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Filarmônica de Minas se apresenta na Sala São Paulo

Sob a regência de Fabio Mechetti e o violoncelista Alban Gehardt como solista convidado, orquestra mineira toca na Temporada da Osesp A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais se apresenta, entre os dias 18 e 20 de novembro, em São Paulo, na Temporada 2010 da Osesp. O programa presta homenagem ao centenário do compositor norte-americano Samuel Barber, com a execução do Concerto para Violoncelo, tendo o alemão Alban Gehardt como solista convidado. A Filarmônica abre o concerto com a apresentação de O Corsário, do francês Hector Berlioz. O fechamento será com Danças Sinfônicas, última obra composta pelo russo Sergei Rachmaninoff. A apresentação em São Paulo culmina o terceiro ano de existência da Filarmônica de Minas, que encerra a temporada com mais dois concertos em Belo Horizonte, nos dias 23 de novembro e 16 de dezembro. O primeiro, pela série Vivace, terá o mesmo programa da Sala São Paulo. O segundo, pela série Allegro, será um concerto grandioso para comemorar o nascimento de três compositores celebrados ao longo de 2010: Handel Schumann e Mahler, através de sua majestosa Primeira Sinfonia. “O ano de 2010 marca a consolidação da Filarmônica de Minas”, diz o diretor artístico e regente titular da Orquestra Fabio Mechetti. “É uma orquestra que não tem medo de atacar repertórios desafiadores, que tem compromisso em abrir espaço para a música contemporânea brasileira e que confere a Minas Gerais um status importantíssimo no panorama cultural brasileiro”, observa. Repertório A primeira peça executada pela orquestra será O Corsário de Hector Berlioz. Compositor romântico do século XIX, Berlioz nasceu na França, teve aulas com Gluck, um dos compositores mais importantes da Era Clássica da Ópera, mas veio da Alemanha sua maior influência. O compositor representava a forma mais emocional do Romantismo alemão, ao estabelecer uma voluntária confusão entre o real e o imaginário. Essa era uma das maiores características de Berlioz: suas composições eram sempre inspiradas por impressões literárias. O artista organizava sua música como ilustração de um enredo poético. O Corsário não foge desse conceito. Elaborada em 1931, a obra passou por várias revisões e foi executada pela primeira vez em 1845 com o título Lê Tour de Nice, fazendo referencia às viagens que o compositor fez àquela cidade. Sua versão foi finalizada em 1855, com o título homônimo da obra do escritor inglês George Gordon Byron. Em seguida, a formação interpreta o Concerto para Violoncelo e Orquestra do americano Samuel Barber. Conhecido como um dos mais populares compositores norte-americanos, Barber também se consagrou como intérprete talentoso e grande pianista e cantor. O Concerto para Violoncelo e Orquestra foi encomendado pelo maestro da Orquestra Sinfônica de Boston, Serge Koussovitzky. A estreia aconteceu em 5 de outubro de 1946 com Raya Garbousova ao violoncelo. Na época, Raya estava no auge de sua carreira e a composição impressionou pela dificuldade técnica e belos efeitos idiomáticos para o instrumento. Após um breve intervalo, a Filarmônica encerra a apresentação com a obra Danças Sinfônicas de Sergei Rachmaninof. A composição é vista como um mergulho nas lembranças da antiga Rússia, cidade natal do artista. Composta em 1940, a obra foi orquestrada durante uma turnê do compositor e foi executada pela primeira vez em 1941 pela Orquestra da Filadélfia. Danças Sinfônicas ficou conhecida por seu colorido orquestral ímpar, grande vitalidade rítmica e lirismo intenso. Última obra da vida de Rachmaninof, a peça é um resumo de sua carreira como compositor. Fabio Mechetti – Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas, o paulistano Fabio Mechetti também é regente titular e diretor artístico da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, na Flórida, EUA, desde 1999. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix e Columbus, entre outras. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington. Fez diversos concertos no México, Espanha e Venezuela. No Japão, dirigiu por várias vezes as orquestras sinfônicas de Tóquio, Sapporo e Hiroshima. Recentemente, fez a sua estreia com a Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia, a Filarmônica de Auckland, na Nova Zelândia, e a Orquestra Sinfônica de Quebec, no Canadá. No Brasil, foi convidado a dirigir a Sinfônica Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre e Minas Gerais e as Municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro. Fabio Mechetti recebeu títulos de Mestrado em Regência e em Composição pela prestigiosa Juilliard School de Nova York. Em 2009, ganhou o Prêmio Carlos Gomes na categoria de Melhor Regente Brasileiro por seu trabalho com a Filarmônica de Minas Gerais. Alban Gerhardt (violoncelo) - “Gerhardt é um dos mais impressionantes instrumentistas