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Solo de Dê Jota a partir da obra de Matéi Visniec
Confira a programação
A Cia Dois em Um retorna aos palcos de Belo Horizonte para fazer as últimas apresentações do ano do espetáculo Teatro Decomposto, solo do ator e diretor Dê Jota Torres criado a partir da obra do autor romeno Matéi Visniec.
Publicado originalmente em francês, o texto homônimo de Visniéc propõe ao diretor que pretende encená-lo uma única regra: a liberdade absoluta. O autor recusa até mesmo uma ordem pré-estabelecida para a leitura dos diversos fragmentos que formam seu Teatro Decomposto. Encarando tal liberdade como um desafio, Dê Jota, sozinho em cena, apresenta sua leitura da obra, que vai do grotesco ao absurdo.
SINOPSE: Borboletas carnívoras, cavalos de apartamento e círculos misteriosos atravessam a narrativa fragmentada de Teatro Decomposto. No solo, criado pelo ator e diretor Dê Jota a partir da obra de Matéi Visniec, um homem compartilha com os espectadores uma sequência de fatos absurdamente realistas, realisticamente absurdos. Questões como o individualismo, a incomunicabilidade e a decomposição são abordadas através de uma estrutura flexível que garante uma experiência única a cada apresentação.
DECOMPOSIÇÃO
Após experiências ao lado de coletivos como o Grupo Maria Cutia e o Coletivo Impossível, o ator e diretor Dê Jota Torres comenta, sobre seu primeiro solo: “Nosso Teatro Decomposto promove uma reflexão sobre as complexidades da vida moderna e a maneira como os seres humanos se relacionam com o mundo que os cerca”. Dialogando com a própria estrutura da obra de Visniéc, a montagem da Cia Dois em Um propõe ao espectador um uma estrutura igualmente flexível, sem uma ordem necessariamente estabelecida para sua encenação, proporcionando ao espectador uma experiência teatral única a cada noite. Questões como o individualismo, a incomunicabilidade e a decomposição são exploradas de forma provocativa.
O processo de decomposição é um fenômeno intrínseco à natureza e está presente em todas as formas de vida. Toda matéria orgânica passa por esse ciclo inevitável de transformação, incluindo nós mesmos. A analogia da decomposição se revela fascinante quando aplicada a objetos, ideias, relações e emoções, e é uma abordagem que foi cuidadosamente explorada durante o processo de montagem da peça. Essa escolha de explorar a decomposição como uma metáfora no processo de montagem revela a intenção de capturar a essência da mutabilidade e da transformação constante que permeiam a existência humana. Ao reconhecer e abraçar a natureza transitória das coisas, podemos encontrar um senso de liberdade, renovação e renascimento. Através dessa perspectiva, o processo de decomposição se torna um catalisador para o crescimento, a aprendizagem e a criação de algo novo a partir das partes que se desfizeram.
O Teatro Decomposto nasce do sonho de ir em direção ao público compartilhando o imaginário de Matéi Visniec. A encenação mistura o universo particular do dramaturgo romeno com a voz de Dê Jota, trazendo uma poética que rompe com as próprias ideias do texto e se ressignificam ao serem contadas. O espetáculo espelha nossas mazelas humanas, defeitos e falhas mas, sobretudo, busca dar luz à vida, ao amor, aos sonhos, à poesia, ao momento presente, aos encontros e às relações. É um brinde a possibilidade de fazer arte num país dividido, cheio de injustiças, preconceitos, discriminações, desacordos, corrupções, fome, pobreza e tantas outras coisas.
O espetáculo é um lembrete para que possamos usar nossos paraquedas coloridos, imagem tão bem desenvolvida para o recém eleito imortal da ABL Ailton Krenak: “por que estamos grilados agora com a queda? Vamos aproveitar toda a nossa capacidade crítica e criativa para construir paraquedas coloridos. Vamos pensar no espaço não como um lugar confinado , mas como o cosmos onde a gente pode despencar em paraquedas coloridos”. Um lembrete para que possamos rir de nós mesmos, e encontrar significado naquilo que parece inexplicável.
Assim como Visniec, este espetáculo não pretende curar nenhuma ferida grave da humanidade, mas pode preencher de sentimento e de reflexão - social, política, cultural - essa linda viagem que a vida é.
