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Em comemoração ao Mês da Consciência Negra, Museu Mineiro realiza o concerto “A Cor do Som – A Influência da África na Música Ocidental” nesta quinta (21)

Confira a programação

Em comemoração ao Mês da Consciência Negra, o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG), abre as portas nesta quinta (21/11) para receber o concerto “A Cor do Som - A Influência da África na Música Ocidental”. A apresentação gratuita será realizada na Sala das Sessões do Museu Mineiro, às 19h, em parceria com o Coral Madrigal Scala e o Quarteto de Cordas da UFMG.

A performance será uma celebração das raízes africanas que moldaram não apenas a música popular, mas também as composições eruditas que conhecemos hoje. O repertório escolhido percorre uma jornada sonora que revela as ligações entre a tradição africana e suas transformações no contexto da música clássica, do jazz, do blues, e de outros gêneros que emergiram ao longo dos séculos.

A música é uma linguagem universal que, ao longo dos séculos, tem atravessado fronteiras culturais, históricas e geográficas. Em sua nova apresentação, "A Cor do Tom", o Coral Madrigal Scala e o Quarteto de Cordas dos alunos da Escola de Música da UFMG, traz à tona a profunda e rica influência da música africana na música ocidental.

Com a direção artística do Maestro Breno Bartolomeu, o espetáculo promete surpreender e emocionar o público, explorando um panorama sonoro que vai desde as influências mais sutis até as expressões mais evidentes da diáspora africana.

Sobre o Coral Madrigal Scala

Fundado em agosto de 1988, o coro Madrigal Scala destaca-se como um dos principais grupos de vozes mistas do Estado de Minas Gerais, recebendo significativo reconhecimento nacional e internacional por seu amplo e eclético repertório, apresentado com apurada técnica e grande sensibilidade artística.

Com 35 anos de experiência em eventos de diversos portes e formatos, o Madrigal Scala possui um histórico comprovado de sucesso e se orgulha de ter recebido a chancela de entidade reconhecida pelo Poder Público como Utilidade Pública do Estado de Minas Gerais.

O Madrigal Scala é o único coro em sua categoria que recebeu a Comenda Medalha Santos Dumont Grau Ouro pelo destaque artístico de relevante contribuição ao Estado de Minas Gerais.

Sobre o Quarteto de Cordas da UFMG

Formado por alunos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Quarteto de Cordas traz a experiência da música clássica com arranjos que dialogam com as tradições e inovações musicais de diferentes épocas e estilos.

Gustavo Santos. Atualmente cursando bacharelado em violino pela UFMG e sendo um dos violinistas da Academia da Orquestra Ouro Preto. Já integrou a Orquestra de Câmara do Inhotim, Orquestra Jovem Sesiminas, Orquestra Jovem do Tribunal de Justiça, onde atuou como professor de violino e músico regente do quinteto de cordas do TJMG, e Orquestra Jovem Belo Horizonte, tendo se apresentado junto das orquestras em palcos diversos, dentre eles a Sala São Paulo.

Pedro Cirino. Violinista bacharelando em música pela UFMG. Membro da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. Teve sua formação no projeto social “Música nas Escolas”, onde teve desenvolvimento do violino no segmento popular e da música de concerto. Apaixonado pela música divide os palcos através de orquestras e formações camerísticas explorando esses dois mundos da música. 

Italo Ribeiro. Iniciou seus estudos musicais em 2014, começando a tocar flauta doce. Dois anos depois, em 2016, conheceu a viola e iniciou seus estudos dentro do projeto no qual participava. Conforme evoluía, subiu de posição até alcançar o cargo de chefe de naipe. Participando das orquestras e cameratas do projeto, continuou estudando para entrar na faculdade. Em 2022, ingressou na faculdade e aproveitou várias oportunidades, incluindo participação em festivais.

Bruna Guimarães. Iniciou seus estudos de violoncelo em 2015, participando de diversos festivais de música e tendo aulas com renomados professores de violoncelo, tanto no Brasil quanto no exterior. Em 2023, concluiu o Curso Básico de Música do CEFART da Fundação Clóvis Salgado. Atualmente, cursa o bacharelado em Música na Universidade Federal de Minas Gerais e integra a Orquestra 415 de Música Antiga, especializada em instrumentos barrocos.

Repertório:

“Encontros e Despedidas” – Milton Nascimento/ Fernando Brant

Com uma interpretação ambígua de cunho espiritual, “Encontros e Despedidas” é uma das canções mais famosas de Milton Nascimento, mas seu sucesso só veio pela voz de Maria Rita. É uma composição que reflete sobre a natureza transitória da vida, utilizando a metáfora de uma estação de trem para ilustrar os constantes ciclos de chegadas e partidas que experimentamos.

“Bullerengue” – J.A Rincón / Jorge Artel

"Bullerengue", às vezes com o título "Si yo fuera tambó", é uma música muito comum no repertório de coros mistos, composta por José Antonio Rincón. A letra é retirada do poema "Bullerengue", do consagrado poeta nacional da Colômbia, Jorge Artel. A palavra bullerengue significa saia ou saia maternidade. Bullerengue é um gênero musical da costa caribenha da Colômbia. Caracteriza-se por ser uma dança cantada, que se realiza apenas por mulheres. De indubitável origem africana, parece provir dos costumes rituais de iniciação das jovens à puberdade. Esta dança é executada principalmente por descendentes dos negros escravizados fugitivos de Cartagena das Índias no século XVI, que habitavam o Palenque de San Basilio (Colômbia).