da nova geração de violoncelistas europeus. Ele retrata Don como um idealista apaixonado, executando formidáveis solos de violoncelo com postura de virtuose e um divertido senso de fantasia que fazem tudo parecer fácil.” – do jornal Chicago Tribune sobre execução de Don Quixote, de Richard Strauss. Nascido em Berlim, desde muito jovem Gerhardt já demonstrava enorme talento musical e habilidade tanto com o violoncelo quanto com o piano. Um dos mais requisitados violoncelistas do mundo, já se apresentou com as Orquestra de Cleveland e Filadélfia, com as filarmônicas de Los Angeles, Berlim, China, Hamburgo e Oslo. Gerhardt é um artista de gravações premiadas. Recebeu o Midem Classic Awards e foi premiado três vezes com o ECHO Classic Prize pelo CD com sonatas de Max Reger, ao lado do pianista Markus Becker. História A Filarmônica de Minas Gerais foi criada em fevereiro de 2008, a partir de um grupo de músicos da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. É gerenciada pelo Instituto Cultural Filarmônica, uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), instrumento que propicia administrar projetos públicos por meio de parcerias com a sociedade civil. Tem como regente titular e diretor artístico o maestro Fabio Mechetti, ganhador do Prêmio Carlos Gomes de 2009. Mechetti é também regente e diretor artístico da Sinfônica de Jacksonville, na Flórida (EUA), e divide seu tempo entre as duas orquestras. O maestro assistente é o carioca Marcelo Lehninger, que ocupa a mesma função na Sinfônica de Boston. É formada por 85 músicos, sendo 25 estrangeiros, todos selecionados por meio de audições. Na atual temporada, a Filarmônica completará quase 70 concertos, sendo 18 no Palácio das Artes, principal sala de Belo Horizonte, integrando as séries Allegro e Vivace. Entre os solistas convidados, recebeu Marcelo Bratke, Indra Thomas, Ricardo Castro, Augustin Hadelich, Antonio Meneses, Nelson Freire, Eduardo Monteiro, Jean Louis Steuerman, Yang Liu, Jennifer Frautschi, Roberto Diaz e, agora, Alban Gehardt. Além dos concertos de gala, faz apresentações didáticas, para estudantes, e populares, em parques e cidades do interior de Minas Gerais. Realizou ainda uma turnê por capitais do Norte e do Nordeste do País. Também se apresentou no Festival de Inverno de Campos do Jordão, em São Paulo, e no Festival de Música Colonial de Juiz de Fora (MG). Outra série inaugurada este ano foi a de Concertos de Câmara, que acontecem no Centro de Arte Contemporânea Inhotim, em Brumadinho, e na Fundação de Educação Artística, em Belo Horizonte. Um dos destaques de 2010 foi o projeto Tinta Fresca, iniciativa inédita entre todas as orquestras brasileiras com o objetivo de valorizar os jovens e descobrir talentos. O júri de 2010 foi formado pelos maestros Edino Krieger, Silvio Ferraz e Almeida Prado. “Tudo é feito para garantir um pilar artístico de qualidade, com um regente de nível internacional e um quadro de músicos de excelência, escolhidos por meio de audições. A preocupação com a programação perpassa o trabalho da orquestra, com uma direção artística feita pelo maestro, que procura trazer aos ouvintes repertórios instigantes e bem trabalhados. Outro ponto fundamental é a capacidade de trazer e grandes nomes nacionais e internacionais”, afirma o presidente do Instituto Cultural Filarmônica, Diomar da Silveira. Temporada 2011 No próximo ano, a Filarmônica de Minas manterá a tradição de trazer músicos consagrados do circuito internacional, jovens talentos brasileiros e, como novidade, estreará a obra Aura, do mineiro Sergio Rodrigo, vencedor do Festival Tinta Fresca 2010. Entre as atrações estão o violinista americano Joshua Bell, artista de destaque no cenário atual, o maestro brasileiro Isaac Karabtchevsky e uma composição do músico popular Francis Hime. O ano marcará as celebrações dos 200 anos de nascimento de Franz Liszt e dos 100 anos da morte de Gustav Mahler. “Escolhemos composições de rara beleza e força emocional”, afirma Mechetti. “A temporada será uma harmonia de diversidades”. Mechetti observa que a programação confirma o bom momento da orquestra e busca extrair do repertório sinfônico a maior diversidade possível. “A ideia é unir o familiar com o desafiador, o moderno com o tradicional, o previsível com o inédito”, diz. Entre os convidados estão o pianista francês Pascal Rogé e o trompetista Sergei Nakariakov. A grande atração, porém, será Joshua Bell. No rol de artistas brasileiros contemporâneos estão ainda Francis Hime, João Guilherme Ripper e Marisa Rezende. Outras obras que podem ser destacadas pelo ineditismo são a Sinfonia 11, de Shostakovich, a Serenata de Bernstein e a Sexta de Prokofieff. Além das apresentações, serão feitas audições para a contratação de novos músicos e será iniciada a construção da Sala Minas Gerais, novo espaço onde a orquestra executará seus concertos.

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