que anoitece, a programação do Cinema no Rio tem início bem mais cedo, às 15 horas. A oficina de arte-educação, “Imagem em Movimento”, voltada para crianças e adolescentes, ensina de forma lúdica, através de brinquedos ópticos, os passos básicos do cinema. Muito além das exibições É de conhecimento de todos que o Cinema no Rio não encerra suas atividades na exibição de filmes nacionais. Ao longo de suas quatro edições, realizadas de 2004 a 2008, pesquisadores do projeto fizeram um estudo antropológico e uma espécie de mapeamento, com levantamento de fotografias e documentos antigos, manifestações artísticas, culinária local, entre outros, que caracterizam e cultura de cada comunidade visitada pelo Cinema no Rio. Além disso um repórter fotográfico registrou ao longo desses anos, imagens dos moradores, seu espaço e hábitos. Todo o material recolhido durante as últimas edições do projeto será organizado para a publicação de um livro, que está em fase de produção. Para Inácio Neves, a publicação será mais uma ação, que vai chamar a atenção para o rio São Francisco e para o papel do projeto para o rio e para a sua população. Estrutura – sala de cinema móvel e ao ar livre Realizar um projeto itinerante que percorre vilarejos e cidades no interior do país não é nada fácil. Ainda mais se o projeto se aventura a exibir cinema brasileiro em plataforma 35mm. No caso do Cinema no Rio, o que o torna possível, é a sua logística sofisticada, que permite com que seus equipamentos sejam facilmente deslocados até o local da sessão. O coordenador do Cinema no Rio, Inácio Neves, explica que o segredo está na substituição das complexas e pesadas peças de uma plataforma convencional de projeção por uma tela inflável, idealizada por ele mesmo, que se assemelha em diâmetro, a uma tela de cinema convencional (10 x 7,5m). Em uma festa infantil, ao observar o brinquedo conhecido como pula-pula, Neves percebeu que seria possível trocar telas de andaimes por uma peça de lona inflável. Ele realizou pesquisas, amadureceu a idéia e procurou uma empresa para apresentar o projeto. A iniciativa deu certo e custou ao produtor um investimento de aproximadamente R$ 9 mil. A tela inflável possibilita maior mobilidade e permite com que a sétima arte alcance lugares, até então, inimagináveis. Sem falar na rapidez de montagem e diminuição de custos com estrutura e mão-de-obra. A cabine de projeção do Cinema no Rio, instalada em um trailer, também não deixa a desejar: projetor 35 mm (Cinemeccania Vitória IV), processador dolby digital, lâmpadas de 3.000 watts e jogo de lentes. Um projetor reserva para qualquer imprevisto. Quatro caixas laterais e duas centrais, 18 polegadas cada, garantem a potência de som, que chega a 7.000 wats. Foi Neves quem pensou na estrutura do Cinema no Rio. Há mais de 17 anos ele trabalha com exibições gratuitas ao ar livre. À frente da produtora CineAr, ele presta serviços para realizar exibições cinematográficas em locais públicos. Seu currículo registra mais de duas mil sessões de cinema, com uma média de platéia formada por mil pessoas. As projeções levam informação, arte e lazer a uma população fora dos grandes centros e exibe os grandes clássicos ou os novos lançamentos da indústria cinematográfica brasileira. Mais informações sobre o projeto no site www.cinear.com.br
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