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CCBB BH recebe palestra de Moacir dos Anjos, curador da exposição “Arte Subdesenvolvida”

O evento faz parte da programação de atividades complementares a exposição, em cartaz até 18 de novembro

No dia 14/11, quinta-feira, Moacir dos Anjos, pesquisador e curador da exposição “Arte Subdesenvolvida”, ministra no Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte, a palestra “Arte e subdesenvolvimento no Brasil”. Associada à temática da exposição, a atividade aborda os modos como artistas brasileiros reagiram, comentando, se posicionando e até combatendo o conceito de subdesenvolvimento, atribuído ao Brasil e a outros países, entre as décadas de 1930 e início de 1980. A palestra começa às 19h e, em seguida, o curador conduzirá o público a uma visita mediada à exposição.

Durante o passeio, os visitantes apreciarão nas Galerias do 3º andar e no Pátio do CCBB BH, as 130 peças da exposição, entre vídeos, áudios, cartazes, pinturas, instalações e esculturas. O evento tem duração total de 135 minutos. Com patrocínio do Banco do Brasil e BB Asset Management, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a exposição, assim como a palestra e a visita guiada, são gratuitas. O acesso à exposição, que está em seus últimos dias, também é mediante retirada de ingresso na bilheteria ou pelo site ccbb.com.br/bh. 

SOBRE MOACIR DOS ANJOS

Graduado em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco, mestre em Economia pela Unicamp e doutor em Economia pela University of London, com Pós-Doutorado em Arte Transnacional, identidade e Nação na Camberwell College of Arts em Londres. Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco desde 1990. Foi curador da 29ª Bienal de São Paulo em 2010. Diretor geral do MAMAM, em Recife entre 2001 e 2006. Curador da ARCO 2008. Dentre as exposições de que participou como curador se destacam: "Vestidas de Branco", de Nelson Leirner (2008), no Museu Vale, em Vila Velha; "Babel – Cildo Meireles" (2006), na Estação Pinacoteca, em São Paulo; Contraditório. Panorama da Arte Brasileira (2007), no Museu de Arte Moderna de São Paulo; Zona Franca, na Bienal do Mercosul (2007), em Porto Alegre; Marcas – Efrain Almeida (2007), Conselheiro da Fundação Iberê Camargo e integra o Comitê Assessor da Cisneros Fontanals Arts Foundation desde 2006.

ÚLTIMOS DIAS DA EXPOSIÇÃO “ARTE SUBDESENVOLVIDA”, EM CARTAZ ATÉ 18 DE NOVEMBRO

A partir dos anos 1930, países econômica e socialmente vulneráveis foram denominados “subdesenvolvidos”. No Brasil, artistas reagiram ao conceito, comentando, se posicionando e até combatendo o termo. Parte do que eles produziram nessa época está presente na mostra “Arte Subdesenvolvida”, em cartaz até 18 de novembro, nas Galerias do 3º andar e Pátio do Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte. A entrada é gratuita, mediante retirada de ingresso na bilheteria ou pelo site ccbb.com.br/bh.

O conceito de subdesenvolvimento durou cinco décadas até ser substituído por outras expressões, dentre elas, países emergentes ou em desenvolvimento. “Por isso o recorte da exposição é de 1930 ao início dos anos 1980, quando houve a transição de nomenclatura, no debate público sobre o tema, como se fosse algo natural passar do estado do subdesenvolvimento para a condição de desenvolvido”, reflete o curador Moacir dos Anjos. “Em algum momento, perdeu-se a consciência de que ainda vivemos numa condição subdesenvolvida”, complementa.

A exposição, com patrocínio do Banco do Brasil e BB Asset Management, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, apresenta pinturas, livros, discos, cartazes de cinema e teatro, áudios, vídeos, além de um enorme conjunto de documentos. São peças de coleções particulares, dentre elas, dois trabalhos de Candido Portinari. Há também obras de Paulo Bruscky e Daniel Santiago, gentilmente cedidas pelo Museu de Arte do Rio – MAR.

Logo ao entrar no CCBB BH, o visitante encontra, no Pátio, a obra multimídia “Sonhos de Refrigerador: Aleluia Século 2000”, do artista mineiro Randolpho Lamonier. A instalação reúne uma grande quantidade de objetos que traduzem os sonhos de consumo de pessoas da classe trabalhadora, ouvidas nas ruas de São Paulo e Belo Horizonte. Entre elas, estão vozes próximas ao artista, como familiares e amigos, além de outras totalmente desconhecidas.

Outra obra que chama a atenção é Monumento à Fome, produzida pela vencedora da Bienal de Veneza, a ítalo-brasileira Anna Maria Maiolino. O público também tem acesso a uma série de fotografias da artista, intitulada “Aos Poucos”.

