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O Festival de Arte Negra – FAN tem início nesta segunda-feira, dia 19, com atrações diversificadas. O maior evento nacional dedicado à arte e cultura negra chega a sua quarta edição, desta vez jogando luz sobre os países do norte africano, como Nigéria, Senegal, Mali, Guiné-Bissau e seus vizinhos – sem perder o foco no Brasil. Com atrações na Casa do Conde, Centro Cultural UFMG, Praça da Estação, Minascentro e Teatro Francisco Nunes, o FAN abre suas atividades com a inauguração das exposições FAN/FESMAN e Olhares Cruzados, Mostra de Cinema Nigeriano, hip-hop, o samba de Dóris e convidados, além do “blues do deserto” da banda tuareg Tartit (Mali). Uma retrospectiva das edições anteriores do FAN e um resgate da memória do Festival Mundial das Artes Negras (FESMAN, 1966) e do Festival Mundial de Artes e Culturas Negras e Africanas (FESTAC, 1977) podem ser vistos no Centro Cultural UFMG, até o dia 25, sempre das 10h às 21h30. A exposição FAN/FESMAN reúne documentos, fotos e peças referentes à história desses três importantes festivais para a cultura negra. Com a exposição e as demais atividades da sua programação, o FAN anuncia o lançamento da terceira edição do FESMAN, no qual o Brasil será o país homenageado, programado para acontecer no início de 2009, no Senegal. Também no Centro Cultural UFMG, a exposição Olhares Cruzados é um apanhado de fotografias, pinturas, cartas e bricolagens produzidas por crianças do Brasil e da África. Criado em 2004, o projeto Olhares Cruzados promove o conhecimento recíproco entre crianças de comunidades carentes e de regiões em conflito de diferentes países do Brasil, da África e América Latina. Através da troca de imagens e objetos de arte produzidos por elas, o projeto facilita a identificação das raízes culturais comuns entre as crianças. A mostra pode ser vista até o dia 25, das 10h às 21h30. A Nigéria possui a terceira indústria cinematográfica do mundo. Nollywood, como tem sido chamado esse mercado, é um exemplo importante de como a África contemporânea tem se apropriado de novas tecnologias para contar suas histórias. Durante o FAN, um pouco dessa produção será vista na Mostra de Cinema Nigeriano, que se inicia com “Os caminhos de Nollywood em debate”, uma sessão de vários trechos de filmes nigerianos atuais comentada por Michael Olusegun Akinruli (Nigéria). Às 16h, no Centro Cultural UFMG. Com o lançamento marcado para às 17h, no Ojá, na Casa do Conde, o livro “Falando Banto”, de Eneida D. Gaspar, prova que a grande diferença entre o português brasileiro e o falado em Portugal é justamente a contribuição africana. Em dez poemas, a autora mostra que, ao tratar de coisas simples do cotidiano, estamos realmente “falando banto”. Às 18h, o samba pede passagem com Dóris, uma das mais notáveis cantoras e intérpretes de Belo Horizonte, que convida Mestre Conga e Ronaldo Coisa Nossa, grandes sambistas da capital mineira, para interpretar momentos importantes da história do gênero. Ainda no Ojá, às 19h, o NUC (Negros da Unidade Consciente) convida os grupos Realistas NPN, S.O.S Periferia, Kontrast e Julgamento Rap para um pocket show. Celebrando a cultura Hip Hop, a apresentação ainda traz ao público do FAN um duelo de mc’s com a Organização Família de Rua, batalhas de b.boys com dançarinos e grafiteiros. O primeiro dia do festival encerra-se com ares do deserto do Saara, trazidos pelos tuaregs da banda Tartit. Às 20h30, sobem ao palco do Teatro Francisco Nunes cinco mulheres e quatro homens da região de Timbuktu, Mali, para apresentar sua música particular, a que a imprensa internacional tem chamado de “blues do deserto”. Formado num campo de refugiados no início dos anos 90, o grupo mistura ritmos cíclicos tocados em tambores típicos, cantos tuaregs e instrumentos acústicos e elétricos. Seu último álbum, Abacabok, lançado em 2006, foi eleito pela revista americana Rolling Stone como um dos melhores discos de língua não-inglesa daquele ano. Informações para imprensa – Paula Senna, Michelle Rosadini, Sávio Vilela e Andréa Mendes. Telefones: 7818-1725 e 9921-7650