ESPETÁCULO MARCOU A ESTREIA DA CIA DOIS EM UM
A Cia Dois em Um é uma companhia teatral de Belo Horizonte/MG criada no ano de 2020, contando com os artistas Dê Jota e Lucas Prado como fundadores. O coletivo foi criado em um contexto de pandemia, pesquisando e dialogando de forma híbrida com as áreas do teatro, da dança e do audiovisual. As suas criações artísticas já compuseram as seguintes mostras e festivais: Mostra de Artes Cênicas de Tiradentes, Mostra Maio [em]curtas, Café com Cinema da Pierrot Lunar, Festival de Teatro Universitário do Rio de Janeiro, La Movida Microteatro, Aqui Tem Arte 2.1 da ZAP 18, Mostra Audiovisual Universitária e Independente da América Latina, Mostra de Teatro RC2, A-Mostra.Lab, Mostra de Teatro Popular em Minas, Mostra do Filme Livre, Mostra Tapiri, Lumiar - Festival Interamericano de Cinema Universitário, Festival de Teatro em Miniatura do Grupo Girino, Mostra Quatro por Um da Cia Pierrot Lunar, Convocatória de Programação do Museu Memorial Minas Gerais Vale e no Bazar de Histórias do Espaço Aberto Pierrot Lunar.
Com sua trajetória iniciada em meio ao isolamento social, onde os palcos foram silenciados e as cortinas se fecharam, a Cia Dois em Um emergiu através das possibilidades então oferecidas e do desejo de, apesar dos desafios impostos, seguir criando e experimentando. O coletivo tem como princípios a versatilidade artística e a liberdade criativa, nutrindo-se de fontes irrestritas de inspiração.
Com o Teatro Decomposto, projeto encabeçado pelo ator e diretor Dê Jota, a Cia Dois em Um finalmente efetivou esse momento da troca tão crucial para o teatro: o encontro com o público.
DÊ JOTA
Ator formado pelo Teatro Universitário T.U/ UFMG (2017) onde formou com a peça Os Negros, dirigida por Rogério Lopes. Atuou como pesquisador, roteirista e locutor do projeto de extensão da UFMG Teatro no ar (2016-2022) . Atualmente é graduando em Artes Cênicas pela UFMG. Já apresentou e circulou com o espetáculo "Os Negros" na Funarte-MG (2017), no Verão Arte Contemporânea (2018), na Segunda Preta (2018), no 31 FITUB - Festival Internacional de Teatro Universitário de Blumenau (2018), no VI Festival Nacional de Teatro de Patos de Minas (2018), no 8 FESTU - Festival de Teatro Universitário - Rio de Janeiro (2018), no 18° Festival Estudantil de Teatro de Belo Horizonte (2018), na 2ª Mostra In Minas (2019) e no 3° Festival Nacional de Teatro de Passos (2019). Atua no espetáculo "Auto da Compadecida" do Grupo Maria Cutia e com direção e concepção geral de Gabriel Villela. O espetáculo já foi apresentado na 19 Feira do Livro em Ribeirão Preto, no FIT São José do Rio Preto, no 3° Festival Nacional de Teatro de Passos, fez recente temporada nos meses de agosto e setembro no Sesc Pompéia na cidade de São Paulo, apresentou no 40 Festivale de São José dos Campos, na 6ª Temporada de Teatro de Sete Lagoas e no Sesc Palladium em Belo Horizonte. Atuou no espetáculo “Mundos” (2023) do Grupo Maria Cutia, com direção de Eugênio Tadeu Dê Jota fez também a direção do espetáculo Sítios apresentado no II FIMC - Festival Internacional de Máscaras do Cariri - Ceará. É ator convidado do Grupo Maria Cutia de Teatro desde 2019
FICHA TÉCNICA
Realização: Cia Dois em Um
Direção, concepção e atuação: Dê Jota
Texto: Matéi Visniec
Direção de Texto: Malu Grossi Maia
Figurino: Tereza Bruzzi e Dê Jota
Cenografia: Matheus Lukashevich
Iluminação: Cia Tecno - Richard Zaira e Pedro Paulino
Coordenação de Produção: Lucas Prado
Assistência de Produção: Jean Gorziza
Operação de som: Lucas Prado
Assessoria de Comunicação: João Santos
Fotografia: Matheus Soriedem
Filmagem: Caio Scovino
Captação de Áudio: Gustavo Koncht
Confecção de Máscara: Fábio Cuelli
Identidade Visual: Dê Jota (rabiscodode)
SERVIÇO: TEATRO DECOMPOSTO NA CASA DA VOZ
Dias 23 e 24 de novembro de 2024 (sábado e domingo às 20h)
Endereço: Casa da Voz (rua Raul Pompéia 111, São Pedro – Belo Horizonte)
Ingressos à venda no Sympla:
https://www.sympla.com.br/evento/teatro-decomposto/2631824
Instagram: @ciadoisemum
E-mail: [email protected]
Foto: Matheus Soriedem
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