Ao todo, mais de 40 artistas e outras personalidades brasileiras têm suas obras expostas na mostra, dentre eles: Abdias Nascimento, Abelardo da Hora, Anna Bella Geiger, Anna Maria Maiolino, Artur Barrio, Candido Portinari, Carlos Lyra, Carlos Vergara, Carolina Maria de Jesus, Cildo Meireles, Daniel Santiago, Dyonélio Machado, Eduardo Coutinho, Ferreira Gullar, Graciliano Ramos, Henfil, João Cabral de Melo Neto, Jorge Amado, José Corbiniano Lins, Josué de Castro, Letícia Parente, Lula Cardoso Ayres, Lygia Clark, Paulo Bruscky, Rachel de Queiroz, Rachel Trindade, Solano Trindade, Regina Vater, Rogério Duarte, Rubens Gerchman, Unhandeijara Lisboa, Wellington Virgolino e Wilton Souza.

Durante o percurso, os visitantes contam ainda com diversos recursos de acessibilidade, como audioguias, visitas mediadas em Libras – disponíveis por meio de QR Code –, além de Tablets para a visita em Libras.

PERCURSO DA EXPOSIÇÃO: O subdesenvolvimento em décadas

O percurso da exposição  é dividido por décadas. O primeiro eixo, “Tem Gente com Fome”, apresenta as discussões iniciais em torno do conceito de subdesenvolvimento. “São de 1930 e 1940 os artistas e escritores que começam a colocar essa questão em pauta”, afirma o curador.

No segundo eixo, “Trabalho e Luta”, há uma série de obras de artistas do Recife, Porto Alegre, dentre outras regiões do Brasil, onde começaram a proliferar as greves e as lutas por direitos e melhores condições de trabalho.

Já o terceiro bloco se divide em dois. Em “Mundo e Movimento”, “a política, a cultura e a arte se misturam de forma radical”, explica Moacir. Nessa seção, há documentos do Movimento Cultura Popular (MCP), de Recife, e do Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE), no Rio de Janeiro. Na segunda parte, “Estética da Fome”, a pobreza é tema central nas produções artísticas, em filmes de Glauber Rocha, obras de Hélio Oiticica e peças de teatro do grupo Opinião. “Nessa época houve muita inventividade que acabou sendo tolhida depois da década de 1960”, completa.

O último eixo da mostra, “O Brasil é Meu Abismo”, traz obras do período da ditadura militar e artistas que refletiram suas angústias e incertezas com relação ao futuro. “São trabalhos mais sombrios e que descrevem os paradoxos que existiam no Brasil daquele momento, como no texto ‘O Brasil é Meu Abismo’, de Jomard Muniz de Britto”, conta o curador.

Ao realizar esse projeto, o Centro Cultural Banco do Brasil oferece ao público a oportunidade de conhecer o trabalho de artistas renomados e entender um período importante da história do Brasil por meio da arte, reafirmando seu compromisso de ampliar a conexão dos brasileiros com a cultura.

A exposição “Arte Subdesenvolvida” é produzida pela Tuîa Arte Produção e, após temporada na capital mineira, segue para as demais unidades do CCBB, em Brasília e no Rio de Janeiro.

Circuito Liberdade

O CCBB BH é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. Trabalhando em rede, as atividades dos equipamentos parceiros ao Circuito buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades propostas.

SERVIÇO: CCBB BH RECEBE PALESTRA DE MOACIR DOS ANJOS, CURADOR DA EXPOSIÇÃO ARTE SUBDESENVOLVIDA
Palestra "Arte e subdesenvolvimento no Brasil"
Com o curador Moacir dos Anjos (PE) + Visita mediada
Data: 14 de novembro de 2024, quinta – 19h
Duração: palestra (45 min.) e Visita mediada (60min.)
Local: Teatro I do CCBB BH
Sujeito a lotação. | Duração total: 135 min.

EXPOSIÇÃO ARTE SUBDESENVOLVIDA
Data: até 18 de novembro de 2024
Local: Pátio e Galerias do 3º Andar do CCBB BH
Funcionamento: aberto de quarta a segunda, das 10h às 22h.
Ingressos gratuitos para a exposição e para a palestra disponíveis em ccbb.com.br/bh e na bilheteria física do CCBB BH (Praça da Liberdade, 450 – Funcionários – BH/MG)

Informações: (31) 3431 9400 | ccbb.com.br/bh
instagram.com/ccbbbh | facebook.com/ccbbbh | ccbb.com.br/bh
E-mail: [email protected]

Foto: Lina Valente

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