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Estudantes da capital terão a oportunidade de conhecer a vida e obra de um dos maiores pintores e gravadores de todos os tempos. A mostra Los Caprichos de Goya, em cartaz no Hall da Prefeitura de Belo Horizonte, recebe, a partir do dia 17, a visita de grupos escolares. O agendamento das visitas guiadas pode ser feito através do e-mail [email protected] ou pelo telefone 3277-7953. As 80 gravuras originais de Francisco de Goya y Lucientes já atraíram cerca de mil visitantes desde a abertura da exposição, em 3 de outubro. A mostra fica em cartaz em Belo Horizonte até o dia 30 deste mês, de segunda a sexta, das 9 às 19h, e aos sábados, das 10 às 13h. A exposição é uma correalização da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Fundação Municipal de Cultura, do Instituto Cervantes – órgão oficial do governo da Espanha – e da Associação de Amigos do Museu de Arte da Pampulha (Aamap), com curadoria do Museu de Arte da Pampulha e do Museu Histórico Abílio Barreto. As visitas dos grupos escolares serão mediadas por arte-educadores capacitados para explicar as obras do Goya, bem como sua vida e o contexto histórico no qual o artista vivia. Para Tereza Bruzzi, gestora do Museu de Arte da Pampulha, a vinda das obras de Goya à Belo Horizonte é importante não somente pelo valor histórico e artístico, mas também pelo aprendizado que as obras podem propiciar. “O importante é vivenciar a experiência artística na sua plenitude, que é instigante, sedutora e, muitas vezes, nos tira da nossa zona de conforto e nos faz repensar.” As obras Numeradas de 1 a 80, as obras que compõem a exposição integram a primeira série de gravuras produzida por Goya, intitulada Los Caprichos, editada em 1799. Dada a carga crítica dessas obras, que questionavam os valores da sociedade de então, a nobreza do fim do século 18 e a opressão da Igreja Católica alertaram o Tribunal da Inquisição e os trabalhos de Goya foram retirados do mercado. O artista espanhol ofereceu ao rei as 80 matrizes e as estampas editadas ainda não vendidas, que aparecem inventariadas na Calcografia Nacional de Madri, em 1803. A gravura de número 1 da série que incomodou tanto a sociedade da época traz um autorretrato de Goya. As outras obras que compõem a exposição trazem imagens do amor, da prostituição, da crueldade materna, da gula dos frades, de asnos que se misturam a figuras humanas, do matrimônio por conveniência, das crises familiares e também de bruxas, duendes e diabos. O material que será apresentado em Belo Horizonte pertence ao Instituto Cervantes e foi estampado para uma primeira exibição em Sevilha no ano de 1929. A mostra já esteve em Brasília, Recife, Rio de Janeiro e, depois de Belo Horizonte, será montada em Salvador.