”Banzo Maracatu” – Dimas Sedícias / arranjo José Gomes

"Banzo Maracatu" é uma música que combina elementos do maracatu, um ritmo percussivo tradicional do nordeste do Brasil, advindo da África com influências contemporâneas. Ela apresenta uma batida pulsante e cativante. A letra aborda questões sociais e políticas dos escravizados no Brasil. É uma música que muitas vezes é tocada em festivais, celebrações culturais e apresentações de corais pelo mundo, cativando o público com sua energia contagiante e ritmo envolvente.

“Arrastão” – Edu Lobo/Vinicius de Moraes/ arranjo Gabriel Cesário

“Arrastão” foi a vencedora do 1º Festival Brasileiro da Música Popular, realizado pela TV Excelsior, em 1965. Composta em uma parceria entre Vinicius de Moraes e Edu Lobo. A música  é uma celebração da vida dos pescadores e da cultura marítima brasileira. A letra começa com uma exaltação à pesca, uma atividade essencial para muitas comunidades costeiras. A jangada no mar e o arrastão são símbolos de esperança e sustento, representando a luta diária dos pescadores para garantir o alimento e o sustento de suas famílias. A menção a João, um nome comum, pode ser vista como uma representação de qualquer pescador, tornando a canção universal e acessível.

“Upa Neguinho” –  Edu Lobo

A música “Upa Negrinho”, de Edu Lobo, é uma celebração da vida e da resistência do povo negro. A letra começa com uma expressão de alegria e admiração ao ver um 'neguinho' começando a andar. Esse início simboliza o começo de uma jornada, cheia de potencial e beleza, mas também de desafios. A repetição da frase 'Upa, neguinho na estrada' reforça a ideia de movimento e progresso, mesmo que seja um caminho difícil. A canção também aborda a dura realidade enfrentada pelo 'neguinho' ao crescer. A linha 'Começando a andar e já começa apanhar' é uma referência direta às dificuldades e opressões que a comunidade negra enfrenta desde cedo. No entanto, a música não se limita a lamentar essas dificuldades; ela também fala sobre a transmissão de conhecimento e cultura. O eu lírico promete ensinar capoeira, tirar ziquizira (um termo que pode se referir a doenças ou mal-estares) e emprestar valentia, mas admite que a liberdade é algo que ainda precisa ser esperada.

“Guantanamera” –  José Fernandez / Julián Orbon

A música 'Guantanamera', interpretada por José Fernandez Diaz, é uma das canções mais icônicas da cultura cubana. O título “Guantanamera” refere-se a uma garota de Guantánamo, uma cidade no sudoeste de Cuba. A repetição do refrão 'Guantanamera, guajira guantanamera' cria uma sensação de identidade e pertencimento, evocando a essência do povo cubano e suas raízes culturais. A letra da música é baseada em versos do poeta cubano José Martí, que expressam um profundo amor pela terra natal e pelos valores de sinceridade e amizade. Quando o cantor diz 'Yo soy un hombre sincero, de donde crece la palma', ele está afirmando sua autenticidade e conexão com a natureza e a terra cubana. A palma é um símbolo de Cuba, representando a força e a resiliência do povo cubano. A canção também fala sobre a importância da amizade e da sinceridade, como evidenciado nos versos 'Cultivo una rosa blanca, en julio como en enero, para el amigo sincero, que me da su mano franca'. A rosa branca simboliza a pureza e a paz, e o ato de cultivá-la para um amigo sincero demonstra um desejo de manter relações genuínas e honestas. Além disso, a metáfora do 'ciervo herido' (cervo ferido) que busca amparo no monte sugere uma busca por proteção e consolo, refletindo as lutas e esperanças do povo cubano.

Museu Mineiro

Inaugurado em 1982, o Museu Mineiro reúne em seu acervo um conjunto bastante diversificado de objetos referentes à história e à produção cultural e artística mineiras. Nas salas de exposição são exibidas obras de artistas consagrados, tais como: Manoel da Costa Ataíde, Yara Tupynambá, Amílcar de Castro, Jeanne Milde, Inimá de Paula, Lótus Lobo, Celso Renato, Sara Ávila, Guignard, Maria Helena Andrés, Di Cavalcanti etc.

Atualmente, o Museu exibe a exposição de longa duração “Minas das Artes, Histórias Gerais”, onde o visitante tem a oportunidade de conhecer uma vasta coleção de arte sacra, datada dos séculos XVIII e XIX, além de preciosidades do acervo, como a bandeira da Inconfidência Mineira, os manuscritos originais da obra “Tutaméia” de Guimarães Rosa, o retrato de Aleijadinho e a coleção de santos de devoção popular.

Serviço: CONCERTO “A COR DO SOM – A INFLUÊNCIA DA ÁFRICA NA MÚSICA OCIDENTAL”
com Coral Madrigal Scala e Quarteto de Cordas da UFMG
Data: 21 de novembro de 2024
Horário: 20h
Ingressos gratuitos
Local: Sala das Sessões | Museu Mineiro
Avenida João Pinheiro, 342 Circuito Liberdade - Belo Horizonte, MG
Horário de visitação do museu: Ter a sex: 12h às 19h
Sáb, dom e feriado: 11h às 17h
Instagram: www.instagram.com/museumineiro

Foto: Jameny Sarmiento

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